Benedito Alves seguiu tecnocrata; Samuel Costa perdeu a “escada”; e Ricardo Frota tenta provocar a ex-juíza
OPINIÃO PUBLICADA ORIGINALMENTE NO SITE RONDÔNIA DINÂMICA
Porto Velho, RO – O debate promovido pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia (CREMERO) com os candidatos à Prefeitura de Porto Velho, na última quarta-feira (02), trouxe um novo tom ao confronto político. Com a ausência de dois candidatos — Mariana Carvalho, do União Brasil, e Célio Lopes, do PDT — o evento ofereceu um espaço mais controlado e propositivo. Entretanto, as faltas foram exploradas pelos adversários, que aproveitaram para pontuar a relevância da presença ativa na disputa pelo comando da capital rondoniense.
Mariana Carvalho, apontada como favorita nas pesquisas, justificou sua ausência com compromissos previamente agendados. Já Célio Lopes alegou razões pessoais, tendo optado por priorizar a esposa, que recentemente deu à luz. As ausências, embora justificadas, abriram brechas para que os presentes, Léo Moraes (Podemos), Euma Tourinho (MDB), Samuel Costa (Rede Sustentabilidade), Ricardo Frota (NOVO) e Benedito Alves (Solidariedade), pudessem, com mais tempo, expor suas ideias ao público.
Ao contrário do debate ocorrido na SIC TV, onde tensões foram mais evidentes, no CREMERO os candidatos mantiveram a cordialidade, fato destacado pelo mediador Adilson Honorato, que elogiou a civilidade e o respeito ao longo das discussões. As perguntas, que tocaram em temas sensíveis como saúde pública, educação e infraestrutura, foram respondidas com urbanidade, marcando um contraste com os embates acalorados de ocasiões anteriores.
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Euma Tourinho, conhecida por sua postura combativa, surpreendeu ao adotar um tom mais moderado, mesmo diante de provocações vindas de Ricardo Frota, que tentou se defender de acusações envolvendo boletins de ocorrência. Tourinho, no entanto, soube administrar o confronto sem se estender nas réplicas, trazendo à tona a necessidade de manter o foco nas proposições.
Os candidatos exploraram também a ausência de Mariana Carvalho. Euma, por exemplo, fez questão de alfinetar Célio Lopes, mencionando sua ausência no evento e insinuando que o pedetista, que nunca passou em concurso público e sempre ocupou cargos comissionados, não estaria preparado para enfrentar o desafio de gerir a capital. Samuel Costa, que costuma rivalizar com Lopes, perdeu a “escada” e, com isso, parte do embate, mas concentrou seus esforços em elogiar o governo federal e o legado do Partido dos Trabalhadores, tentando atrair Léo Moraes para a polarização ideológica. Moraes, porém, evitou a armadilha, focando em sua experiência e em soluções técnicas para os problemas da cidade, especialmente os relacionados à captação de recursos federais.
Já Benedito Alves, do Solidariedade, permaneceu fiel ao seu discurso tecnocrata, com ênfase em sua formação acadêmica e na recusa de recursos do Fundão Eleitoral, posicionando-se como uma alternativa moralmente superior. No entanto, seu tom excessivamente técnico pode ter tornado sua mensagem menos atrativa ao eleitorado mais popular.
Ao fim do debate, enquanto Honorato ainda destacava o comportamento exemplar dos candidatos, uma cena inusitada chamou atenção: os políticos, apressados, começaram a deixar o palco, passando em frente às câmeras antes do encerramento formal. O episódio, que quebrou o protocolo, trouxe um momento cômico ao evento que, até então, havia transcorrido sem maiores surpresas.
Com a aproximação do último debate, a ser realizado pela Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo, nesta quinta-feira (03), o cenário eleitoral de Porto Velho ganha contornos decisivos. A expectativa agora recai sobre a presença ou ausência de Mariana Carvalho, que pode definir os rumos da disputa e potencialmente levar a eleição para um segundo turno. A ausência de Ricardo Frota neste último debate também já foi notada, e Benedito Alves, durante o debate no CREMERO, fez questão de prestar sua solidariedade ao candidato do NOVO.
Seja como for, o último confronto na televisão promete intensificar a corrida à prefeitura, em um cenário em que cada aparição pública e cada declaração conta para conquistar o eleitorado da capital rondoniense.
AUTOR: RONDÔNIA DINÂMICA