Equilíbrio prevalece no embate retórico, mas liderança de Mariana Carvalho permanece, aparentemente, inalterada
Foto: Mateus Santos/g1
OPINIÃO PUBLICADA ORIGINALMENTE NO SITE RONDÔNIA DINÂMICA
Porto Velho, RO – O debate transmitido pela Rede Amazônica, afiliada da TV Globo em Rondônia, ocorrido na última quinta-feira, 03, reuniu os principais candidatos ao governo de Porto Velho em uma discussão moderada, sem grandes embates, mas com momentos pontuais de tensão. Sob a mediação de Júlio Mosquéra, jornalista da Rede Globo nacional, o encontro ofereceu uma plataforma para os postulantes ao cargo apresentarem suas propostas e críticas, além de discutirem temas relevantes para a capital de Rondônia. Entretanto, a ausência de Mariana Carvalho, líder nas pesquisas, foi novamente sentida, alimentando questionamentos sobre seu comprometimento com os debates públicos, especialmente após sua ausência também no debate promovido pelo Conselho Regional de Medicina (CREMERO).
Mariana Carvalho, apesar de liderar nas intenções de voto, optou por não comparecer ao debate na Rede Amazônica, uma decisão que gerou críticas por parte dos adversários. A candidata foi alvo de questionamentos sobre sua disposição para discutir publicamente suas propostas e defender seu plano de governo. Célio Lopes, que também não esteve presente no debate do CREMERO, utilizou o palco para atacar a família de Léo Moraes, acusando-a de estar envolvida na política há mais de três décadas sem apresentar resultados significativos. Essa provocação levou Moraes a perder sua compostura habitual, reagindo de maneira firme. Ele exigiu respeito e afirmou que trazer questões familiares para o debate era inapropriado, classificando a atitude de Lopes como “baixaria”. Em resposta, Léo Moraes relembrou que Célio Lopes tem uma aliança com Acir Gurgacz, ex-senador que enfrentou problemas judiciais e chegou a ser preso, trazendo à tona outra questão polêmica.
Esse breve confronto foi o ápice de tensão em um debate que, no geral, manteve-se em tom ameno. Enquanto o embate entre Lopes e Moraes foi o momento de maior destaque, o restante da discussão seguiu de forma mais contida. Euma, que nos debates anteriores havia adotado uma postura mais agressiva e combativa, desta vez preferiu seguir uma linha mais propositiva, focando em suas propostas de governo. Essa mudança de estratégia, que já havia sido observada desde o debate da SIC TV, permitiu que o ambiente permanecesse mais pacífico. Anteriormente, Euma tentou emular figuras polêmicas, como Pablo Marçal, e chegou a ridicularizar Samuel Costa, chamando-o de “Samueles” em referência à sua defesa da linguagem neutra. Agora, no entanto, sua abordagem mais educada contribuiu para um clima mais moderado entre os demais participantes.
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Samuel Costa, que no debate da Record Regional havia prometido dar “aula de Direito Constitucional” para a ex-juíza Euma, adotou uma postura mais humilde desta vez. No debate da Rede Amazônica, ele reconheceu que não teria condições de ensinar a disciplina à ex-magistrada, preferindo focar em propostas e discussões mais construtivas. Mesmo assim, Costa não deixou de provocar Célio Lopes, criticando o fato de o candidato ter demorado a mencionar sua aliança com o ex-presidente Lula e o PT. No entanto, ao final, elogiou Lopes por finalmente reconhecer essa ligação, embora tardiamente. Lopes, por sua vez, respondeu de forma irônica, sugerindo que Costa poderia votar nele, já que mencionava tanto o seu nome durante o debate.
Benedito Alves, como de costume, manteve seu tom técnico e catedrático. O candidato, que tem sido consistente em suas intervenções, criticou fortemente a ausência de Mariana Carvalho, afirmando que a candidata, que foi sua aluna, não possui as qualidades necessárias para governar Porto Velho. Sua fala reforçou a crítica comum entre os candidatos sobre a falta de engajamento da líder nas pesquisas nos principais debates realizados até o momento.
Ricardo Frota, candidato do partido NOVO, embora tenha conseguido uma decisão judicial para participar do debate, acabou sendo mantido fora do evento por uma decisão da emissora, que conseguiu preservar o formato do debate sem sua inclusão. Fora do palco, Frota utilizou suas redes sociais para expressar sua insatisfação, afirmando que estava sendo censurado e que sua exclusão era injusta. Frota não conseguiu, entretanto, ampliar a discussão sobre sua ausência para além de sua base de apoio já consolidada.
Embora o debate tenha sido marcado por uma troca civilizada de ideias, os embates não foram suficientes para alterar o cenário eleitoral de forma significativa. A ausência de Mariana Carvalho foi sentida e criticada, mas não comprometeu sua posição de liderança nas pesquisas. A candidata, mesmo fora de dois debates importantes, continua sendo a favorita para vencer ainda no primeiro turno. Caso a eleição vá para um segundo turno, Mariana deverá manter uma vantagem considerável sobre seus adversários.
Até o momento, não houve uma movimentação suficientemente forte entre os concorrentes que pudesse ameaçar seriamente a liderança de Mariana Carvalho. As críticas à sua ausência nos debates certamente serão exploradas pelos demais candidatos, mas não têm demonstrado impacto suficiente para reverter sua vantagem. A menos que ocorra uma reviravolta inesperada no cenário político, Mariana continua como a principal candidata a assumir o comando do Prédio do Relógio, com apenas uma “zebra” sendo capaz de impedir sua vitória.
AUTOR: RONDÔNIA DINÂMICA