Ex-candidato da Rede Sustentabilidade expõe, em carta aberta, reflexões sobre a atuação do campo progressista e a falta de representatividade na Câmara Municipal
Porto Velho, RO – Após o resultado das eleições municipais de 2024, Samuel Costa, candidato da Rede Sustentabilidade à Prefeitura de Porto Velho, publicou uma carta aberta nas redes sociais direcionada ao campo progressista. No texto, ele faz uma avaliação crítica das estratégias adotadas nos últimos pleitos e sugere mudanças para o futuro, destacando a necessidade de adaptação e maior conexão com os eleitores.
Samuel Costa inicia o manifesto afirmando que o grupo progressista local tem repetido, desde 2012, táticas que considera ineficazes. Para ele, a derrota nas urnas neste ano evidencia a urgência de “reconectar com os anseios populares” e ser mais pragmático. Segundo o ex-candidato, “a derrota do campo progressista em Porto Velho nas eleições de 2024 exige reflexão”.
Durante sua campanha, Costa relata que buscou manter um diálogo aberto com a população, mas foi frustrado por interferências externas que, segundo ele, “ignoram a militância”. Apesar disso, ele afirma que a aliança entre a Rede e o PSOL formou a nominata mais competitiva do campo progressista, alcançando a maior votação entre as legendas dessa vertente ideológica. No entanto, ele lamenta a falta de representação na Câmara Municipal para o próximo mandato, destacando que, como havia previsto, sem a eleição de um vereador pela coligação Rede/PSOL, nenhum outro partido progressista conseguiria conquistar cadeiras no Legislativo. “A REDE/PSOL, com a nominata mais competitiva, obteve a maior votação entre os progressistas, mas, como previsto, sem não elegesse vereador(a) para a CMPV, nenhum outro partido ou federação progressista faria”, destacou.
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Outro ponto abordado por Costa na carta foi o gasto elevado em uma candidatura que, em sua avaliação, estava desconectada dos ideais defendidos pelo campo progressista. Para ele, essa desconexão contribuiu para o resultado negativo nas eleições e a consequente falta de representatividade. O candidato também criticou a postura de alguns líderes locais, que, segundo ele, ignoraram o legado de avanços promovidos pelo ex-presidente Lula para as classes trabalhadoras. “Desconsiderar o legado de Lula e seus avanços para as classes trabalhadoras é um erro estratégico que enfraquece o campo progressista local”, disse Costa.
Apesar das dificuldades enfrentadas, incluindo o que ele chamou de boicotes, Samuel Costa enxerga um espaço para uma política mais alinhada com as bases populares. Ele destaca que duas candidaturas apoiadas pela Rede/PSOL tiveram votações expressivas, o que, segundo ele, demonstra que o eleitorado progressista ainda está receptivo a propostas que sejam conectadas com seus interesses. “Mesmo com boicotes, a REDE/PSOL teve duas candidaturas bem votadas, provando que há espaço para uma política mais alinhada com as bases, apesar da sabotagem do establishment”, escreveu.
Ao concluir a carta, o ex-candidato reiterou a importância de reconhecer os erros cometidos nas últimas campanhas e defendeu a construção de um projeto popular que surja a partir da base, visando garantir a relevância do campo progressista em Porto Velho nos próximos anos. Ele agradeceu o apoio dos eleitores que confiaram na chapa Rede/PSOL, mesmo com os desafios enfrentados. “Precisamos reconhecer nossos erros, abandonar estratégias ultrapassadas e construir um projeto popular, de baixo para cima, para não nos tornarmos irrelevantes em Porto Velho”, concluiu.
A carta encerra com uma mensagem de agradecimento aos eleitores: “Agradeço a todos que confiaram na REDE/PSOL. Muito obrigado!”.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA