Prof. Herbert Lins – DRT 1143
No pleito eleitoral de 2024, 51 cidades tiveram 2° turno para decidir as eleições municipais, sendo 15 capitais. Por sua vez, o fenômeno político da “virada” no segundo turno se manifestou no território político, ou seja, o candidato ou candidata que liderou o primeiro turno não venceu no segundo turno. Tal fenômeno aconteceu em 12 cidades brasileiras, em especial, cinco capitais, são elas: Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Palmas (TO) e Porto Velho (RO). Finalizado o segundo turno ontem (27), partidos de centro, direita e centro-direita, que juntos formam o “centrão”, vão comandar a maior parte das prefeituras do Brasil. Neste caso, o destaque fica com o PSD de Gilberto Kassab, partido que obteve o maior número de prefeituras no país, desbancando o MDB. No segundo turno, também saíram vitoriosos governadores da direita que se sobressaíram frente ao “bolsonarismo raiz”. Neste caso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu menor do que entrou no segundo turno.
PSD
O PSD também vai administrar o maior número de capitais: cinco (Florianópolis, Rio de Janeiro, São Luís, Curitiba e Belo Horizonte) – mesmo número do MDB, que vai administrar Macapá, Boa Vista, Porto Alegre, Belém e São Paulo.
Influenciaram
Os governadores de direita influenciaram as eleições municipais nas capitais e se distanciaram do bolsonarismo raiz, é o exemplo de Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, que elegeu Sandro Mabel (União Brasil) na capital Goiânia. O governador Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, elegeu Eduardo Pimentel (PSD) em Curitiba.
Inverso
Fenômeno inverso aconteceu na Paraíba, o apoio do governador João Azevedo (PSB), ele que é de esquerda, foi decisivo para a reeleição do prefeito Cícero Lucena (PP), derrotando o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL), representante do bolsonarismo na capital paraibana.
Força
Outros governadores de esquerda e de centro também mostraram força no Pará, onde Helder Barbalho (MDB) elegeu Igor Normando (MDB) em Belém; e no Ceará, onde Elmano de Freitas (PT) conseguiu a vitória de Evandro Leitão (PT) em Fortaleza. Nas respectivas capitais, o PL foi derrotado.
Bolsonarismo
Falando em bolsonarismo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve derrotas em cidades importantes no segundo turno, como Fortaleza, Goiânia, Belém, Manaus e Porto Velho. Algumas falas desastrosas, a exemplo de rejeitar apoio de ex-candidatos ou partidos, além da sua presença nas campanhas, foram os pontos de inflexão que contribuíram para derrota de candidatos aliados.
Petismo
Já o PT do presidente Lula registrou um aumento no número de prefeituras comandadas em comparação a 2020, mas ficou muito atrás dos partidos de direita. Neste segundo turno, porém, o partido conseguiu uma vitória importante em Fortaleza, única capital que o petismo irá comandar.
Derrotado I
O partido PSDB foi o maior derrotado nas eleições municipais de 2024, partido que já ocupou a presidência da República por duas vezes, polarizava com o PT e manteve por duas décadas uma hegemonia sobre a política de São Paulo – e não elegeu sequer um vereador na capital paulista.
Derrotado II
Outro grande derrotado nas eleições de 2024 foi o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) no Ceará. Rachado com o irmão, o senador Cid Gomes (PSB), a ala cirista do PDT foi apoiar no segundo turno o candidato a prefeito bolsonarista André Fernandes (PL) em Fortaleza (CE), isso poderá lhe custar a saída do PDT de Leonel Brizola.
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Diferença
A maior diferença em relação ao primeiro turno em todas as capitais onde houve virada foi em Porto Velho. O candidato a prefeito Léo Moraes (Podemos) tinha 25,65% dos votos, contra 44,53% da candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) no primeiro turno. No segundo turno, ele saltou para 56,18% dos votos, e Mariana Carvalho caiu para 43,82%.
Pesquisa
A última pesquisa Quaest para a prefeitura de Porto Velho mostrava um empate técnico entre os candidatos, com Léo Moraes (Podemos) indicando uma leve vantagem. Ele tinha 51% das intenções de votos válidos, enquanto Mariana Carvalho (União Brasil) tinha 49%. Mas quem cravou o resultado foi o Instituto Veritá, dando Léo com 55,2% e Mariana com 44,8%.
Vitória I
O prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) acompanhou a apuração junto com a família, coordenadores de campanha e os poucos aliados de primeiro e segundo turno. Quando saiu o resultado final que lhe deu a vitória, falou com a imprensa e depois comemorou sua vitória no espaço alternativo. Por sua vez, a vitória de Léo para o segundo turno é um divisor de águas para as eleições de 2026.
Vitória II
A ex-candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) ao Prédio do Relógio, cercada de familiares, coordenadores de campanha e aliados, reconheceu a vitória do candidato adversário Léo Moraes (Podemos), afirmando que “a vontade do povo é soberana e devemos respeitá-la”.
Desejou
A ex-candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) desejou sucesso ao prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) e “que ele tenha responsabilidade e competência para cumprir com as promessas feitas durante a campanha eleitoral” e finalizou dizendo “que não encerrou por aqui”, mas dizendo um “até logo”. Neste caso, Mariana sinaliza que não deverá abandonar a vida pública.
Parabenizou
O prefeito Hildon Chaves (PSDB), principal cabo eleitoral da candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil), parabenizou o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) e “desejou que ele possa fazer uma gestão eficiente e responsável e cumpra as promessas de campanha, atendendo o que espera a população”.
Transição
O prefeito Hildon Chaves (PSDB) afirmou ainda que, “nos próximos quinze dias, a Prefeitura estará de portas abertas para receber a equipe de transição indicada pelo prefeito eleito Léo Moraes (Podemos), para que possa acelerar o processo de troca de comando no executivo municipal”.
Análise
Hoje (28), por conta do feriado, comemorações ou choro do resultado eleitoral de ontem (27), deixaremos para amanhã (29) a análise completa dos erros e acertos de ambos os candidatos à Prefeitura de Porto Velho. Por conseguinte, os cenários que poderão se desenhar com a vitória do prefeito eleito Léo Moraes (Podemos).
Sério
Falando sério, o fato é que vence uma eleição quem erra menos, compreendendo a popularidade de uma gestão e mitigando incompreensões de ações do governo ou de fatos novos. Por sua vez, a capacidade de comunicação – retórica e argumentação; mobilização dos apoiadores, das bases sociais e eleitorais; na formação de alianças e palanques; na composição das chapas de candidatos; na unidade ou divisão dos grupos adversários.
AUTOR: HERBERT LINS