Trabalho aborda desafios e avanços da educação inclusiva em Porto Velho, destacando a experiência pessoal da estudante.
Porto Velho, RO – A Universidade Federal de Rondônia (UNIR) vivenciou um momento histórico com a defesa de monografia da estudante Meirilane Xavier da Silva, a primeira aluna com paralisia cerebral a realizar tal feito na instituição. Orientada pela professora Barby de Bittencourt Martins, Meirilane apresentou seu trabalho intitulado “Inclusão de estudantes com paralisia cerebral no ensino básico no município de Porto Velho”, que foi avaliado por uma banca composta pelos professores Maria Berenice Alho da Costa Tourinho, Vinicius Valentin Raduan Miguel e Costantino Nicolizas.
O estudo explora a inclusão escolar de estudantes com paralisia cerebral, analisando tanto os avanços quanto as barreiras ainda presentes no sistema educacional. A apresentação emocionou os presentes, não apenas pelo conteúdo, mas pela trajetória pessoal da acadêmica.
Caminho desafiador até o ensino superior
Nascida e criada em Porto Velho, Meirilane enfrentou diversos desafios desde a infância, muitos deles impostos pelas limitações físicas e pelas barreiras sociais. Apesar das adversidades, ela persistiu em seu objetivo de alcançar o ensino superior. Segundo a própria estudante, sua jornada foi impulsionada pela crença de que a educação deve ser acessível a todos.
“A educação não é privilégio de poucos, mas um direito de todos. Minha defesa hoje é a prova disso,” declarou Meirilane ao final de sua apresentação, recebendo aplausos entusiasmados.
Pesquisa reflete realidade e propõe mudanças
O trabalho apresentado por Meirilane analisa a inclusão de estudantes com paralisia cerebral em escolas de Porto Velho, apontando avanços na área, mas também desafios como a falta de profissionais capacitados, materiais pedagógicos adaptados e uma rede de apoio eficiente. A professora Barby de Bittencourt Martins, orientadora da pesquisa, ressaltou a importância do estudo.
“Meirilane trouxe uma contribuição que vai além do ambiente acadêmico. Ela apresenta dados e reflexões que podem influenciar políticas públicas na área da educação inclusiva,” afirmou.
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Já a professora Maria Berenice Alho da Costa Tourinho, membro da banca, destacou o impacto social do trabalho. “Este estudo é mais do que uma análise. É um chamado para toda a sociedade assumir sua responsabilidade na construção de um sistema educacional mais inclusivo.”
Um manifesto por inclusão
O professor Vinicius Valentin Raduan Miguel, também avaliador, reforçou o caráter transformador da pesquisa, apontando que o trabalho é um convite a repensar práticas e políticas.
“A trajetória de Meirilane nos lembra que a inclusão não é um sonho inalcançável, mas um dever que deve ser colocado em prática. Seu exemplo demonstra que estamos avançando, embora ainda haja muito a ser feito,” declarou.
Legado e inspiração
Ao concluir a defesa, Meirilane deixou uma mensagem que ressoou entre os presentes.
“Eu não quero ser vista como exceção. Quero que minha história mostre que a inclusão é possível, desde que priorizemos as pessoas acima das barreiras.”
A conquista da estudante reforça o compromisso da UNIR com a equidade e a inclusão, além de inspirar outros estudantes com deficiência a perseguirem seus sonhos acadêmicos. O trabalho de Meirilane segue como referência para educadores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas, destacando a necessidade de um sistema educacional mais inclusivo e acessível para todos.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA