RESENHA POLÍTICA

Busca e apreensão envolvendo ex-secretário; Rito acusa deputado de chantagem; e Rogério é provável candidato ao Governo de Rondônia

E ainda: destino de Mosquini é incerto; e Marcos Rocha recua em compra de hospital

RESENHA POLÍTICA

ROBSON OLIVEIRA

ALVO

Uma busca e apreensão ocorrida ontem, na casa de um ex-secretário municipal de meio ambiente do município de Porto Velho, ainda vai dar muita dor de cabeça aos alvos investigados. O inquérito penal está em andamento e colocado sob sigilo. O civil no forno para ser tratado, indica uma suposta manipulação licitatória com extensão política ainda imprevisível, mas certamente alcançará alvos importantes.

FAMÍLIA

O irmão do ex-secretário também está enrolado na mesma investigação acima apontada, uma vez que assumiu as funções quando o primogênito se afastou para disputar as eleições da edilidade da capital. O curioso é que o indigitado foi várias vezes exonerado e recontratado, embora na época a fama entre os colegas de administração era ruim. Aliás, não foram poucas as vezes em que se ouvia críticas inclusive de quem o nomeava.

CHANTAGISTA

Em entrevista ao nosso podcast Resenha Política que vai ao ar nesta quinta-feira, pelo site Rondônia Dinâmica, em nossas plataformas Instagram e YouTube e pela TV Rema (domingo), Marcus Rito, Secretário de Justiça, acusa o deputado estadual Edvaldo Neves (PRB) de chantagista e nega que tenha facilitado ou negligenciado nas fugas de apenados na capital. Reconhece, no entanto, falhas no sistema e ressalta como principal feito a melhoria salarial dos policiais penais.

OPORTUNISTA

Segundo Rito, o deputado Edvaldo Neves, que é policial penal, agora desafeto, antes dos desentendimentos tecia elogios aos seus feitos administrativos e virou crítico por oportunismo, visto que tem interesses políticos nas eleições sindicais da categoria que ocorrerão em abril.

TRANQUILO

Marcus Rito garante que permanecerá no cargo mesmo depois das ameaças do deputado em romper com o governo caso ele não seja demitido. “Estive com o governador Marcos Rocha e falamos sobre essas ameaças. Ele me tranquilizou e garantiu que fico no cargo”, disse  Rito. Ops, este filme é conhecido…

DESCARTÁVEL

O curioso é que a situação está ficando tão atritada que vai chegar o momento em que o governador será compelido a optar por um ou pelo outro. Em casos similares a corda sempre quebrou nas costas do mais fraco e não precisa ser um poeta para perceber que Rito é o lado frágil a ser descartado em verso e prosa.

RAÍZES

Mesmo sendo uma pessoa da confiança de Marcos Rocha, Marcus Rito não tem apoio político nem raízes no estado.  Morava em Brasília quando o governador o convidou para assumir a pasta em Rondônia por ser um especialista na área. Com as fugas registradas nas unidades prisionais, as críticas se acentuaram e a tendência é aumentar com mais deputados se juntando à rejeição de Edvaldo Neves. 

HUMILDADE

Quem reconheceu que errou foi o senador Marcos Rogério que perdeu a campanha de governador para Marcos Rocha sob a acusação de arrogante por não dialogar com as diversas forças políticas no segundo turno. A postura de isolamento e onipotência lhe renderam críticas. Como é provável candidato a governador em 2026, quer evitar a pecha de soberbo e tem entabulado conversas com todos os partidos, exceto o PT.

RUSGAS

Apesar das rusgas com o prefeito de Porto Velho, o senador Marcos Rogério revelou que está disposto a procurar Léo Moraes para contribuir com o desenvolvimento da capital e estabelecer relações políticas visando às eleições de governo. Ambos não se bicam e na última vez que se encontraram num evento festivo em Brasília quase chegaram às vias de fato. Atualmente os dois não são amigos, mas também não alimentam clima de beligerância e repulsa. Mais maduros, as rugas não serão empecilhos para voltar a dialogar uma vez que os interesses dos rondonienses tendem a distensionar a relação.

BR

Marcos Rogério (PL), na entrevista dada ao nosso podcast, adiantou que não é contra a privatização da BR 364, embora seja crítico feroz da forma como o leilão foi realizado ao conceder uma concessão de trinta anos, com pedágios extorsivos para investimentos ínfimos em duplicação. Para ele, originalmente o projeto previa uma duplicação bem maior da 364, e que o que correu é bem menor e não satisfaz aos interesses de Rondônia.

ALTERNATIVAS

De acordo com o senador do PL, é necessário que o governo do estado construa alternativas para que a nossa produção de grãos e proteína animal possa alcançar novos mercados com preços competitivos, a exemplo da rodovia do “feijão” que possui um traçado alternativo à BR 364, faltando apenas vontade política e competência administrativa para que seja pavimentada.

SAÚDE

Quatro entrevistas em nosso podcast, neste mês de abril, vão movimentar a pauta política estadual. Está agendado Sílvia Cristina, Hildon Chaves, vereadora Sofia Andrade, Hiram Galo (CFM) e Manoel Neri (COFEN). Os dois últimos são dirigentes de organizações nacionais que fiscalizam os profissionais da saúde e fazem uma boa avaliação sobre a área no país e em Rondônia. Vale a pena conferir. Estamos agendando ainda Ivo Cassol, Alex Redano e Furia, prefeito Cacoal. Enviamos convite ao governador Marcos Rocha, mas ainda não obtivemos resposta.  

INDECISÃO

O deputado Lúcio Mosquine (MDB) decidiu mudar de partido assim que a legislação permitir o que deve ocorrer em março do próximo ano. Inicialmente o deputado cogitou ingressar no Republicanos e, agora, entabula conversas com PL. A única certeza é que deixará o MDB.  Até o cargo que vai disputar está indefinido. 

HEURO

O governador Marcos Rocha prometeu a construção do Heuro, depois dos problemas apontados com a empresa vencedora do leilão a promessa se desfez. Embora exija explicações superficiais sobre o que ocorreu nem tudo veio à tona. 

HOSPITAL

Semana passada Marcos Rocha anunciou a compra de um Hospital na capital e, ontem, mais uma vez desistiu. Esta desistência estaria ligada a uma majoração do preço anteriormente acertado com um dono de uma unidade hospitalar algo que exige do governador uma explicação mais transparente. Mesmo que o negócio não tenha sido fechado e o estado lesado, é preciso transparência nestas relações comerciais entre setor público e privado.  Por tudo que o governador revelou sobre este negócio frustado levam a suspeições ainda não claras. O heuro continua uma promessa, desta vez sob suspeição.