Prefeitura alerta sobre possíveis doenças e riscos à saúde durante alagações. Departamento de Vigilância em Saúde reforça medidas de prevenção.
Porto Velho, RO – A elevação das águas do Rio Madeira trouxe desafios significativos para a saúde da população de Porto Velho, Rondônia. O transbordamento das margens do rio afetou diversas áreas, causando sérios impactos nas condições sanitárias locais. A Prefeitura de Porto Velho, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), em parceria com o Departamento de Vigilância em Saúde, tem intensificado esforços para alertar a população sobre os riscos de doenças transmitidas pela água contaminada e a proliferação de mosquitos, além de reforçar as medidas preventivas.
Riscos à saúde em áreas alagadas
As inundações provocadas pela cheia do Rio Madeira são um terreno fértil para a disseminação de doenças, com a água contaminada representando uma grande ameaça. Além disso, o acúmulo de água parada facilita a proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue, Zika e chikungunya, aumentando consideravelmente os riscos à saúde. Outra preocupação são as infecções provocadas por bactérias presentes na água das enchentes, como a leptospirose e as gastroenterites. O aumento da água parada também cria um ambiente favorável para o surgimento de focos de mosquitos.
Em áreas inundadas, onde muitas pessoas permanecem em espaços fechados e sem ventilação adequada, a transmissão de doenças respiratórias, como Covid-19 e coqueluche, também se torna um risco iminente. As autoridades locais reforçam a importância de evitar aglomerações e garantir a ventilação adequada nesses ambientes.
Doenças associadas às alagações
As autoridades de saúde estão monitorando de perto os surtos de diversas doenças relacionadas às alagações. Entre elas, destacam-se:
Leptospirose
Causada por uma bactéria presente na urina de ratos, a leptospirose é uma das principais preocupações em áreas alagadas. O contato com a água contaminada das enchentes pode resultar na infecção, cujos sintomas incluem febre, dor muscular intensa, calafrios e complicações nos rins e fígado. Para evitar a doença, é recomendado não entrar em contato com a água das enchentes e utilizar botas e luvas de proteção ao transitar por áreas alagadas.
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Doenças diarreicas e gastroenterites
A água contaminada também pode ser responsável pelo aumento de doenças diarreicas, como as gastroenterites, que causam diarreia, vômitos, desidratação e dor abdominal. Crianças e idosos são mais suscetíveis. O consumo de água fervida, a lavagem das mãos e o cuidado com alimentos de procedência duvidosa são as principais formas de prevenção.
Dengue, Zika e Chikungunya
A água acumulada nas áreas alagadas favorece a proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue, Zika e chikungunya. Os sintomas incluem febre, dores no corpo e nas articulações, além de manchas vermelhas na pele. A eliminação de focos de água parada, como pneus, garrafas e vasos, é essencial para evitar a propagação dessas doenças.
Hepatite A
A hepatite A é transmitida pelo consumo de água ou alimentos contaminados, e seus sintomas incluem fadiga, febre, náuseas e dor abdominal. A prevenção envolve o uso de água potável, o cuidado com a higiene alimentar e a lavagem adequada das mãos.
Febre Amarela
Embora menos comum, a febre amarela também pode representar um risco, já que é transmitida por mosquitos. Durante as inundações, o aumento do habitat dos vetores pode intensificar a propagação da doença. A vacinação e o uso de repelentes são medidas preventivas importantes.
Covid-19 e Coqueluche
A Covid-19 e a coqueluche são doenças respiratórias que podem se espalhar rapidamente em locais fechados e com grande aglomeração de pessoas. As autoridades recomendam evitar multidões, garantir a ventilação adequada e manter a vacinação em dia para prevenir a propagação dessas doenças.
Riscos com animais peçonhentos
O aumento do nível das águas também tem levado animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões, a buscar abrigo em áreas inundadas. Para evitar acidentes, é essencial usar luvas e botas ao caminhar por esses locais. Caso haja picada, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente, após lavar o local da picada com água e sabão.
Atendimento à população
Porto Velho conta com uma rede de saúde preparada para lidar com os desafios impostos pela cheia do Rio Madeira. Para os casos leves, as unidades básicas de saúde estão atendendo, enquanto emergências e situações mais graves são encaminhadas para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Nos casos de picadas de animais peçonhentos, o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) é a referência para o atendimento. As autoridades locais continuam monitorando a situação e intensificando as ações para garantir a segurança e saúde da população afetada pelas inundações.