Senador do MDB de Rondônia publica artigo em que propõe união entre Poderes e sociedade civil para superar defasagens históricas no ensino público do país
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB-RO) publicou um artigo em seu blog pessoal em que analisa os indicadores da educação brasileira e propõe a construção de um pacto nacional envolvendo União, estados, municípios e diferentes segmentos da sociedade com o objetivo de melhorar o desempenho do país na área. O texto, intitulado Educação: o pacto que pode transformar o Brasil, traça um panorama crítico dos resultados obtidos pelo Brasil em avaliações internacionais e convoca gestores públicos e educadores para uma reestruturação do sistema educacional.
De acordo com o parlamentar, embora o país tenha registrado avanços nas últimas décadas — como crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), redução do desemprego e queda da mortalidade infantil —, a área da educação ainda apresenta índices insatisfatórios. “Apesar dos avanços obtidos nas últimas décadas […], ainda estamos muito aquém do desejável em um dos pilares mais essenciais para o progresso de qualquer nação: a educação”, escreveu o senador.
Confúcio Moura destaca o desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), onde o país ocupa a 53ª posição entre 65 países. Segundo ele, embora tenha superado nações como Argentina e Colômbia, ainda está atrás de outros países latino-americanos, como México, Uruguai e Chile. Em relação ao TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study), os dados também são motivo de preocupação: o Brasil está em 55º lugar em matemática, à frente apenas de Marrocos, Kuwait e África do Sul.
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O senador reconhece que tais avaliações não conseguem captar por completo a realidade brasileira, considerando suas particularidades culturais, estruturais e históricas. No entanto, ressalta que os dados revelam um diagnóstico que precisa ser enfrentado. “Os resultados refletem um diagnóstico que precisamos encarar com seriedade e urgência”, afirmou.
O texto remonta ao Plano Decenal de Educação para Todos, firmado há mais de trinta anos, como um marco de compromisso do país com a universalização do ensino. Confúcio recorda que, desde então, houve uma ampliação significativa no acesso à escola, com a inclusão de milhões de crianças e adolescentes que antes estavam à margem do sistema educacional. Contudo, ele observa que essa conquista gerou um novo desafio: o de oferecer alfabetização e ensino de qualidade, muitas vezes sem a estrutura adequada.
Para o senador, o “ponto central” é que não existe desenvolvimento sustentável sem investimento em educação de qualidade. Ele defende que esse objetivo requer mais do que boas intenções: é necessário investimento robusto, gestão eficiente e um novo modelo de cooperação entre os entes federativos. “Precisamos repensar a articulação entre União, estados e municípios”, defendeu.
Entre as propostas apresentadas, estão a valorização do magistério — com atenção à remuneração e à formação contínua dos professores —, a melhoria da infraestrutura das escolas, a criação de ambientes que favoreçam o aprendizado e o desenvolvimento de avaliações que respeitem as especificidades regionais, sem abrir mão da excelência.
Confúcio finaliza o artigo com um apelo à união dos Poderes e da sociedade civil em torno da educação. Ele cita a importância da participação de especialistas, pesquisadores e, sobretudo, dos profissionais que atuam nas salas de aula. “Se queremos um Brasil mais competitivo, mais inovador e mais justo, o caminho começa pela sala de aula. E não há mais tempo a perder”, concluiu.