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SETOR ENERGÉTICO
Ex-governador de Rondônia, Cassol defende ação que pode aumentar conta de energia: “Parabenizo a bancada”

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Ex-governador de Rondônia critica isenções na conta de luz, cita lobby de fabricantes de energia solar e contrasta posição com parlamentares como Nikolas Ferreira e Cleitinho

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 23/06/2025 - 15h01

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Porto Velho, RO – O ex-governador de Rondônia, Ivo Cassol (PP), publicou em suas redes sociais uma longa manifestação em apoio à derrubada do veto presidencial ao Projeto de Lei 576/21, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional. A medida, que reacende dispositivos relacionados à política de subsídios no setor energético, tem sido criticada por associações técnicas e especialistas por seu potencial impacto tarifário estimado em até R$ 525 bilhões nas contas de luz até 2040.

Cassol elogiou a atuação da bancada federal de Rondônia na votação. Para ele, o Congresso agiu corretamente ao restabelecer o que considera garantias à “segurança energética”. “Parabenizo a bancada federal de Rondônia que teve a coragem de derrubar o veto do setor energético”, afirmou. “Se não tivermos responsabilidade hoje, amanhã teremos apagões.”

O ex-governador criticou diretamente a política de isenção da conta de luz promovida pelo governo federal e questionou a viabilidade de fontes intermitentes como solar e eólica. “Placa solar só gera energia de dia. À noite, quando o povo mais precisa, não entrega. Eólica sem vento também não entrega”, disse. Ele ainda levantou a hipótese de interesses externos por trás das críticas à medida: “Será que fabricantes de placas solares — principalmente os chineses — não querem é vender mais pro Brasil?”

Na avaliação de Cassol, a medida busca garantir contratos já existentes e evitar prejuízos à cadeia de produção energética. Ele citou o caso de Rondônia, onde as usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, reduzem drasticamente a capacidade de geração na estiagem. “Sem gás, resta pagar a conta de luz com as tarifas Amarela e Vermelha pra cobrir os gastos com diesel”, argumentou. Segundo ele, a solução passaria por investimentos no gás natural de Urucu, no Amazonas, cujo aproveitamento segue pendente há décadas.

Embora Ivo Cassol não ocupe cargo parlamentar atualmente, ele associou-se à posição adotada por representantes do estado no Senado, como Jaime Bagattoli (PL), que também se posicionou favorável à derrubada do veto. “Eu votei o veto para que fosse mantido o subsídio das pequenas hidrelétricas”, disse Bagattoli em vídeo. “Eu não votei para aumentar nenhuma conta de energia.”

O senador, no entanto, recebeu críticas por parte da imprensa local e nacional. Editorial do Rondônia Dinâmica publicado no dia 20 de junho classificou a postura de Bagattoli, Marcos Rogério (PL) e Confúcio Moura (MDB) como “unidade suprapartidária em favor de interesses econômicos”.

A atuação de Marcos Rogério, em especial, também provocou contrapontos dentro da própria direita. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) votou pela manutenção do veto e afirmou: “Votei para manter o veto do Lula. Fui contra a orientação do meu partido porque acredito que foi o certo.” O senador Cleitinho (Republicanos-MG) adotou o mesmo posicionamento. “A conta de energia sua vai ficar bem mais cara”, alertou.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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