Após a federação apoiar Sérgio Gonçalves, deputado avalia migrar para o PL de Marcos Rogério ou para o Podemos de Léo Moraes; Paraná Pesquisas o coloca entre os líderes em cenários para 2026
Porto Velho, RO – O deputado federal Fernando Máximo ficou sem espaço dentro da União Progressista após o presidente nacional da federação, Antônio Rueda, anunciar publicamente o apoio ao vice-governador Sérgio Gonçalves como candidato ao governo de Rondônia em 2026. A confirmação ocorreu nesta terça-feira (19), durante a convenção que consolidou a criação da superfederação formada pelo União Brasil e pelo Progressistas (PP). No discurso, Rueda exaltou a importância de Rondônia no projeto político da federação e se dirigiu a Gonçalves de maneira direta: “Essa fundação que lá em Rondônia, o nosso vice-governador, se Deus quiser, será o nosso candidato a governo em 2026. Você tem o apoio de todos nós, do nosso ministro, dos nossos deputados e dos nossos senadores. Conto com você, menino. Vamos tocar o cacete lá”. A fala oficializou Sérgio Gonçalves como o nome da federação para a sucessão estadual, encerrando especulações e afastando a possibilidade de uma disputa interna.
Com isso, Fernando Máximo passa a avaliar outros caminhos. Duas alternativas estão no horizonte: o PL, comandado no estado pelo senador Marcos Rogério, e o Podemos, sob liderança regional do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes. Interlocutores próximos avaliam que a porta mais aberta é a do Podemos, embora a articulação com o PL também seja considerada.
Máximo carrega um histórico recente de desencontros com a direção partidária. Em 2024, dentro do próprio União Brasil, foi preterido quando a legenda optou por apoiar a candidatura de Mariana Carvalho, então no Republicanos, à prefeitura de Porto Velho. O parlamentar era lembrado como um dos nomes mais fortes do grupo, mas a escolha representou um revés. Mariana foi derrotada por Léo Moraes no segundo turno, e Máximo declarou apoio ao atual prefeito, evidenciando a ruptura com a indicação do partido.
Apesar das dificuldades internas, Fernando Máximo mantém capital eleitoral expressivo. Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, encomendada pelo Portal Rondovisão e realizada entre os dias 9 e 13 de agosto de 2025, mostra o deputado numericamente à frente em diferentes cenários da disputa estadual. O levantamento ouviu 1.545 eleitores em 36 municípios rondonienses, com margem de erro de 2,5 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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No primeiro cenário, Máximo lidera com 32,2% das intenções de voto, seguido por Adailton Fúria (20,8%), Confúcio Moura (14,2%) e Hildon Chaves (11,7%). Sérgio Gonçalves aparece com 2,2% e Samuel Costa, 1,2%. No segundo cenário, com a inclusão de Marcos Rogério, o deputado federal mantém a dianteira com 23,3%, contra 22,7% do senador, em situação de empate técnico. No terceiro cenário, quando o nome de Máximo é retirado, Rogério assume a liderança com 30,9%, seguido por Fúria (21,3%), o que evidencia o peso do parlamentar na disputa.
No quarto cenário, que incluiu Ivo Cassol, Jaime Bagattoli, Alex Redano e Acir Gurgacz, Cassol aparece numericamente à frente com 17,3%, mas dentro da margem de erro há empate técnico com Fernando Máximo (17,0%), Marcos Rogério (16,9%) e Adailton Fúria (15,3%). Os dados revelam uma disputa fragmentada, mas mantêm Máximo entre os primeiros colocados.
As simulações de segundo turno reforçam sua força. Contra Hildon Chaves, ele aparece com 50,9% contra 21,4%. Contra Adailton Fúria, tem 49,6% contra 27,8%. Na disputa com Marcos Rogério, o cenário é mais equilibrado: 41,8% para Máximo contra 39,5% para Rogério. O levantamento aponta que, embora não lidere isoladamente em todos os recortes, o deputado é um dos principais polos de concentração de votos para 2026.
A União Progressista, que o preteriu na definição de sua candidatura ao governo, nasce como a maior força partidária do país. O bloco reúne 109 deputados federais, 14 senadores — com expectativa de chegar a 15 ainda nesta semana —, 1.335 prefeitos e sete governadores. Também concentra a maior fatia dos recursos públicos destinados a campanhas: R$ 953,8 milhões de fundo eleitoral e R$ 197,6 milhões de fundo partidário. No plano nacional, a aliança se posiciona como força crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e articula o lançamento de uma candidatura de centro-direita em 2026, com nomes como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas em discussão.
O futuro político de Fernando Máximo dependerá da definição partidária. Permanecer na União Progressista pode significar repetir o cenário de 2024, quando foi preterido, enquanto uma migração para o Podemos ou para o PL abriria espaço para consolidar sua pré-candidatura com estrutura e apoio. Os números da pesquisa mostram competitividade real, mas também o risco de novas articulações internas lhe retirarem espaço antes do início oficial da campanha.