Os inimigos da democracia barganham anistia para golpistas
CARO LEITOR, a extrema-direita barganha uma anistia para os envolvidos na trama golpista no âmbito do Congresso Nacional. A ideia é tornar sem efeito o julgamento do STF do ex-presidente Jair Bolsonaro, generais e o coronel do Exército Brasileiro envolvidos na trama golpista para abolir o Estado democrático de direito. Caso prospere essa nova articulação para anistiar os golpistas, vai ser um novo golpe. Só que de terno e gravata. No início da semana, assistimos ao início do julgamento de Bolsonaro e demais envolvidos na trama golpista e, ao mesmo tempo, um projeto de anistia aos bolsonaristas ganhou impulso na Câmara dos Deputados. O principal articulador desse projeto de anistia é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Para ele, perdoar Bolsonaro seria o seu primeiro ato se eleito presidente nas eleições do próximo ano. Tarcísio desembarcou na segunda-feira (1) em Brasília para tentar convencer os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados a fazer o serviço no seu lugar, pautando o projeto de anistia aos golpistas. Não pode aceitar a anistia. O lugar de golpista é respondendo pelos seus crimes, não na política.
Tradição
O Brasil tem uma longa tradição de golpes de Estado e de aquartelamento. Quando eles triunfam, se dizem revolucionários. Mas, quando fracassam, os derrotados negociam uma anistia para saírem impunes.
Golpe
Em 1956, militares sequestraram um avião da FAB com armas e explosivos para tentar impedir a posse do presidente Juscelino Kubitschek (PSD-MG). Ele assumiu, perdoou os golpistas em nome da pacificação nacional. Por conseguinte, os militares conseguiram dar o golpe de 64.
Anistia
Com o golpe militar de 1964, o ex-presidente Juscelino Kubitschek (PSD-MG) teve os direitos políticos caçados e fugiu para o exílio. Passados vinte anos, veio a anistia aos oficiais do Exército Brasileiro do regime militar que impuseram censura, prenderam, torturaram e mataram opositores.
Argumento
O capitão Jair Bolsonaro, revisionista do regime militar, sempre defendeu a tortura e o regime autoritário. Ele atacou o tempo todo a democracia que o elegeu. E agora, Bolsonaro, prestes a ser condenado, a extrema-direita recorre à velha conversa de anistia com o argumento de pacificação do país para tentar livrá-lo da condenação.
Afronta
Em coluna pretérita, escrevi que o presidente Lula (PT-SP) poderia anistiar os envolvidos na trama golpista e no 8 de janeiro. Tal decisão política poderia pacificar o país e garantir a sua reeleição, possivelmente no primeiro turno das eleições de 2026. Entretanto, a anistia é uma afronta irresponsável à Constituição.
Partidos
Sobre a coluna de ontem (4) versando sobre o perfil dos presidentes de partidos no passado e no presente em escala nacional, um articulista político de Brasília fez o seguinte comentário: “Meu caro conterrâneo, aqui em Brasília só existem dois tipos de presidente de partido, os ‘baladeiros’ e os ‘dinheiristas’, acabou aquela safra de idealistas e ideológicos como você escreveu”.
Possibilidade
Diante dessa afirmativa de existir somente dois tipos de presidente de partidos em escala nacional, não existe a mínima possibilidade dos deputados federais Fernando Máximo (União Brasil-Porto Velho), Lúcio Mosquini (MDB-Jaru) e delegado Thiago Flores (Republicanos-Ariquemes), destronarem o ex-deputado federal Aparício Carvalho da presidência estadual do Republicanos em Rondônia.
Oferta
Eu pago para ver os deputados federais Fernando Máximo (União Brasil-Porto Velho), Lúcio Mosquini (MDB-Jaru) e delegado Thiago Flores (Republicanos-Ariquemes) dobrarem a oferta e assumirem o controle partidário do Republicanos em Rondônia. Nenhum deles tem a capacidade ofensiva no jogo do poder parecida ou semelhante à do ex-deputado federal Aparício Carvalho e do seu filho, o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil-Porto Velho).
Missão
Falando em Carvalho, segundo fontes palacianas, o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil-Porto Velho) será atendido somente com a SEJUCEL e o DER. O secretário Paulo Higo deverá ser remanejado para a SEDUC e o coronel Jefferson Rocha continua com sua missão frente à SESAU.
Curriculum
Segundo fontes palacianas, a SEOSP foi descartada para ser entregue ao deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil-Porto Velho). Assim, Maurício está pegando currículo para o DER e SEJUCEL de quem ainda não se encaixou desde o fim da gestão do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho) frente ao Prédio do Relógio.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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Comentou
Ontem (4), durante participação no programa Vale Tudo, da Rádio Plan FM, o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) comentou o voto dos senadores Jaime Bagatolli e Marcos Rogério, ambos do PL, ao Projeto de Lei 192/2023, que flexibiliza a Lei da Ficha Limpa.
Palavra
O ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) disse ter conversado com senadores Jaime Bagatolli e Marcos Rogério, ambos do PL, sobre o Projeto de Lei 192/2023, que flexibiliza a Lei da Ficha Limpa. Ficou acertado com Rogério e Bagatolli que votariam pela flexibilização, mas, na hora do vamos ver, somente Rogério cumpriu com a sua palavra.
Promessa
O voto favorável do senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) ganhou a gratidão e a promessa do ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) de trabalhar para mantê-lo senador em Brasília. Segundo Ivo, Rogério “é homem, que dá palavra e cumpre”.
Palavra
Para o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura), o senador Jaime Bagattoli (PL-Vilhena) “é uma decepção, não tem palavra, covarde e um falso moralista”. Segundo Ivo, “Jaime continua o mesmo homem sem palavra quando puxava tora para Vilhena.” Bagatolli havia dado a palavra a Cassol que votaria pela flexibilização da Lei da Ficha Limpa, porém, votou contra.
Passou
Na entrevista ao programa Vale Tudo, da Rádio Plan FM, o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) revelou como se deu a filiação de Jaime Bagatolli ao PL para disputar o Senado nas eleições de 2022. Tudo passou pelas mãos do Cassol antes do senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) assumir o controle da legenda.
Ingratidão
O ex-deputado federal Luis Cláudio (PL-Rolim Moura) confirmou à coluna a versão dada pelo ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) em relação à filiação de Jaime Bagatolli ao PL. Neste caso, Luiz Claudio atendeu o pedido de Cassol para filiar Bagatolli à legenda bolsonarista. O voto contra de Bagatolli à flexibilização da Lei da Ficha Limpa significa um gesto de ingratidão a Cassol.
Contra
A coluna acertou mais uma vez. O senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) votou contra a flexibilização da Lei da Ficha Limpa. Confúcio entende que não se deve trazer de volta a competição eleitoral adversários fora do jogo do poder.
Prudência
O prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho) precisa recorrer à arte da prudência. Atualmente, embalado nas pesquisas de opinião pública com o jargão “vamos transformar a nossa Porto Velho”, precisa de serenidade para a tomada de decisões em relação à terceirização na Educação, Saúde, Limpeza Pública e Iluminação Pública.
Base
O vereador Dr. Breno Mendes (Avante-Porto Velho) confirmou à coluna que disputará uma cadeira na Assembleia Legislativa nas eleições do próximo ano. Breno informou que conta com base eleitoral em 37 municípios, além da capital, portanto, o possibilita a entrar na disputa para deputado estadual.
Cassação
Com 15 votos, a Câmara de Vereadores de Ji-Paraná cassou ontem (4) o mandato do vereador Wellington Góes da Fonseca (MDB) – Negão do Isaú, filho do ex-prefeito Isaú Fonseca. Os fatos narrados no relatório que motivou a cassação aconteceram no mandato passado, abrindo uma lacuna para o vereador cassado ingressar com ação no Poder Judiciário para reaver o mandato.
Sério
Falando sério, não se pode passar a mão na cabeça dos algozes da democracia. Neste caso, o acordo por anistia aos envolvidos na trama golpista para abolir o Estado democrático de direito é juridicamente uma afronta à Constituição e moralmente inaceitável. Quem pede anistia já está confessando o crime; por fim, a anistia é inconstitucional.
