Historiador Célio Leandro analisa a trajetória e os significados da celebração em Rondônia
Por Informa Rondônia - sábado, 06/09/2025 - 09h27
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Porto Velho, RO – Em Porto Velho, o desfile cívico-militar em homenagem à Independência do Brasil será realizado neste domingo (7), na Avenida Santos Dumont. A programação contará com militares, forças de segurança, instituições e a participação de 13 escolas estaduais. Outros municípios do estado também terão eventos semelhantes, que buscam destacar a união de famílias e a valorização de princípios democráticos.
O historiador Célio Leandro explica que a realização dos desfiles em Rondônia está ligada à criação de Porto Velho e ao hábito de relembrar as principais datas cívicas. “O desfile cívico, o apelo da população, com as instituições na praça, na rua, isso vai ganhar um entorno maior a partir de Getúlio Vargas”, afirmou. Segundo ele, a partir da década de 1930, a prática se intensificou, especialmente após a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Para o historiador, a tradição carrega relevância para Rondônia, cuja formação esteve diretamente ligada à presença militar, tanto em programas de ocupação quanto na abertura de estradas. Ele recorda que a criação do estado teve como figura central Jorge Teixeira, militar que foi o principal responsável por sua organização administrativa. “Tudo o que temos por associação administrativa e estado político hoje foi criado e moldado a partir dos militares”, disse Célio. O desfile militar, nesse sentido, reflete a integração entre civis e forças armadas no processo de construção do estado.
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Com o passar das décadas, a celebração ganhou novos significados. Até os anos 70 e 80, segundo o historiador, os desfiles eram vividos como momentos de reunião entre famílias, que se preparavam para acompanhar o evento. “Era um convívio familiar, os desfiles até a década de 80, 90, você tinha de fato esse sentimento, um patriotismo mais enraizado que vinha do seio da família”, relatou.
Nos últimos anos, a polarização política também influenciou a forma como a data é vivida, transformando a comemoração em um espaço de rivalidades ideológicas. O historiador reforça que não se deve confundir o caráter cívico do 7 de setembro com disputas políticas.
Célio ainda ressalta a importância da participação de pais, professores e da imprensa no processo de conscientização das novas gerações. Ele observa que, embora os jovens estejam inseridos no ambiente digital, as ferramentas virtuais também podem servir como meio de valorizar a data. “Um café da manhã em família, conversar sobre a data… Não é só uniforme desfilando, só uma banda tocando. Tem algo maior que isso, é a liberdade”, disse.
No campo institucional, a Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) também participa das celebrações ao reforçar os valores ligados à independência, como cidadania e autonomia estadual. A Casa de Leis atua na criação de normas, na fiscalização do Executivo e no debate de políticas públicas, ampliando a participação popular e incentivando eventos de preservação da memória histórica.
O presidente da Alero, deputado Alex Redano (Republicanos), afirmou que a data reforça o papel da população no fortalecimento da soberania. “O 7 de setembro nos lembra que a soberania da nação está nas mãos do seu povo. Como representantes eleitos, nosso papel na Assembleia Legislativa é garantir que essa voz seja ouvida, que os direitos sejam respeitados e que a nossa autonomia como estado seja fortalecida. Celebrar a Independência é celebrar a nossa própria responsabilidade em construir um futuro mais justo e próspero para Rondônia.
