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SENADOR DE RONDÔNIA
Confúcio Moura relembra ditadura e alerta: medo do comunismo marcou 1964 e “o discurso é sempre o mesmo”

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Senador de Rondônia narrou em primeira pessoa sua vivência no regime militar e destacou episódios de censura, perseguição e exílio

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 22/09/2025 - 09h52

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Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, publicou no último domingo, 21, um texto intitulado “Eu vivi a ditadura”, no qual relatou sua experiência pessoal durante o regime militar instaurado em 1964 e encerrado em 1985. O artigo apresentou uma série de recordações sobre o período histórico.

Segundo ele, a implantação do regime ocorreu quando ainda era adolescente. “1964, foi implantado no Brasil uma ditadura de 21 anos, chamada de ‘revolução’. E a coisa foi arrochando, como uma bigorna do ferreiro”, escreveu. O parlamentar observou que a justificativa para o golpe foi o temor de que o então presidente João Goulart instalasse o comunismo no país. “O discurso extremista é sempre o mesmo”, afirmou.

Confúcio Moura relatou que o sistema político foi modificado à época, com a criação do cargo de “senador biônico”, preenchido por nomeação direta. “Na Câmara o pau quebrava todo dia. Ninguém podia criticar o ditador de plantão. Descia da tribuna, cassado, preso e exilado”, registrou.

Ele detalhou que o regime implementou censura em diversos setores culturais. “Havia censura de música, de poesia e livro. Havia censura de programa de rádio e TV”, escreveu. O senador destacou ainda que artistas, cientistas, professores, políticos e jornalistas foram perseguidos, além de mencionar que até o ex-presidente Juscelino Kubitschek esteve entre os exilados.

Ao abordar os responsáveis pelo governo militar, o parlamentar afirmou: “Os milicos escolhidos para governar não sabiam governar. Mas, especializaram no ofício de torturadores.” Na sequência, recomendou a produção audiovisual “Ainda Estou Aqui” como forma de ilustração do que chamou de “tempos de chumbo”.

Confúcio Moura relacionou o momento vivido nos anos 1960 e 1970 com manifestações atuais. “Parece que ficou uma saudade oculta deste tempo, na atualidade, quando vejo tanta gente pedindo intervenção militar para salvar o Brasil. Importante ler a história, para que não se repita”, escreveu.

No artigo, o senador lembrou ainda que práticas autoritárias ocorreram antes de 1964. “Getúlio Vargas também fez o mesmo. Lá atrás, na Proclamação da República, 1889, com Deodoro e Floriano tivemos a introdução do modelo nefasto”, registrou. Ele concluiu o texto reforçando que há vasta literatura sobre experiências antidemocráticas no Brasil e no mundo, mas preferiu não detalhar casos específicos.

“Poderia aqui, tecer rosários de casos tenebrosos deste período, mas, vou ficar por aqui”, finalizou.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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