Duda Salabert confronta parlamentar de Rondônia em debate sobre projeto de alimentação nos presídios
Porto Velho, RO – A proposta de lei apresentada pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) sobre a alimentação no sistema prisional foi rejeitada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, decisão que originou um embate direto entre a parlamentar mineira e o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). O texto previa a melhoria das refeições servidas a pessoas privadas de liberdade, incluindo os detidos dos atos de 8 de janeiro de 2023.
Ao tratar do tema na comissão, Chrisóstomo declarou: “Respeitar um ser humano que está preso, presa, e que vocês não têm esse olhar.” Na sequência, Duda respondeu: “Eu gostaria que vocês defendessem também essas pessoas.” Ela explicou que sua iniciativa foi motivada por denúncias sobre a qualidade dos alimentos distribuídos nos presídios. “Eu apresentei um projeto para melhorar a qualidade da comida civil dos presídios, porque há várias denúncias de comida podre, azeda, com barata, que viola direitos humanos”, afirmou.
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Segundo a deputada, a proposta não avançou por ampla rejeição. “Esse projeto foi votado na Comissão de Segurança Pública e foi rejeitado por 99% dos deputados”, relatou. Dirigindo-se a Chrisóstomo, ela destacou que os presos dos atos de 8 de janeiro seriam contemplados. “Eu acho importante que os presos de 8 de janeiro comam de forma saudável, minimamente respeitando os direitos humanos, mas infelizmente seus colegas do partido PL votaram o contrário, porque eles querem que os presos de 8 de janeiro comam comida azeda, com pata de barata”, declarou.
Duda pediu que o deputado atuasse junto aos colegas de legenda. “Então tente sensibilizar seus deputados para rever esse projeto meu para que ele seja aprovado, porque o Brasil está sofrendo sanções internacionais, porque há contos firmados de que a comida é o mínimo que a gente pode garantir para resocializar essas pessoas do 8 de janeiro que cometeram um atentado contra a democracia brasileira”, disse durante a sessão.
Em publicação posterior em suas redes sociais, Salabert reiterou os pontos do projeto. De acordo com o texto compartilhado, a proposta assegura refeições adequadas, respeitando necessidades de saúde, práticas culturais e religiosas, e incentiva a produção agroecológica dentro do sistema prisional, com impacto ambiental reduzido e geração de trabalho. “Hoje, a fome e a comida estragada fazem parte da realidade de milhares de pessoas privadas de liberdade — o que fere a dignidade humana e até a saúde dos servidores que trabalham no sistema prisional”, escreveu. Em complemento, registrou: “Ninguém deve ter a fome como pena. Justiça também é garantir direitos básicos.”