Governador defende anistia ampla e diz que proposta em discussão no Congresso “não satisfaz”
Porto Velho, RO – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve em Brasília nesta segunda-feira (29) para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa foi a primeira vez que Tarcísio se encontrou com o ex-presidente após a condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado, e a segunda visita desde a decisão que determinou o cumprimento da pena em casa.
O encontro ocorreu na residência onde Bolsonaro está preso e contou também com a presença de dois de seus filhos: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL), de Balneário Camboriú (SC). Depois da reunião, Tarcísio declarou que não tratou diretamente sobre anistia com o ex-presidente, mas voltou a defender o perdão como medida de pacificação política.
“Eu acredito, sim, que a anistia é um caminho de pacificação. Muitas pessoas que estão presas não sabiam exatamente o que estavam fazendo. Já cumpriram pena, já entenderam que toda depredação é deplorável e condenável. O que aconteceu em 8 de janeiro é deplorável, é condenável, e não podemos estimular esse tipo de coisa”, afirmou.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
Ao comentar o projeto de lei da dosimetria, que trata da redução de penas, o governador avaliou que o texto em discussão “não satisfaz”. Segundo ele, não é possível discutir diminuição de sentenças “quando há pessoas presas por crimes que não cometeram”. Para Tarcísio, a saída deveria contemplar todos os condenados pelos atos de 8 de janeiro, inclusive o ex-presidente. “A anistia tem que ser para todos, incluindo o presidente Bolsonaro. É a única forma de virar essa página e, aí sim, priorizar os temas que precisam ser tratados pelo Congresso Nacional”, disse.
O governador também criticou a condução das investigações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, que estão sob relatoria de Alexandre de Moraes. Segundo ele, tais processos vêm sendo utilizados como “instrumento de pressão, principalmente contra políticos de direita”.
Ainda em Brasília, Tarcísio incluiu na agenda reunião com Vicente Santini, chefe da representação do governo paulista na capital federal. Ele não participou da posse dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes como presidente e vice-presidente do STF, embora tenha sido convidado.
Enquanto isso, no Congresso, a votação do PL da dosimetria segue sem definição. O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que não há previsão de apreciação imediata. O relator da proposta, deputado Paulinho da Força, havia indicado expectativa de votação até terça-feira (30) e chegou a associar a análise do texto ao andamento do projeto sobre isenção do imposto de renda, mas Motta negou que haja ligação entre as pautas.