Locomotiva da Madeira-Mamoré passa por recuperação sob gestão municipal para resgatar memória histórica e fomentar o turismo
Por Informa Rondônia - terça-feira, 30/09/2025 - 10h34
Porto Velho, RO – Às vésperas de completar 111 anos de fundação, no dia 2 de outubro, a capital de Rondônia retoma um marco de sua identidade histórica: a locomotiva Maria Fumaça Mikado número 18, que integrou a lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O projeto de restauração está em andamento e, segundo o prefeito Léo Moraes (Podemos), trata-se de um processo conduzido por especialistas da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).
O chefe do Executivo municipal afirmou que a iniciativa busca mais do que recuperar o funcionamento da locomotiva. “O objetivo não é apenas trazer de volta o apito da Maria Fumaça, mas devolver ao povo de Porto Velho um pedaço de sua identidade”, declarou Moraes em artigo publicado no portal Congresso em Foco.
A Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer coordena o trabalho, que envolve transformar o Complexo Ferroviário de Porto Velho em um espaço de relevância turística nacional. A proposta é gerar oportunidades de emprego, estimular o turismo histórico-cultural e aproximar as novas gerações das raízes ligadas à construção da ferrovia, obra erguida entre 1907 e 1912.
De acordo com Moraes, a demanda pela restauração da locomotiva Mikado nº 18 é antiga e reconhecida além das fronteiras locais. “É algo falado pelo mundo todo, devido ao vanguardismo da ferrovia, considerada a maior obra da humanidade até então”, escreveu o prefeito.
Além da revitalização do maquinário histórico, a prefeitura articula junto ao Ministério dos Transportes a recuperação de um trecho da própria ferrovia. A Madeira-Mamoré, construída para escoar a borracha boliviana pelo Rio Madeira, ficou marcada não apenas pelo feito de engenharia, mas também pela morte de milhares de trabalhadores, vítimas de doenças tropicais, como a malária. Por esse motivo, a estrada recebeu o apelido de “Ferrovia do Diabo”.
Para o prefeito, a reativação da Maria Fumaça nº 18 representa tanto um gesto de preservação quanto de homenagem. “A recuperação da Maria Fumaça número 18 não é apenas um ato de preservação; é um gesto de respeito à memória dos que tombaram e uma ponte para o futuro”, afirmou no texto.
Com a restauração, o município espera atrair visitantes, estimular o setor turístico e, ao mesmo tempo, valorizar a memória de gerações que participaram da história da capital. “A Maria Fumaça Mikado número 18 será mais do que uma locomotiva restaurada: será o sopro de memória e futuro que continuará movendo a capital de Rondônia”, concluiu Moraes.
Íntegra do artigo publicado por Léo Moraes no site Congresso em Foco
Memória e futuro
O renascimento da Maria Fumaça: memória e futuro nos trilhos da Madeira-Mamoré
Locomotiva da Madeira-Mamoré é restaurada para resgatar a história e impulsionar o turismo rondoniense
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Porto Velho completa 111 anos no dia 2 de outubro, carregando em sua essência a força da história e a esperança do futuro. Entre lembranças e desafios, um símbolo emblemático ressurge para a cidade e para todo o povo rondoniense: a Maria Fumaça Mikado número 18, locomotiva que fez parte da lendária Ferrovia Madeira-Mamoré.
Sob minha administração, a locomotiva está passando por um delicado processo de restauração realizado pelos técnicos da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), entidade reconhecida nacionalmente por manter vivos os trilhos da memória em dez trens turísticos espalhados pelo Brasil. O objetivo não é apenas trazer de volta o apito da Maria Fumaça, mas devolver ao povo de Porto Velho um pedaço de sua identidade.
A iniciativa da nossa Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer busca mais do que preservar um patrimônio: quer transformar o Complexo Ferroviário de Porto Velho em um espaço turístico de relevância nacional, gerando oportunidades de emprego e renda, fomentando o turismo histórico-cultural e aproximando novas gerações das raízes que moldaram a capital, repercutidas por histórias contadas por gerações que vivenciaram a construção da estrada de ferro no século passado.
É uma demanda antiga da população local. É algo falado pelo mundo todo, devido ao vanguardismo da ferrovia, considerada a maior obra da humanidade até então.
Restauração da locomotiva Mikado nº 18 devolve identidade e abre novas rotas de desenvolvimento para Porto Velho.
Restauração da locomotiva Mikado nº 18 devolve identidade e abre novas rotas de desenvolvimento para Porto Velho.Reprodução/Prefeitura de Porto Velho
Nosso projeto é ambicioso. Além da restauração da locomotiva, articulo com o Ministério dos Transportes a recuperação de um trecho da Ferrovia Madeira-Mamoré, construída entre 1907 e 1912 para escoar a borracha boliviana através do Rio Madeira. Um feito grandioso, mas marcado por dor: milhares de trabalhadores perderam suas vidas vítimas de doenças tropicais, sobretudo a malária, o que deu à estrada o triste apelido de “Ferrovia do Diabo”.
Hoje, mais de um século depois, Porto Velho busca ressignificar essa história. A recuperação da Maria Fumaça número 18 não é apenas um ato de preservação; é um gesto de respeito à memória dos que tombaram e uma ponte para o futuro. O apito que um dia ecoou sobre as águas do Madeira poderá soar novamente, não como lamento, mas como celebração da vida, da cultura e da capacidade de Porto Velho se reinventar.
Às margens do rio que testemunhou tanto esforço e sacrifício, renasce um símbolo. E com ele, renasce também a esperança de que os trilhos da história possam guiar a cidade rumo a novos caminhos de desenvolvimento, turismo e orgulho.
Porto Velho chega aos 111 anos de idade olhando para trás com gratidão e para frente com determinação. A Maria Fumaça Mikado número 18 será mais do que uma locomotiva restaurada: será o sopro de memória e futuro que continuará movendo a capital de Rondônia.
Léo Moraes
Prefeito de Porto Velho
