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NEVASCA NO MONTE EVEREST
Tempestade de neve deixa mais de 200 pessoas isoladas no Monte Everest

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Equipes de resgate atuam no lado tibetano da montanha após nevasca atingir turistas e alpinistas durante feriado nacional na China

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 06/10/2025 - 14h46

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Porto Velho, RO – Equipes de resgate foram mobilizadas para socorrer trilheiros e alpinistas retidos nas encostas do Monte Everest, no Tibete, após uma forte tempestade de neve atingir a região. De acordo com informações divulgadas pela mídia estatal chinesa, centenas de pessoas ficaram presas em acampamentos localizados a mais de 4.900 metros de altitude, na fronteira entre o Tibete e o Nepal.

As operações de resgate envolveram moradores locais e cerca de 300 socorristas, que trabalharam na remoção da neve e na abertura de trilhas bloqueadas. Segundo a emissora estatal CCTV e a agência Reuters, aproximadamente 350 pessoas foram levadas com segurança até a cidade de Qudang, enquanto cerca de 200 permanecem isoladas em pontos mais altos da montanha.

O fenômeno climático começou na noite de sexta-feira (3) e se intensificou ao longo do fim de semana, surpreendendo visitantes que participavam de trilhas durante a “Semana Dourada”, período de feriado nacional na China. As autoridades conseguiram estabelecer contato com os grupos ainda presos e pediram que se deslocassem para locais de encontro seguros.

Entre os sobreviventes está Chen Geshuang, de 29 anos, que relatou à Reuters as dificuldades enfrentadas durante a tempestade. “Estava tão úmido e frio que a hipotermia era um risco real”, disse. Ela explicou que seu grupo, formado por mais de dez pessoas, havia iniciado a caminhada em 4 de outubro com destino ao acampamento de Cho Oyu. O objetivo era concluir a rota em cinco dias, mas os planos mudaram após a nevasca se intensificar.

Segundo Chen, o grupo decidiu permanecer acampado após verificar uma previsão meteorológica que indicava melhora no tempo. No entanto, durante a madrugada, os ventos se fortaleceram e a neve passou a cair de forma contínua. “Quando acordamos na manhã seguinte, a neve já tinha cerca de um metro de profundidade”, relatou. A equipe então optou por retornar, caminhando por cerca de seis horas até encontrar moradores tibetanos que subiam carregando suprimentos para as equipes de resgate.

A equipe Blue Sky, do Tibete, informou ter recebido chamados sobre tendas que desabaram devido ao acúmulo de neve e casos de hipotermia entre os excursionistas. Em resposta, o governo local suspendeu a venda de ingressos e o acesso à área turística do Everest. Imagens divulgadas pela CCTV mostram socorristas distribuindo alimentos e orientando os resgatados a buscarem abrigo em locais seguros.

As condições climáticas extremas também afetaram regiões próximas. No Nepal, deslizamentos de terra e inundações causadas por fortes chuvas destruíram pontes e deixaram ao menos 47 mortos. Já na China continental, o tufão Matmo obrigou cerca de 150 mil pessoas a deixarem suas casas.

O Monte Everest, com 8.849 metros de altitude, é o ponto mais alto do planeta e um dos principais destinos turísticos do Himalaia. Em 2024, a área cênica do Everest recebeu 540,2 mil visitantes, número recorde registrado após investimentos do governo chinês em infraestrutura turística. Apesar disso, a escalada ao cume continua sendo uma atividade de alto risco, com registros frequentes de acidentes e mortes.

A obtenção de informações independentes sobre o Tibete é limitada. O acesso de estrangeiros à região depende de autorização especial, e jornalistas só podem entrar por meio de visitas oficiais organizadas pelo governo. Durante emergências, o controle sobre o fluxo de informações se torna ainda mais rigoroso, sendo as atualizações concentradas nos canais de mídia estatais.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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