Em relato publicado em seu blog, senador descreve como destinou recursos para construção de privadas e banheiros improvisados durante o mandato de deputado federal, destacando a evolução do saneamento básico no interior do país.
Porto Velho, RO – Em uma de suas crônicas no Blog do Confúcio, publicada no domingo, 19, sob o título “O vaso sanitário”, o senador Confúcio Moura narrou uma passagem pouco conhecida de sua trajetória política: o envio de recursos, ainda nos anos 1990, para a construção de banheiros simples destinados a famílias de baixa renda. O relato mistura memórias pessoais da infância no interior do Brasil com observações sobre o avanço do saneamento ao longo das décadas.
“Quando falo em vaso sanitário, refiro-me à própria evolução dos banheiros”, escreveu. Confúcio recordou que, nos anos 1950, era comum que as chamadas “casinhas” ficassem nos fundos dos quintais, sem qualquer estrutura de encanamento. “Não me lembro de ter visto, na casa de ninguém, um vaso de louça como os que temos hoje. Normalmente, era apenas uma laje com um buraco”, relatou.
Segundo ele, a experiência pessoal inspirou a criação de um projeto quando exerceu mandato como deputado federal, nos anos 1990. O objetivo era garantir condições mínimas de higiene a famílias pobres, sobretudo idosos, por meio de instalações rudimentares. “Destinei recursos para alguns municípios construírem privadas simples — com laje e buraco — destinadas a famílias pobres, especialmente aos idosos”, afirmou.
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O político explicou que, em alguns casos, o banheiro improvisado contava com um sistema artesanal de banho, feito com “uma roldana que puxava uma lata com um chuveiro acoplado”. O modelo foi desenvolvido com apoio técnico da Fundação SESP, que mantinha, em Ariquemes, uma oficina de saneamento. “Lá se fabricavam tanques de lavar roupa, tampas de fossa e outros equipamentos”, descreveu.
Com o tempo, segundo o senador, o grupo responsável pela oficina teve uma ideia considerada “magistral” à época: criar, em cimento, um vaso sanitário adaptado para o uso sentado. A inovação marcou o início de uma nova etapa nas políticas locais de saneamento. “Depois vieram a água encanada e as caixas de descarga, com a tradicional cordinha para puxar”, lembrou.
O texto também faz uma comparação entre o passado e o presente, ressaltando que hoje os banheiros se tornaram acessíveis à maior parte das famílias brasileiras, independentemente da renda. Ainda assim, o parlamentar observou que a desigualdade no acesso à higiene básica persiste em algumas regiões. “Apesar de todo esse avanço e conforto, ainda há pessoas que, em pleno século XXI, continuam fazendo suas necessidades no mato. O papel higiênico, para muitos, ainda é artigo de luxo”, escreveu.
Ao encerrar o relato, Confúcio destacou o quanto o país evoluiu em infraestrutura doméstica desde sua infância. “Saímos de um atraso profundo e testemunhamos uma grande evolução — inclusive a presença de banheiros dentro das casas, algo inimaginável no sertão dos anos cinquenta”, concluiu.