Auditores verificaram avanços no atendimento e estrutura, mas encontraram carências de profissionais, equipamentos e insumos em quatro unidades fiscalizadas
Por Informa Rondônia - segunda-feira, 27/10/2025 - 20h19
Porto Velho, RO – Quatro unidades de saúde da capital foram acompanhadas nesta segunda-feira (27) por equipes do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO), em mais uma etapa do Programa Permanente de Fiscalização da Saúde. As visitas ocorreram nas Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino, na UPA da Zona Sul e na Maternidade Mãe Esperança, com o objetivo de analisar o funcionamento dos serviços e as condições de atendimento à população.
Durante a ação, os auditores avaliaram o estoque de medicamentos, a realização de exames, o estado dos equipamentos, a limpeza dos espaços e o cumprimento das escalas de trabalho por parte dos profissionais de saúde. O levantamento apontou avanços em algumas áreas, mas também revelou falhas estruturais e operacionais que afetam o atendimento.
Na Maternidade Mãe Esperança, a equipe técnica constatou que, apesar da satisfação relatada por pacientes, a unidade enfrenta dificuldades causadas pela reforma em andamento, operando com capacidade reduzida. Foram identificados banheiros deteriorados, infiltrações e problemas na climatização. O quadro de pessoal permanece incompleto em setores como pediatria, obstetrícia, enfermagem, laboratório e ultrassonografia, especialmente nos turnos noturnos.
Na Policlínica José Adelino, o TCE verificou avanços na limpeza e nos serviços de exames, mas a estrutura física necessita de pintura e reparos. Alguns equipamentos apresentavam ferrugem ou estavam inoperantes, e o banheiro para pessoas com deficiência não possui assento. Também foram observadas falhas na oferta de insumos e medicamentos, ausência de ambulância própria e de responsável administrativo, além da falta de profissionais em áreas essenciais.
A fiscalização na UPA da Zona Sul apontou a inexistência de uma sala de isolamento para pacientes com doenças infectocontagiosas, como tuberculose e HIV. “Isso tem levado ao uso da ala pediátrica para esses casos, comprometendo leitos infantis”, explicou o auditor de controle externo André Italiano. A unidade também registrou reclamações sobre a baixa qualidade de cateteres e falta de reagentes laboratoriais. Em contrapartida, o atendimento, a limpeza e o funcionamento dos equipamentos foram considerados satisfatórios.
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Na Policlínica Ana Adelaide, os auditores observaram empenho das equipes e boa qualidade no atendimento, mas destacaram a superlotação causada pela permanência de pacientes que aguardam transferência para unidades de maior complexidade, alguns há mais de três dias. O sistema informatizado, que zera os registros diariamente, foi apontado como falho, pois deixa de registrar pacientes internados por mais de um dia. Também foram registradas ausências em plantões de enfermagem e a falta de chuveiro na sala de observação.
Durante as visitas, o TCE manteve diálogo com pacientes e servidores. “Essa parceria com o Tribunal de Contas é muito importante, porque melhora e muito o atendimento para a população, além do nosso trabalho”, afirmou o enfermeiro Welington da Silva. O técnico Raimundo Nonato Sena avaliou que “tem de fiscalizar para que haja esse retorno para a população”. Já Dulcilene Trindade Silva disse que “por isso precisa mesmo da fiscalização do Tribunal, para melhorar esse atendimento”.
O enfermeiro Welington Vieira ressaltou que “o apoio do Tribunal nos ajudou a fazermos três regulações, trazendo melhoria para os pacientes”. A técnica de enfermagem Ana Emaculada afirmou ter “consciência da importância desse trabalho para a melhoria do atendimento para a população”.
O secretário-geral adjunto de Controle Externo do TCE-RO, Régis Ximenes, destacou que o órgão mantém o compromisso de estar próximo da sociedade. “É assim que o Tribunal se posiciona: sempre estando mais próximo da população para que haja um serviço de qualidade”, disse.
Os dados levantados serão consolidados em relatórios técnicos, com recomendações e encaminhamentos à administração municipal, com o objetivo de que as medidas corretivas resultem em melhorias reais nos serviços prestados à população.
