Cerca de 150 agentes participaram da ação coordenada pelo Ministério Público de Rondônia, que investiga grupo acusado de loteamento ilegal e exploração de madeira em área protegida
Por Informa Rondônia - terça-feira, 28/10/2025 - 11h31
Porto Velho, RO – Cerca de 150 agentes públicos atuaram nesta terça-feira (28) no cumprimento de medidas judiciais que integram a Operação Safe Green, conduzida pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO). A ação tem como objetivo investigar um grupo acusado de promover invasões, loteamento e exploração ilegal de madeira dentro da Estação Ecológica de Samuel, unidade de conservação situada entre os municípios de Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste.
A operação foi articulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucam/Gaema), com o apoio das Polícias Civil e Militar, Polícia Técnico-Científica (Politec), Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (Fitcco) e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam). Também participaram o Gaeco dos Ministérios Públicos do Paraná e de Santa Catarina, além da Polícia Civil do Mato Grosso.
De acordo com as investigações, o grupo teria ocupado irregularmente a área e vendido lotes de forma clandestina, promovendo desmatamento que chegou a quase quatro mil hectares entre 2020 e 2022. Os crimes apurados incluem dano em unidade de conservação, exploração e comércio ilegal de madeira, impedimento de regeneração de florestas, invasão de terras públicas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
As apurações indicam que duas associações foram utilizadas para dar aparência de legalidade às atividades ilícitas. Há registros de venda e divisão de lotes, cobrança de mensalidades e prestação de assistência jurídica voltada à manutenção das ocupações.
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As medidas autorizadas pela 1ª Vara de Garantias de Porto Velho abrangem municípios de Rondônia como Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, São Miguel do Guaporé, Itapuã d’Oeste, São Francisco do Guaporé, São Felipe d’Oeste, Candeias do Jamari e Nova Califórnia. Também foram cumpridos mandados em Colniza e Comodoro (Mato Grosso), Pouso Redondo (Santa Catarina) e Colombo (Paraná).
Entre as determinações judiciais estão 28 mandados de busca e apreensão domiciliar, veicular e pessoal; quebra de sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal; proibição de contato entre os investigados e de acesso às áreas da Estação Ecológica Samuel e às sedes das associações envolvidas. Cinco integrantes das diretorias devem ser monitorados por tornozeleira eletrônica, e as atividades das entidades investigadas foram suspensas. O descumprimento das medidas pode resultar em prisão preventiva.
O material apreendido será analisado pelo Gaeco e pelo Nucam/Gaema para identificar outros envolvidos, financiadores e o caminho do dinheiro proveniente das atividades ilegais, que podem ter movimentado mais de R$ 6 milhões apenas com a venda de lotes.
A Operação Safe Green visa interromper a degradação na Estação Ecológica de Samuel e garantir a responsabilização dos autores pelos danos ambientais e pelo descumprimento de decisões judiciais de proteção à área.
