O termo “narcoterroristas” atribuído ao Comando Vermelho serve para validar o discurso dos EUA para derrubar governos não alinhados à Casa Branca na América Latina
CARO LEITOR, uma ação policial realizada na tarde de ontem (28) deixou ao menos 64 pessoas mortas no Rio de Janeiro. Além disso, dois policiais civis e dois policiais militares morreram na ação e quinze policiais ficaram feridos, sendo oito deles do Bope (a tropa de elite da PM) e cinco da Polícia Civil, incluindo um delegado que está em estado grave. O confronto entre a polícia e o Comando Vermelho (CV) deixou diversas zonas urbanas da segunda maior cidade do país com um cenário de guerra, com caos nas ruas, tiroteios, barricadas e veículos queimados. A operação de combate ao CV gerou ainda uma disputa de narrativas entre o governador de extrema-direita do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), e a gestão do presidente Lula (PT-SP), com troca de acusações e responsabilidade de ambos os lados. Por sua vez, a guerra de narrativa interessa ao bolsonarismo e à extrema-direita que governam pelo medo e pela ideia de um inimigo invisível. No fundo, desloca a culpa da violência no país para “o tráfico de drogas”, escondendo o papel do próprio Estado na crise da segurança pública por conta da falta de valorização da educação e no combate à desigualdade social.
Combate
A imprensa alinhada à extrema-direita, bem como parlamentares da bancada da bala, chamou a ação policial de combate ao CV como combate aos “narcoterroristas”. O termo é uma estratégia política e serve para validar o discurso dos EUA para derrubar governos não alinhados à Casa Branca na América Latina.
Segurança
O governador da extrema-direita, Cláudio Castro (PL-RJ), declarou que as forças de segurança atuaram nos complexos do Alemão e da Penha contra a expansão territorial do Comando Vermelho, considerada a maior facção do Rio de Janeiro e um dos principais grupos criminosos do país.
Audácia
A audácia dos integrantes do Comando Vermelho foi tão grande que chegaram a usar drones para lançar bombas contra as equipes policiais e montaram diversas barricadas para atrasar o avanço das forças de segurança. Além disso, também há relatos de troca de tiros que duraram mais de 12 horas.
Dificuldade
A ação policial nos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro joga a segurança pública novamente no centro da campanha eleitoral de 2026. A extrema-direita tenta culpar o Governo Federal, expondo um problema em que o discurso bolsonarista é o mais conhecido. Já a esquerda tem dificuldade para lidar com a questão de combate à violência e à criminalidade por conta da bandeira dos direitos humanos para bandidos.
Disposição
No podcast Resenha Política com Robson Oliveira, o secretário-chefe da Casa Civil, Elias Rezende, confirmou a disposição do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) de deixar o cargo em abril próximo para disputar uma vaga ao Senado nas eleições do próximo ano.
Reciprocidade
O secretário-chefe da Casa Civil, Elias Rezende, no podcast Resenha Política com Robson Oliveira, revelou que o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) sinalizou uma reaproximação com o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho), porém, não houve reciprocidade.
Rachado
Diante do cenário colocado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Elias Rezende, caso o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) se desincompatibilize do cargo em abril próximo para disputar o Senado, deverá seguir rachado politicamente com o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho)?
Declarou
O vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho) já declarou publicamente em diversas entrevistas que o seu candidato a senador é o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho). Então é meio controversa a fala de Sérgio com a fala do secretário-chefe da Casa Civil, Elias Rezende.
Tabuleiro
Falando em controvérsia, lideranças políticas afirmam e reafirmam que a disputa pelo Palácio Rio Madeira está aberta nas próximas eleições. Uma fala controversa para quem não consegue enxergar as peças no tabuleiro do xadrez político no âmbito estadual.
PL
No PL, por exemplo, a legenda bolsonarista conta com três nomes para lançar na disputa majoritária. A legenda conta com o nome do senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), do agropecuarista Bruno Scheid (PL-Ji-Paraná) e, possivelmente, do deputado federal Fernando Máximo, hoje filiado no União Brasil, porém, não sabe o que quer quando flerta com o Republicanos e o Podemos. Máximo parece Alice no País das Maravilhas.
Progressista I
No caso da federação partidária União Progressista – UP, formada pelo União Brasil e PP, o partido conta com o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho). Ele será candidato natural à reeleição caso assuma o governo em abril próximo mediante desincompatibilização do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) para disputar uma vaga ao Senado.
Progressista II
Já para o Senado, a federação partidária União Progressista (UP) conta com os nomes do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), da deputada federal Silvia Cristina (PP-Ji-Paraná) e da ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil-Porto Velho).
PSD
O PSD do ex-senador Expedito Júnior (PSD-Rolim de Moura) conta com a pré-candidatura a governador do prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD-Cacoal). Esse poderá ganhar reforço na chapa majoritária com o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), caso esse deixe a federação partidária União Progressista – UP.
Nomes
Os partidos da Caminhada Esperança PT, PCdoB, PV, MDB, PDT, PSB, Cidadania, Rede e PSOL, contam com os nomes do senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná), advogado Samuel Costa (Rede-Porto Velho), Neidinha Suruí (Rede-Porto Velho), Vinicius Miguel (PSB-Porto Velho) e do ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (sem partido).
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
Calculo
Analisando os nomes colocados na esquerda rondoniense para formação de uma chapa majoritária, calculo que deverá seguir rachada no futuro próximo. Ou seja, caso o senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) seja convencido pelo ex-senador Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná) a disputar o Palácio Rio Madeira. Acir ficaria com a vaga de candidato a senador. Daí o advogado Samuel Costa e Neidinha Suruí disputariam o governo e o Senado, respectivamente.
Palanque
Mas caso o senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) não aceite disputar o Palácio Rio Madeira e buscar a reeleição, tanto ele como o ex-senador Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná) podem dividir palanque como candidatos a senadores e tentar convencer Vinicius Miguel (PSB-Porto Velho) e o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (sem partido) a entrar na disputa para virar inquilino do Palácio Rio Madeira.
Sobrou
Falando em disputa, Vinicius Miguel (PSB-Porto Velho) não tem problemas com a justiça, mas deverá caminhar com o Podemos. Já o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (sem partido) ainda enfrenta disputas judiciais, o que pode tirá-lo da disputa majoritária e contaminar a possível chapa encabeçada por ele. Neste caso, restaria ao PT, PCdoB, PV, MDB, PDT, PSB, Cidadania, Rede e PSOL, caminhar com o que sobrou, o advogado Samuel Costa (Rede-Porto Velho).
Rejeite
Caso a frente de partidos de esquerda rejeite o nome do advogado Samuel Costa (Rede-Porto Velho) como pré-candidato e candidato a governador nas eleições de 2026, ele racha a esquerda. Por sua vez, já conta com uma candidata a senadora, a indigenista e ativista ambiental Neidinha Suruí (Rede-Porto Velho).
Quebrar
Historicamente, a população rondoniense não gosta de indígenas e ativistas ambientais. Neidinha Suruí (Rede-Porto Velho) é conhecida em escala nacional e mundial por conta das entrevistas, mas em Rondônia ninguém tem acesso ao conteúdo. Para quebrar essa resistência, precisa se tornar mais presente na imprensa estadual.
Isolado I
Quem segue isolado na competição pelo Palácio Rio Madeira é o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), ele já até admitiu que pode declinar para disputar uma cadeira na Câmara de Deputados. De repente, para quebrar o isolamento político na disputa pelo governo de Rondônia, poderia trazer ao jogo o ex-senador Valdir Raupp, atualmente filiado ao MDB e muito conhecido no interior. Neste caso, poderia abrir caminhos para Hildon além do Candeias.
Isolado II
Quem também segue isolado na disputa pelo Palácio Rio Madeira é o ex-candidato a prefeito de Porto Velho e pré-candidato a governador pelo partido Novo, advogado Ricardo Frota (Novo-Porto Velho). Esse último, mesmo impedido de participar dos debates por força da legislação eleitoral nas eleições de 2024, não ficou em último lugar na disputa pelo Prédio do Relógio na capital.
Cereja
O Podemos será a cereja do bolo nas eleições de 2026. A legenda é comandada pelo prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho) e pode lançar candidaturas majoritárias com os nomes do prefeito de Vilhena, delegado Flori Júnior, e o deputado estadual Rodrigo Camargo (Republicanos-Ariquemes) ao Senado, bem como fazer uma composição com o PL, União Brasil ou PSD.
Acirrada
A eleição também estará acirrada para a Assembleia Legislativa no território político de Porto Velho por conta dos deputados estaduais candidatos à reeleição, bem como dos candidatos neófitos e dos vereadores da capital envolvidos na competição eleitoral do próximo ano.
Reeleição
Os deputados estaduais Alan Queiroz (Podemos-Porto Velho), Marcelo Cruz (PRTB-Porto Velho), Ribeiro do Sinpol (PRD-Porto Velho), Ieda Chaves (União Brasil-Porto Velho), Eyder Brasil (PL-Porto Velho), Jean de Oliveira (MDB-Porto Velho) e Edevaldo Neves (PRD-Porto Velho) disputarão a reeleição no próximo ano. Neste caso, a escolha do partido vai definir quem vai manter a cadeira na Alero.
Neófitos
Entre os neófitos candidatos a deputado estadual, destaco os nomes de Célio Lopes (PDT-Porto Velho), Dr. Benedito Alves (Solidariedade), Paulo Moraes Júnior (Podemos-Porto Velho), Dr. Luiz Ferrari (sem partido), Sandro Rocha (União Brasil-Porto Velho), André do Sinjur (sem partido) e Edwilson Negreiros (PSDB-Porto Velho). Neste caso, a escolha do partido e da nominata será a chave do sucesso.
Facilita
Os vereadores da capital, Márcio Pacele (Republicanos-Porto Velho), Adauto do Bandeirantes (Republicanos-Porto Velho) e Fernando PM (Republicanos), deverão disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Desse modo, facilita a construção da nominata do Republicanos e deixa mais confortável a reeleição do deputado estadual Alex Redano (Republicanos).
Candidatos
Os vereadores Dr. Gilber e o Pastor Bruno, ambos do PL, bem como Dr. Breno Mendes e Zé Paroca do Avante, também serão candidatos a deputado estadual nas eleições do próximo ano. No mesmo intuito, os vereadores Geovane Ibiza (Agir-Porto Velho), Dr. Santana (PRD-Porto Velho) e Marcos Combate (Agir-Porto Velho).
Peso
A vereadora Elis Regina (União Brasil-Porto Velho) e o vereador Pedro Geovar (PP-Porto Velho) também desejam disputar um mandato de deputado estadual. O problema de Pedro e Elis é o peso da nominata da federação União Progressista (UP). Neste caso, oito deputados estaduais deverão buscar a reeleição pela federação UP.
Sério
Falando sério, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) afirmava não existir ligação do crime organizado com a política. Daí o jornal O Globo publicou uma sessão de fotos do governador Castro ao lado do ex-vereador e deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias (MDB-Rio de Janeiro), investigado como principal fornecedor de armas do Comando Vermelho. Se uma imagem vale mais que mil palavras, imagina quatro imagens.









