O Brasil não pode perder a soberania para os territórios do crime
CARO LEITOR, na última quinta-feira (29), entre corpos perfurados de balas, decapitados, esfaqueados, decepados e desfigurados por conta da ação policial da Operação Contenção no Complexo da Penha e do Alemão, a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, transformou-se em um necrotério ao ar livre. Dezenas de cadáveres estendidos no chão ao ar livre ganharam as redes sociais com fala de indignação e aprovação. Para a esquerda: chacina; para a extrema-direita: palanque eleitoral; já para a direita que segue a reboque da extrema-direita, oportunismo. Neste caso, a esquerda chama de chacina porque o arcabouço normativo da investigação policial, o flagrante, a prisão e o devido processo legal foram relativizados. Palanque eleitoral para a extrema-direita por conta das bandeiras políticas da pauta de costumes e de segurança pública dos seus representantes. Oportunismo da direita porque perdeu a oportunidade de apresentar um discurso em defesa das instituições e de políticas públicas voltadas para educação, o bem-estar social, a cultura, o esporte e lazer como receita para combater o crime. Diante do exposto, o Brasil não pode perder a soberania para os territórios do crime e continuar sendo um Titanic navegando sem um projeto de poder de nação e mergulhando em profundas contradições políticas, econômicas e culturais.
Dividendos
A “Operação Contenção”, como palanque eleitoral, rendeu dividendos políticos eleitorais para o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), ao ponto de ganhar instantaneamente notoriedade e milhares de seguidores nas redes sociais.
Popularidade
Cláudio Castro (PL-RJ), até antes da “Operação Contenção”, era um governador desacreditado e sem demonstrar capacidade de entrega aos fluminenses. Desesperado para recuperar a popularidade perdida e conseguir uma vaga no Senado nas próximas eleições, parte para o combate ao Comando Vermelho (CV).
Cancelado
Contudo, quem critica a ação do governo fluminense contra o CV é carimbado como “defensor de bandido”. Já quem defende “bandido bom é bandido morto”, não passa de um fascista. Mas eu, como filho de coronel e conhecendo o sistema prisional por dentro, digo: quem enfrenta a polícia deve ter o CPF cancelado.
Desvencilhar
Na guerra de narrativas, a extrema-direita exalta a necropolítica mediante o saldo de bandidos, policiais e inocentes mortos na Operação Contenção. Já a direita emburrecida, não consegue se desvencilhar do bolsonarismo.
Sebastianismo
A direita brasileira, com o episódio da Operação Contenção, repito, prefere ficar presa ao Bolsonarismo do que apresentar um projeto de Estado-nação desenvolvimentista para o país. Parece até uma obsessão ver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) como encarnação do Rei português Sebastião e do sebastianismo que paralisou Portugal.
Discurso I
O senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) durante o seu discurso no seminário temático promovido pela subcomissão CRATerras, da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, no âmbito da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO) na sexta-feira (31), subiu o tom implicitamente contra o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho).
Discurso II
O senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) dirigiu implicitamente o seu discurso ao governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), afirmando: “o que acontece em Rondônia tem a ver sim com o Governo do Estado de Rondônia”. E cobrou respeito ao povo de Rondônia.
Discurso III
Na sequência do seu discurso implícito de ataque ao governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) deixou entre linhas que Rocha “não sai de casa pra ver como que acontece a vida real lá fora. Não vai lá pra ouvir a comunidade, não vai lá pra discutir com quem está sofrendo, porque não pode vender o seu boi, porque não pode tirar o seu produto da propriedade e depois vem falar o seguinte, isso aí não tem nada a ver com o Governo do Estado de Rondônia”.
Bancada
O senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) também rebateu a fala do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) no tocante à omissão da Bancada Federal, ou seja, “que não faz nada”. Rogério disse ainda que a “Bancada Federal está fazendo e fazendo muito e há muito tempo por Rondônia e pelos produtores rurais mostrando um documento encaminhado à FUNAI”.
Documento
Segundo o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), ele encaminhou documento ao FUNAI e ao INCRA sobre a questão da área em litígio no entorno da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau. Rogério afirmou que os referidos órgãos reconhecem o erro técnico e não resolvem por conta de questões ideológicas ambientais mediante ao ativismo indigenista-ambiental.
Nominata
O senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) afirmou à coluna que os três deputados estaduais deixarão o MDB na janela partidária e a construção da nominata de candidatos dispostos a conquistar uma cadeira no parlamento estadual ficará reservada para candidatos na média de corte, ou seja, em torno de oito mil votos.
Representação
O MDB, como partido grande, focando e apostando numa nominata mediana para manter assentos na Assembleia Legislativa de Rondônia – ALERO, pode correr o risco de não eleger ninguém e, pela primeira vez na sua história partidária, ficar sem representação política na ALERO.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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Consultado
Falando em partido grande, o ex-secretário de Agricultura (SEAGRI), Evandro Cesar Padovani, foi consultado por um partido grande para se lançar na disputa ao Governo de Rondônia nas próximas eleições. Padovani é do Cone-sul do estado e carrega um perfil semelhante ao presidente argentino Javier Milei.
Desafio
À frente da SEAGRI, o agropecuarista Evandro Cesar Padovani fez um grande trabalho para fortalecer a agricultura familiar e o agronegócio rondoniense. Além de fazer crescer a Rondônia Rural Show. Caso Padovani tope o desafio, pode deixar o cenário ainda mais imprevisível na disputa pelo Palácio Rio Madeira nas próximas eleições.
Desembargadora
A coluna acertou com o resultado da eleição ocorrida na tarde de ontem (03), resultando na escolha da juíza Inês Moreira da Costa para assumir o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO). A magistrada torna-se a primeira magistrada promovida sob a regra de paridade de gênero instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Voz
O deputado estadual Ribeiro do Sinpol (PRD-Porto Velho) está sendo a voz do servidor público estadual na Assembleia Legislativa de Rondônia. Ribeiro, como sindicalista, dialoga com sindicatos de qualquer natureza para defender os interesses de diversas categorias.
Comando
O Partido da Renovação Democrática (PRD-25), resultado da fusão do Patriota e PTB, com uma dívida de quase meio milhão de reais perante a Justiça Eleitoral, deverá trocar de comando brevemente em Rondônia.
Movimenta
O ex-deputado Nilton Capixaba (PRD-Cacoal), a pedido do Diretório da Executiva Nacional do PRD, movimenta o partido para encontrar nomes para quitar a dívida na Justiça Eleitoral e ficar redondinho para disputar cargos eletivos nas próximas eleições.
Aguardar
Caso aconteça a troca de comando do PRD em Rondônia, o irmão do vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho), Fábio Gonçalves, perderá o comando da legenda no âmbito estadual. Agora, é aguardar os próximos capítulos.
Natal
O prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho) anunciou a maior árvore de Natal da história de Porto Velho no Parque da Cidade, ou seja, com 36 metros, show de música e luzes píxel de led, praça de alimentação com 40 casinhas temáticas e pista de patinação de gelo.
Esquecimento
A gestão do prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho), voltada para a promoção de grandes eventos, vai colocando aos poucos a gestão do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho) no esquecimento. Hildon teve uma gestão marcada por realização de obras, enquanto Léo deseja deixar a sua marca de festeiro e tocador de obras ao mesmo tempo.
Comprou
Falando em deixar a sua marca, a gestão do prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho), como a coluna anunciou antecipadamente, efetuou a compra do Hospital das Clínicas pelo valor de R$ 39 milhões para servir de Hospital Universitário em parceria com a UNIR. O negócio abrange não apenas o edifício principal, mas também galpões e terrenos adjacentes, que a prefeitura destinará a futuras expansões e à construção de um estacionamento.
Críticas
O vereador Marcos Combate (Agir-Porto Velho) mirou suas críticas para a CAERD. Segundo ele, em 2023, a AGERO autorizou um aumento de cerca de 70% nas tarifas de água e esgoto da CAERD. No ano em curso, AGERO novamente autorizou mais um reajuste de 4,42% sem oferecer melhorias no serviço.
Desrespeitoso
Para o vereador Marcos Combate (Agir-Porto Velho), enquanto a conta sobe, a água continua faltando, chega barrenta nas torneiras e o esgoto segue sem tratamento em quase toda a cidade. Combate diz que é uma vergonha o povo continuar pagando mais caro e continua recebendo da CAERD um serviço precário e desrespeitoso.
Sério
Falando sério, é preciso reconhecer o desencanto da população com o poder público pelo fato de grande parte da população ser vítima da desigualdade social e da truculência policial. Mas o mais importante ainda é o fato de as facções criminosas criarem seus próprios territórios do crime e desafiar o Estado-Nação no intuito de tomar o país para si. Tais facções já se infiltrou na economia, na política, no poder público e precisam ser contidas.









