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CRIME ORGANIZADO
Operação Godos é deflagrada pelo MPRO em quatro estados contra grupo criminoso

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Ação cumpre 170 mandados e bloqueia mais de R$ 2 bilhões em bens ligados a crimes de extorsão, homicídio e danos ambientais

Por Informa Rondônia - quarta-feira, 12/11/2025 - 15h03

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Porto Velho, RO – Uma operação de grande porte foi deflagrada nesta quarta-feira (12/11/2025) pelo Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Denominada Operação Godos, a ação visa desmantelar uma organização criminosa envolvida em extorsões, esbulho possessório violento, crimes ambientais, tortura, furtos, roubos, homicídios, posse e porte ilegal de armas, além de ameaças contra posseiros e proprietários rurais na região de Nova Mutum Paraná, em Porto Velho.

Mais de 500 profissionais participam da operação, incluindo promotores de Justiça, policiais, peritos e servidores. A ação tem apoio da Polícia Militar, Polícia Civil, Politec, Corpo de Bombeiros, Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (FTICCO), Sesdec, Sedam, DER, além do Gaeco do Ministério Público de Mato Grosso e das Polícias Civis do Amazonas e do Pará.

As equipes cumprem mandados em quatro estados — Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará — abrangendo uma extensa área. Em Rondônia, as diligências ocorrem em Porto Velho, Nova Mutum Paraná, União Bandeirantes, Nova Dimensão, Nova Mamoré, Buritis, Ji-Paraná, Guajará-Mirim, Jaru, Rolim de Moura, Cerejeiras, Vila Nova Samuel, Candeias do Jamari, Cacoal, Costa Marques, Jacinópolis, Castanheiras e São Carlos.

A operação executa 50 mandados de prisão temporária e 120 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Garantias da Comarca de Porto Velho. Além disso, foram determinadas medidas de bloqueio e indisponibilidade de bens, valores e direitos que totalizam R$ 2.052.919.545,16. O valor corresponde aos prejuízos materiais, ambientais e climáticos apurados. De acordo com o MPRO, trata-se da maior operação já realizada no estado em uma única investigação, considerando o número de investigados e o volume de recursos bloqueados.

As apurações começaram em setembro de 2022, após denúncia que indicava a atuação de um grupo organizado e violento na zona rural de Porto Velho, especialmente na região de Nova Mutum. O grupo utilizava ameaças e armas de fogo, inclusive de uso restrito, para obrigar vítimas a transferirem a posse de terras a terceiros, simulando contratos de cessão onerosa. As vítimas eram coagidas sob risco de agressões, destruição de bens, furtos, roubos ou morte.

O esquema também envolvia exploração ilegal de recursos naturais e comercialização das áreas obtidas, seguida de lavagem de dinheiro. Os valores eram disfarçados por meio de empresas de fachada, transações imobiliárias ilícitas e uso de intermediários. As investigações constataram desmatamento de aproximadamente 25 mil hectares, o equivalente a cerca de 35 mil campos de futebol.

Levantamento bancário autorizado pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho apontou movimentações financeiras superiores a R$ 110 milhões entre 2020 e 2025.

O Ministério Público de Rondônia destacou que seguirá atuando no combate ao crime organizado, reafirmando seu compromisso com a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses da sociedade.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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