Ação realizada em Guajará-Mirim e Nova Mamoré aprofunda apurações sobre invasões, desmatamento e ataque registrado em 2024 na TI Igarapé Lage.
Porto Velho, RO – As análises de materiais reunidos em operações anteriores permitiram à Polícia Federal identificar novos suspeitos ligados às invasões ocorridas na Terra Indígena Igarapé Lage. A partir dessas informações, mandados de busca e apreensão foram executados nesta quarta-feira, em continuidade às investigações sobre ocupação irregular e danos ambientais na região.
O território, demarcado em 1981, abriga aproximadamente mil moradores distribuídos em mais de seis aldeias. Desde o fim de 2022, foram mapeados mais de 800 hectares de área desmatada. Verificou-se que a área chegou a ser fracionada ilegalmente pelo grupo investigado, que dividiu cerca de 70 quilômetros quadrados em 100 lotes, apesar de se tratar de área pública de uso exclusivo das comunidades indígenas.
As apurações indicam que os investigados atuaram de forma organizada, promovendo desmatamento em grande escala e ocupação da terra para fins de comercialização. Também foi apontado que, em agosto de 2024, uma residência e uma motocicleta pertencentes a uma família indígena foram incendiadas por indivíduos encapuzados, que efetuaram disparos de arma de fogo e forçaram os moradores — incluindo crianças — a deixar o local.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES

Entre 2024 e 2025, a Polícia Federal, com apoio de órgãos ambientais, forças de segurança e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, realizou dez ações na área. Nessas incursões, invasores foram retirados, estruturas clandestinas foram inutilizadas e houve apreensão de equipamentos, madeira e veículos, além da destruição de pontos utilizados para facilitar o acesso ao território.
Nesta quarta-feira, cinco mandados expedidos pela Justiça Federal foram cumpridos na nova fase da Operação Lage em Chamas, deflagrada em Guajará-Mirim e Nova Mamoré para enfrentar crimes de grilagem e incêndio criminoso na área indígena. Os envolvidos poderão responder por associação criminosa, desmatamento, ocupação ilegal de terras públicas e pelo ataque registrado contra a família indígena.




