COLUNA FALANDO SÉRIO: Ganha eleição quem erra menos!
Prof. Herbert Lins – DRT 1143
29/09/24 – terça-feira
Na coluna de 15 de março, citei trechos do capítulo 3 do livro de minha autoria “Marketing Eleitoral: É candidato? Seja um vencedor!”, quando afirmo que ganha eleição o candidato que erra menos. No mesmo capítulo, chamo a atenção para o volume de campanha que deve crescer gradualmente do início ao fim, do contrário, pode levar uma campanha vitoriosa ao fracasso, para não dizer uma derrota. Sigo afirmando que o Marketing Eleitoral não pode tentar distorcer a natureza do candidato e seu conteúdo, mas destacar suas qualidades junto aos eleitores de maneira mais transparente e humanizada. Por sua vez, afirmo que a candidatura é uma condição de um indivíduo em ser candidato para um cargo por aspiração ou propósito. Daí a necessidade do candidato se adequar ao público-alvo através da pesquisa qualitativa e da comunicação política, demonstrar suas qualidades em relação aos adversários e, obviamente, revelar que possui mais conhecimento, compromisso, competência e capacidade de entrega de resultados. Por fim, com o advento das redes sociais, errar menos é a única estratégia que ainda funciona para ganhar uma eleição.
Decepcionado
No livro de minha autoria, “Marketing Eleitoral: É candidato? Seja um vencedor!”, escrevo que grande parte do eleitorado está decepcionado com os partidos e hostilizando os políticos, inclusive, são resistentes a sair de casa para votar. Neste caso, ficar atento ao fenômeno do aumento das abstenções e alerto que o candidato precisa ficar atento para ganhar mais apoios do que perdê-los.
Rejeição
A candidata Mariana Carvalho (União Brasil), além da rejeição criada a ela mesma devido às fake news que demoraram para ser combatidas, atraiu para si a rejeição da gestão do prefeito Hildon Chaves (PSDB) e do governador Coronel Marcos Rocha, em especial, dos praças da Polícia Militar e professores, tanto do município quanto da rede estadual.
Alerta
O resultado eleitoral de domingo poderia servir à pequena frase famosa: “eu te avisei!” Contudo, no livro de minha autoria, recomendo evitar ouvir os “palpites” e “palpiteiros”, mas não ignorar os “alertas” ou “sinais”. Entretanto, existe uma enorme diferença entre essas três palavras, em especial, a palavra alerta.
Alertei I
Em colunas pretéritas, afirmei que a candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) estava cometendo os mesmos erros da campanha para o senado nas eleições de 2022 e isso poderia lhe custar a vitória para suceder o prefeito Hildon Chaves (PSDB) no Prédio do Relógio.
Alertei II
Alertei da necessidade de responder aos ataques recebidos por adversários. Caso não quisesse responder explicitamente, que respondesse implicitamente, o que não poderia era ficar sem esclarecer os fatos para os eleitores. Mas a cúpula da campanha respondia à coluna que “não se deve responder quem está atrás nas pesquisas”.
Cometeu
O marketing da campanha da candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) cometeu erros homéricos, tanto nas estratégias de comunicação, bem como nas estratégias eleitorais de persuasão do eleitor no primeiro e no segundo turno. Inclusive, de recomendar à candidata Mariana a faltar aos debates e algumas entrevistas, estando ela preparada para os embates.
Criatividade
A candidata à prefeita Mariana Carvalho (PSDB), com 11 minutos e 20 segundos de televisão, teve uma alta exposição de sua imagem durante o primeiro turno, cansando o eleitor. Além disso, fez uma propaganda de rádio e televisão bastante tradicional. Faltou explorar a criatividade até mesmo nas redes sociais e os jingles foram o que poderia existir de pior, ou seja, não grudavam na cabeça do eleitor.
Resposta
Além dos erros do primeiro turno, a exemplo da presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno, a candidata Mariana Carvalho (União Brasil) sofreu com diversos ataques de fake news, além de um áudio do ex-presidente Bolsonaro que circulou repudiando a adesão do PDT ao candidato a prefeito do PL André Fernandes em Fortaleza – CE. Por último, o vídeo do deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL) retirando o apoio à Mariana, fatos que novamente ficaram sem resposta.
Natureza
O marketing da candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) recorreu a muito filtro, plastificando a candidata. Além disso, não suavizou o sorriso exagerado estampado no rosto e a tornou agressiva nos debates, situações que fogem totalmente da natureza da Mariana. Neste caso, o marqueteiro não observou o que diz o marketing sobre artificializar ou descaracterizar o candidato.
W.O.
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Na coluna de 05 de maio, escrevi que Léo Moraes poderia chegar ao segundo turno. Em seguida, na coluna de 17 de maio, afirmei que seria impossível ganhar a eleição por “W.O.” com Léo Moraes (Podemos) na disputa. No decorrer da campanha, mediante alguns erros observados e evidenciados, cheguei a escrever que o candidato poderia chegar em terceiro ou quarto lugar, mas parece que alguém leu a coluna e corrigiu.
Fonte I
Escrevi na coluna de 29 de maio que, segundo uma fonte palaciana, a saída de Léo Moraes (Podemos) do Detran era por conta em risco e o seu voo seria de galinha por não ter grupo político para disputar o Prédio do Relógio. Ainda afirmou que seu grupo cabia num Fusca.
Fonte II
A fonte ainda fez questão de frisar que a nominata de vereadores do pré-candidato Léo Moraes (Podemos) era muito fraca, caso dois candidatos desistissem de concorrer, não elegeria nenhum vereador para CMPV. Neste caso, o seu irmão Paulo Moraes Júnior seria o principal prejudicado, como foi.
Léo I
Léo Moraes foi eleito vereador de Porto Velho nas eleições de 2012. Depois, se elegeu deputado estadual nas eleições de 2014. Daí se lançou na disputa pela Prefeitura de Porto Velho nas eleições de 2016 e obteve 79.534 votos (34,85%).
Léo II
Nas eleições de 2018, Léo Moraes foi o candidato a deputado federal bem mais votado, só em Porto Velho ele conquistou 46.985 votos (6%). Em 2022, disputou o Governo de Rondônia e ficou em terceiro lugar, mas conquistou 53.574 votos (6,3%) em Porto Velho. Observando esses dados, Léo possui uma base sólida do eleitorado da capital.
Engajamento
No período da pré-campanha, precisamente na coluna de 22 de maio, escrevi que Léo Moraes estava usando bastante as redes sociais para ganhar visibilidade junto ao eleitor. Desde então, Léo se familiarizou com as redes sociais e ganhou engajamento. Neste caso, as redes foram decisivas para Léo na disputa pelo Prédio do Relógio.
Estratégia
A estratégia de marketing de deixar apenas o Léo e retirar o sobrenome Moraes, as frases de efeitos, os jingles, o ponto de equilíbrio do candidato, as propostas do plano de governo elaboradas a partir de pesquisas qualitativas e bem defendidas pelo candidato publicamente, as tomadas de imagem nas ruas, os cortes de entrevistas e debates, as fotografias e o impulsionamento, foram muito mais estratégicos que o marketing da candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil).
Erro
O marketing do candidato só teve um erro, o quadro do banquinho conversando com eleitores nas ruas. Neste caso, o candidato estava caindo no ridículo. Questionado o quadro pela coluna, a equipe de marketing mudou a estratégia e conseguiu subir peças com mais criatividade.
Propósito
O prefeito eleito Léo Moraes (Podemos), com nominata de vereadores fraca, estrutura mínima de campanha, sem coligação partidária, com 58 segundos de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, sem material de campanha e apoio de líderes com peso político no primeiro turno, conseguiu chegar no segundo turno das eleições mediante aspiração, propósito e a busca de equilíbrio nas entrevistas e debates.
Observações
Deixando de lado as observações técnicas e partindo para articulação política, o apoio velado de empresários, de lideranças políticas dos partidos que ficaram fora do segundo turno, da classe política sem mandato, da militância da esquerda, do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) no segundo turno, somada à estratégia de buscar o apoio dos suplentes de vereadores, além do apoio de alguns secretários de governo e setores da imprensa, fez do candidato a prefeito Léo Moraes (Podemos) vencedor no segundo turno.
Loucura
Em certa ocasião, no ano de 2022, o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) me disse que era candidato ao Governo de Rondônia, daí retruquei afirmando que era loucura da parte dele trocar a reeleição certa de deputado federal para entrar numa aventura. Ele simplesmente me olhou e disse: “se eu perder, depois serei eleito prefeito de Porto Velho!” A aspiração, o propósito e o equilíbrio fizeram dele vencedor na disputa pela Prefeitura de Porto Velho no pleito eleitoral de domingo (27).
Sério
Falando sério, não é possível construir uma influência política relevante nas redes sociais sem conteúdo offline e online de forma criativa e constante. Cada nova postagem reforça a conexão com o público-alvo, por sua vez, é uma oportunidade de interagir, ganhar ou perder seguidores. O prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) ganhou na retórica e esbanjando criatividade nas redes sociais!
AUTOR: HERBERT LINS