Coronel Chrisóstomo apresentou a acusação em Plenário pela segunda vez em quatro meses
Por Informa Rondônia - quinta-feira, 27/03/2025 - 17h59
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Porto Velho, RO – Nesta quinta-feira (27), o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) voltou a propagar uma notícia falsa contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), afirmando que ela teria matado um soldado no Quartel-General de São Paulo. A declaração foi dada na tribuna da Câmara dos Deputados durante a 33ª Sessão Deliberativa Extraordinária Semipresencial da 57ª Legislatura.
Em seu discurso, Chrisóstomo afirmou literalmente:
“A Sra. Dilma matou um soldado no quartel lá em São Paulo, no QG. E ela também invadia banco para roubar dinheiro para comprar armas. Está anistiada.”
Essa é a segunda vez, em menos de quatro meses, que o deputado faz declarações semelhantes. Em novembro de 2024, durante sessão plenária também na Câmara, Chrisóstomo já havia acusado Dilma Rousseff de ter assassinado o soldado Mario Kozel Filho, morto em um atentado realizado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em 1968. O caso foi tema de editorial publicado em 30 de novembro de 2024 pelo site Rondônia Dinâmica, que apontou a falsidade da alegação, amplamente desmentida por agências especializadas em checagem, como a Agência Lupa e o jornal O Estado de S. Paulo.
O editorial de Rondônia Dinâmica, à época, ressaltou que tais acusações não tinham nenhum respaldo histórico ou documental. Investigação jornalística já havia demonstrado, desde 2019, que Dilma Rousseff nunca participou do atentado que vitimou o soldado Kozel Filho nem integrou grupos responsáveis por ações armadas durante a ditadura militar.
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A Justiça brasileira também já se manifestou diversas vezes sobre casos semelhantes. Em 2021, por exemplo, a 4ª Vara Cível de Brasília condenou uma usuária do Instagram a pagar R$ 30 mil em danos morais à ex-presidente Dilma Rousseff por divulgar exatamente a mesma notícia falsa sobre o assassinato do soldado Kozel Filho.
No discurso desta quinta-feira, além das acusações contra Dilma, Coronel Chrisóstomo defendeu uma proposta de anistia ampla aos envolvidos nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, afirmando:
“Nós queremos votar a anistia já aqui, Presidente. Temos que pautar aqui a anistia para os parlamentares decidirem se votam ‘sim’ ou ‘não’. Eu sou ‘sim’ até o fim do mundo, a favor da anistia. Anistia já!”
O deputado exibiu ainda um batom durante seu pronunciamento, criticando a condenação de uma mulher chamada Débora, sentenciada a 14 anos de prisão por vandalismo durante os atos de 8 de janeiro. Ele comparou a pena à anistia recebida por ex-militantes da luta armada contra a ditadura militar.
Ao finalizar, Chrisóstomo dirigiu-se aos estudantes de Direito presentes na Câmara, afirmando que eles, futuramente operadores do direito, irão se “envergonhar” da situação atual do país, especialmente em relação ao tratamento judicial dado aos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Mesmo após a ampla repercussão negativa e desmentidos categóricos sobre as acusações envolvendo Dilma Rousseff, o parlamentar voltou a difundir a mesma informação falsa, contrariando fatos históricos já esclarecidos. A declaração mantém em evidência tensões políticas que persistem no cenário nacional.