SAÚDE PÚBLICA

Deputado Pedro Fernandes defende novo modelo de gestão para a saúde pública em Rondônia

Durante sessão ordinária, parlamentar cobra providências do governo estadual diante da superlotação no Hospital João Paulo II e sugere adoção de organizações sociais na administração hospitalar

Por Informa Rondônia - quarta-feira, 16/04/2025 - 20h07

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Porto Velho, RO – Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Rondônia realizada nesta terça-feira, 15 de abril, o deputado estadual Pedro Fernandes (PRD) utilizou a tribuna para se posicionar de forma contundente sobre a atual situação do Hospital João Paulo II, em Porto Velho. Em seu discurso, o parlamentar destacou a necessidade urgente de reformular o modelo de gestão adotado na saúde pública do estado, sugerindo a adoção de um novo formato baseado em experiências bem-sucedidas registradas em outras regiões.

Ao relatar uma vivência pessoal, Fernandes lembrou o período em que acompanhou seu irmão internado na unidade de saúde há três décadas, após um acidente. Segundo ele, passadas três décadas, pouco se alterou na estrutura e nas condições de atendimento. O deputado descreveu cenas de superlotação e apontou o sofrimento de pacientes e seus familiares como evidência da persistência de problemas crônicos no sistema.

Apesar de reconhecer os esforços recentes do governo estadual, como a contratação de leitos de retaguarda no Hospital Santa Marcelina, Fernandes alertou para os elevados custos envolvidos nessa medida. O parlamentar questionou o impacto financeiro tanto para o Estado quanto para as famílias que precisam se deslocar do interior para a capital em busca de atendimento. “E a família, que precisa vir do interior, se hospedar, se alimentar?”, indagou, após levantar o custo total da manutenção da estrutura atual.

Na avaliação do deputado, a situação no Hospital João Paulo II é um reflexo da fragilidade estrutural que compromete o sistema de saúde pública em Rondônia. Ele defendeu que a Assembleia Legislativa participe ativamente da discussão sobre alternativas de gestão hospitalar, sugerindo o modelo baseado em organizações sociais (OSs), como os utilizados nos estados de São Paulo e Amazonas. Fernandes citou ainda experiências locais, em municípios como Vilhena e Machadinho do Oeste, onde a aplicação desse modelo teria apresentado resultados positivos.

Reforçando sua posição, o deputado afirmou que “não dá mais para manter o mesmo modelo de 30 anos atrás. Algo precisa mudar”, destacando que as mudanças devem ocorrer sem prejuízos aos profissionais que atuam na rede pública de saúde. Fernandes enfatizou que a valorização dos servidores é parte essencial de qualquer reforma, defendendo melhores condições de trabalho, reajuste na remuneração e a criação de mecanismos que incentivem a produtividade dos profissionais da área.

Ao encerrar sua fala, o parlamentar reconheceu avanços recentes promovidos pelo governo estadual no que se refere à valorização dos servidores, mas reiterou que o momento exige ação concreta e cooperação entre os poderes. “Se o governo busca alternativas, temos que dar esse apoio. O povo precisa de resposta. A hora de agir é agora”, concluiu.