No blog, Confúcio escreve carta aberta sobre polarização política e lamenta que amigos o tachem de “esquerdista” sem direito à defesa

Parlamentar do MDB de Rondônia aponta impactos da polarização política e defende trajetória humanista

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 02/12/2024 - 11h30

Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB-RO) publicou, nesta sexta-feira (1º), um texto intitulado “Carta aos amigos e amigas de Rondônia – Antes de tudo, o ser humano”, no qual reflete sobre sua trajetória política e os desafios impostos pela polarização no cenário político brasileiro. Moura priorizou em sua mensagem a defesa de sua agenda focada no ser humano, criticando os rótulos ideológicos que, segundo ele, desconsideram sua história e práticas políticas.

O ponto central da publicação foi o impacto da polarização política na percepção pública de seu trabalho. Moura afirmou que foi classificado como “esquerdista” de forma abrupta, sem direito a uma defesa, e destacou o peso dessa categorização sobre sua reputação. “Com o advento da polarização política no País e o posicionamento do MDB nela, fui enquadrado como ‘esquerdista’ de forma intempestiva, sem chances de defesa, como se isso fosse um crime. Até parte dos amigos e correligionários que me ajudaram a vida toda se esqueceram da forma como faço política e das minhas prioridades. Percebi questionamentos, memórias foram desconsideradas e histórias ignoradas”, escreveu.

Moura iniciou sua militância política já como adulto e ressaltou que sempre evitou os extremos ideológicos, preferindo uma abordagem que qualificou como “humanista”. Ele destacou que sua filiação ao MDB ocorreu com a intenção de atuar de forma pragmática e sem alinhamentos rígidos. “Quando me filiei ao MDB, o critério adotado foi evitar os extremos da ideologia e fazer da política o instrumento para melhorar a vida das pessoas.”

O parlamentar também fez um balanço de suas prioridades políticas, enfatizando que nunca moldou sua atuação em torno de ideologias específicas. “Quem acompanha a minha trajetória política, de perto ou por ouvir falar, sabe da minha veemência em torno de questões que envolvem direitos, justiça social, sustentabilidade ambiental e atenção aos mais pobres. Ao fazer estas opções, nunca pensei em ideologias e nem as enquadrei em qualquer viés ideológico. Sempre quis ser humanista, ter o ser humano como prioridade na minha agenda política”, pontuou.

Ao abordar o impacto da polarização, Moura reiterou que sua postura política não sofreu alterações ao longo dos anos e reafirmou seu compromisso com a busca por resultados concretos para a sociedade. “Não mudei um milímetro nas minhas convicções com a polarização, nem a forma como sempre fiz política buscando resultados. Continuo achando que antes das ideologias vêm as pessoas e a natureza.”

Por fim, Moura reforçou a importância do respeito às divergências no ambiente democrático e destacou que sua trajetória política está ancorada em valores que transcendem rótulos ideológicos. “A política e a democracia exigem saber lidar com os contraditórios, com a divergência, com a negativa. Mas, a boa política e a democracia também exigem respeito aos contraditórios, à divergência e à negativa.”

O texto publicado pelo senador reflete sua visão sobre o cenário político atual e a importância de manter o foco em ações voltadas para o bem-estar da população, independentemente de classificações ideológicas.

CONFIRA A ÍNTEGRA DO TEXTO:

Carta aos amigos e amigas de Rondônia – Antes de tudo, o ser humano

Por Confúcio Moura
01/12/2024

Comecei a minha militância política já um homem maduro, sem os devaneios revolucionários daqueles jovens que começaram antes de mim. Nessa época, mesmo que ainda estivéssemos no período do regime militar, nunca integrei movimentos ou partidos que pregavam a luta armada, embora achasse que era preciso resistir.

Quando me filiei ao MDB, o critério adotado foi evitar os extremos da ideologia e fazer da política o instrumento para melhorar a vida das pessoas. Achava que poderia ser um radical da boa política, fazer mais com menos, não deixar ninguém para trás – e não um extremista capaz de tudo pelas minhas convicções.

Com o tempo – e com os cargos que ocupei – entendi que não é a ideologia que nos empurra para frente ou nos faz fazer mais, mesmo que você tenha a “caneta na mão”. Com o tempo – e com os erros – compreendi que a política é feita de prioridades, de escolhas. Existem políticos que escolhem ser conhecidos pela oratória, por falas brilhantes, por potencializar feitos triviais e dar a eles uma dimensão maior do que têm, de fato. Outros optam por marcar posições em torno de causas e questões e defendê-las a ferro e fogo. Não acho que estejam errados. Mas, a minha escolha foi o ser humano como prioridade.

Por isso, quem acompanha a minha trajetória política, de perto ou por ouvir falar, sabe da minha veemência em torno de questões que envolvem direitos, justiça social, sustentabilidade ambiental e atenção aos mais pobres. Ao fazer estas opções, nunca pensei em ideologias e nem as enquadrei em qualquer viés ideológico. Nunca quis ser rotulado de esquerda ou direita. Sempre quis ser humanista, ter o ser humano como prioridade na minha agenda política.

Com o advento da polarização política no País e o posicionamento do MDB nela, fui enquadrado como “esquerdista” de forma intempestiva, sem chances de defesa, como se isso fosse um crime. Até parte dos amigos e correligionários que me ajudaram a vida toda, se esqueceram da forma como faço política e das minhas prioridades. Percebi questionamentos, memórias foram desconsideradas e histórias ignoradas.

Não mudei um milímetro nas minhas convicções com a polarização, nem a forma como sempre fiz política buscando resultados. Continuo achando que antes das ideologias vêm as pessoas e a natureza. Continuo achando que escolhi o melhor partido político para me manifestar politicamente. Ainda creio que a política é o único instrumento para melhorar a vida das pessoas, se estas forem o foco dos políticos e do Estado.

Mas não sou ingênuo em crer na unanimidade. E nunca busquei isso na minha agenda política. A política e a democracia exigem saber lidar com os contraditórios, com a divergência, com a negativa. Mas, a boa política e a democracia também exigem respeito aos contraditórios, à divergência e à negativa.

Portanto, tenho respeito a todos os que pensam contrários a mim, aos que divergem de mim e aos que me negam. A minha agenda política demonstra, de forma prática, que sempre estive no mesmo lugar. No caso de dúvidas, basta recuperar as memórias e a história.
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AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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