Os alunos aprenderam ou só passaram de ano?
Prof. Herbert Lins – DRT 1143
05/12/24 – quinta-feira.
O término do ano letivo nas escolas particulares e públicas é um convite para refletir sobre temas importantes como frequência escolar, comportamento, aprendizado, aprovação e reprovação. Contudo, gestores em educação gabam-se de que diminuíram a repetência escolar. Diminuir a repetência é fácil, mas a pergunta que deveria ser feita é: os alunos aprenderam ou só passaram de ano? Para responder à perguntar, vou recorrer à professora de linguística e escritora gaúcha Lya Luft. Quando ela foi perguntada sobre porquê ensinar as crianças, Luft foi enfática em dizer: “para que não sejam burros!”. O burro a que se referia a escritora seria aquele indivíduo que, mesmo tendo capacidade, não a aproveita, não desenvolve e sai da educação básica sabendo bem menos do que deveria (e poderia) saber. Daí chega no ensino fundamental, médio e superior, sabendo menos do que se espera. Contudo, a escola tem um papel fundamental na escolarização e serve para que o indivíduo não seja “burro”, uma tábula rasa, segundo o filósofo Aristóteles. É preciso lembrar que a escola e a escolarização servem para fazer com que o indivíduo aproveite ao máximo as suas capacidades intelectuais. Não é justo deixá-los que se tornem “formados” sem conhecimento e preparo para a vida.
Insistindo
É inadmissível o Estado-nação brasileiro continuar insistindo que uma única professora lecione para os alunos do 2º ao 5º do Ensino Fundamental as disciplinas de português, matemática, ciência, história, geografia, língua estrangeira, artes e religião.
Mentalidade
O pedagogo que leciona todas as disciplinas na educação básica é uma espécie de “severino” na sala de aula. Quando ele deveria ser especialista na sua disciplina no processo de ensino-aprendizagem, essa mudança de mentalidade mudaria os índices da educação brasileira.
Transferem I
As modernas teorias pedagógicas, pensadas e/ou defendidas por doutores e pós-doutores em Educação, não conhecem a realidade da sala de aula no Ensino Fundamental completo. Por sua vez, gestores públicos e a sociedade transferem para o professor toda a responsabilidade pelo não aprendizado do aluno.
Transferem II
Já os pais transferem para a escola e professores a responsabilidade da familiarização, ou seja, bons modos, costumes, respeito, regras e disciplina. Os pais precisam compreender que a escola reforça o que o aluno aprende em casa.
Tempo
É incoerente que os doutores em Educação defendam que cada criança tem seu tempo de aprender, mesmo que chegue ao nono ano sem ter aprendido. A própria BNCC estabelece competências mínimas que cada estudante em cada ano deve saber, porém, o que ocorre na prática é que o aluno sai do nono ano sem saber interpretar uma frase ou fazer uma conta relativamente simples de matemática. E reprová-lo não é opção.
Saga
Em qualquer parte do mundo desde a antiguidade, políticos viveram suas sagas e são lembrados pela história de ascensão, queda ou final feliz. No caso do Brasil, as sagas de Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Juscelino Kubitschek, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, merecem livros, filmes e documentários.
Lula
O presidente Lula (PT), que está em terceiro mandato, vive ainda capítulos da sua saga e não tem como prever o final. Mas ele é um fenômeno, da condição de um dos políticos mais respeitados no mundo, viu sua vida mudar completamente e ser preso pela Operação Lava-jato. Em seguida, retornou à presidência em mais um momento épico.
Bolsonaro
AS ÚLTIMAS DO INFORMA RONDÔNIA
++++
A morte política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não foi concluída, mas segue a sua saga. Porém, mesmo que perca toda força e interlocução, deixará a extrema-direita organizada e competitiva na democracia brasileira.
Desafio I
Falando em saga, o maior desafio dos senadores e deputados federais que compõem a bancada federal de Rondônia é demonstrar a capacidade de entrega para o eleitor rondoniense. Todos estão caminhando para o terceiro ano do mandato e a reeleição está mais próxima do que nunca.
Desafio II
Já o desafio do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil), que deseja se eleger senador, é entregar o que prometeu aos eleitores de Porto Velho, ou seja, a CEASA; a reforma do estádio Aluízio Ferreira; a rodovia expresso-porto; o centro de convenções; a reforma da Escola Castelo Branco e Getúlio Vargas; conclusão da Escola Anysio Teixeira e o Hospital de Emergência e Trauma da capital para desafogar o João Paulo II.
Desafio III
O desafio do prefeito Hildon Chaves (PSDB) é entregar a nova rodoviária à população rondoniense e sair ileso da prefeitura para disputar um cargo eletivo majoritário nas eleições de 2026. Contudo, acredito que o contrato da coleta de lixo poderá atrapalhar as pretensões de Hildon no futuro.
ACP
O MP estadual moveu uma Ação Civil Pública (ACP) – número: 7033931-43.2024.8.22.000/ 2ª Vara de Fazenda Pública – Porto Velho, para que seja determinado ao município de Porto Velho cumprir a determinação do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia no tocante aos acórdãos APL-TC n.º 68/24 e APL-TC 00105/24.
Cenas
Essa ACP movida pela promotora de justiça e coordenadora do GAEC do MP estadual sobre o contrato bilionário do lixo vai render cenas dos próximos capítulos na coluna. Principalmente, depois do lançamento da pedra fundamental do novo aterro sanitário pela Marquise no dia ontem (4), quando já existe o da Amazonfort.
Chorume
O Ofício nº 1606/2024/CAERD-DTO do Diretor-presidente da CAERD, Cleverson Brancalhão Da Silva, ao Secretário Cleberson Paulo Pacheco da SEMUSB, alerta sobre o lançamento de chorume do novo aterro sanitário da empresa Marquise próximo ao ponto de captação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Porto Velho.
Danos
Para quem não sabe, o chorume é um resíduo líquido gerado por aterros sanitários e contém elevada carga de contaminantes, os quais podem comprometer o solo e a qualidade da água captada para consumo humano, além de causar sérios danos ambientais e a saúde humana e animal.
Paroca
Ontem (4), o vereador eleito Zé Paroca (Avante) participou do programa A Voz do Povo na rádio Caiari na capital, comandado pelo radialista Arimar Sousa de Sá. Ele contou um pouco da sua história, a gratidão por ter sido eleito vereador e sua atuação parlamentar em defesa do empreendedorismo.
Sério
Falando sério, não consigo compreender, por mais que tente, quando os professores assinam a ata do conselho de classe atestando que um aluno sem as mínimas condições é aprovado. É como se um médico com o exame positivo para o câncer dissesse ao paciente que ele não precisa de tratamento.
AUTOR: HERBERT LINS