A escolha de Léo Moraes sinaliza compromisso com integridade no trato das finanças municipais
Porto Velho, RO – O recém-empossado prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), iniciou seu mandato na quarta-feira, 1º de janeiro, com um secretariado que mistura pragmatismo político e estratégias que podem reforçar sua imagem de gestor técnico. Dentre os nomes anunciados, um chamou atenção: a ex-juíza Euma Tourinho (MDB), agora responsável pela Superintendência Municipal de Gestão dos Gastos Públicos (SGP).
A escolha de Euma Tourinho é emblemática. Durante o primeiro turno das eleições municipais, ela se destacou ao se posicionar de forma contundente contra adversários de peso, como a ex-deputada Mariana Carvalho (União Brasil), e ao lançar a campanha publicitária “Cartas Marcadas”, apontando as supostas fragilidades dos concorrentes. Seu tom incisivo e a insistência em convocar Mariana para debates moldaram sua imagem de alguém combativa e comprometida com o confronto direto de ideias.
Mesmo com a força inicial, a representante do MDB local não avançou para o segundo turno, sendo superada por Célio Lopes (PDT), a quem chegou a subestimar publicamente. No entanto, sua derrota eleitoral não obscureceu a relevância que conquistou durante o pleito, especialmente no debate sobre ética e transparência, temas que agora nortearão seu trabalho à frente da SGP.
A escolha e suas implicações
A nomeação da ex-juíza é vista como um aceno de Moraes ao rigor fiscal e à lisura no uso de recursos públicos. Ela carrega consigo décadas de atuação respeitável na magistratura de Rondônia, marcada por decisões firmes e uma postura inabalável diante de pressões externas. Essa reputação de integridade e independência é um indicativo claro de que Moraes pretende estabelecer um escudo contra eventuais práticas espúrias, comuns no ambiente político.
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A SGP será um espaço central na administração do prefeito, e a presença de Euma Tourinho promete ser um bastião de resistência contra vereadores-pedintes (sempre há um ou outro) e fornecedores “esquemosos” que, como sempre, orbitam as gestões municipais. Léo Moraes, consciente dessa dinâmica, parece ter antecipado eventuais desgastes, colocando uma figura de temperamento enérgico e histórico irrepreensível como filtro direto entre a administração e interesses pouco republicanos.
Um escudo estratégico
A estratégia, ao menos em teoria, é brilhante. Com Euma na linha de frente, Moraes não apenas sinaliza aos eleitores um compromisso firme com a transparência, mas também cria uma barreira política robusta. A frase “É, amigo. Eu até queria. Mas a Euma tem que autorizar…” pode muito bem se tornar uma marca da administração, funcionando como resposta padrão a pressões indesejáveis.
Por outro lado, a autonomia da ex-magistrada dentro da SGP poderá se tornar um desafio para quem, dentro e fora do governo, estiver habituado a transitar em zonas de influência nebulosas. A ex-juíza dificilmente comprometerá sua trajetória para ceder a pressões. Sua postura, já amplamente conhecida, sugere que eventuais tentativas de devassa nos cofres públicos encontrarão resistência ferrenha.
O impacto a longo prazo
A escolha de Léo Moraes pela emedebista como guardiã dos gastos públicos, portanto, é uma aposta alta em integridade e transparência. A iniciativa tem potencial para blindar o prefeito contra acusações de leniência ou conivência com práticas ilícitas, ao mesmo tempo em que oferece à população um símbolo de confiança.
Resta agora acompanhar como essa dinâmica se desenrolará na prática. Caso a relação entre Moraes e Euma se mantenha alinhada aos princípios anunciados, Porto Velho poderá assistir a uma gestão exemplar no trato dos recursos públicos. No entanto, o tempo dirá se a escolha de Moraes será lembrada como um gesto de ousadia administrativa ou como uma tentativa frustrada de navegar pelas águas turbulentas da política local.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA