DECISÃO MANTIDA
Banco do Brasil tem recurso negado em processo de cobrança indevida em Porto Velho

Tribunal de Justiça de Rondônia mantém condenação à devolução de valores e danos morais a cliente

Por Informa Rondônia - terça-feira, 07/01/2025 - 16h48

Porto Velho, RO – O Tribunal de Justiça de Rondônia, por meio do desembargador Isaias Fonseca Moraes, negou provimento ao recurso do Banco do Brasil S/A em um caso de cobranças indevidas relacionadas ao contrato “Tarifas Pacotes de Serviços”. A decisão foi proferida no dia 6 de janeiro de 2025, no processo de número 7041702-72.2024.8.22.0001, em trâmite na Comarca de Porto Velho.

Entenda o caso

O autor da ação, identificado como Carlos Antônio de Souza, alegou que tarifas bancárias foram cobradas sem sua anuência ou contratação. Ele ingressou com a demanda judicial pleiteando a declaração de inexistência do débito, a devolução dos valores cobrados em dobro e indenização por danos morais.

Na primeira instância, o Juízo julgou procedentes os pedidos, declarando a inexistência do contrato relacionado às tarifas e condenando o Banco do Brasil a devolver os valores em dobro, corrigidos e com juros de mora de 1% ao mês. O banco também foi condenado ao pagamento de R$ 3.000,00 por danos morais, além de custas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação.

Recurso do Banco do Brasil

O Banco do Brasil, representado pela Procuradoria do Banco e pelo advogado Marcos Delli Ribeiro Rodrigues, recorreu ao Tribunal de Justiça argumentando que as cobranças eram legítimas e realizadas de forma transparente, sustentando que o cliente tinha ciência e adesão aos serviços tarifados. A instituição financeira requereu a exclusão da condenação por danos morais e a devolução simples dos valores cobrados.

Análise do Tribunal de Justiça

Na análise do recurso, o desembargador Isaias Fonseca Moraes apontou que o contrato eletrônico apresentado pelo Banco do Brasil não atendia aos requisitos legais de comprovação, especialmente no que se refere à clareza e validação da contratação. Além disso, ficou constatada a má-fé na cobrança das tarifas, justificando a devolução em dobro, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC).

O magistrado também destacou que as reiteradas cobranças ultrapassaram o mero dissabor, configurando danos morais justificáveis, motivo pelo qual a condenação de R$ 3.000,00 foi mantida. Foi negada a compensação de honorários advocatícios, vedada pela legislação vigente.

Decisão final

O recurso foi integralmente rejeitado, e os honorários advocatícios devidos ao advogado do autor foram majorados para 15% sobre o valor da condenação. A decisão determina o retorno do processo à origem para cumprimento.

Possibilidade de recurso

A decisão, embora firme, permite a interposição de recursos por parte do Banco do Brasil em instâncias superiores.

O caso foi julgado na Comarca de Porto Velho, pelo Tribunal de Justiça de Rondônia, e segue como um exemplo de proteção ao consumidor em situações de cobranças bancárias indevidas.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





COMENTÁRIOS: