Com isso, o senador da República, que se diz de Centro, talvez tenha de se contentar com a fatia progressistas do eleitorado local
Porto Velho, RO – A posição política do senador Confúcio Moura, do MDB, traz à tona um debate importante sobre o papel de lideranças que, ao se alinharem ao centro, desafiam a polarização crescente do cenário nacional. Confúcio, ex-governador de Rondônia, atualmente ocupa uma posição singular entre os parlamentares do estado: ele é o único dos três senadores e oito deputados federais que declara apoio ao governo Lula, do PT. Essa postura, embora legítima, vem acompanhada de desafios significativos, especialmente em um estado onde a maioria do eleitorado é conservadora.
No dia 8 de janeiro de 2025, o senador publicou em seu blog uma análise contundente sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, classificando-os como um “ato terrorista”. Moura utilizou sua experiência pessoal para reforçar seu posicionamento, relembrando o período ditatorial que marcou a história do Brasil. Em seu texto, destaca a importância de evitar extremos e a necessidade de buscar um equilíbrio no centro político, baseando-se na máxima aristotélica de que “a virtude é o centro”.
Essa reflexão, no entanto, ocorre em um momento estratégico para Confúcio Moura. Com a possibilidade de buscar a reeleição ou até mesmo almejar novamente o cargo de governador, Moura precisa lidar com um eleitorado que cada vez mais prioriza afinidades ideológicas em detrimento de serviços prestados. Apesar de utilizar sua assessoria para reafirmar que não pertence à esquerda, suas críticas ao bolsonarismo e seus elogios ao governo Lula reforçam sua distância da direita, o que pode alienar parcela significativa dos eleitores rondonienses.
O dilema político de Confúcio Moura
Confúcio Moura tem demonstrado habilidade política ao destravar recursos federais para Rondônia, utilizando sua influência no Planalto para atender demandas do estado. No entanto, seu posicionamento crítico em relação ao bolsonarismo e sua defesa da democracia e do centro político colocam em xeque sua capacidade de conquistar o apoio de eleitores alinhados com a direita, grupo predominante em Rondônia.
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Ao classificar os atos de 8 de janeiro de 2023 como “terroristas”, Moura reforça sua aversão ao extremismo. Contudo, essa postura assertiva, embora corajosa, pode restringir seu alcance político, obrigando-o a buscar apoio exclusivamente no campo progressista. A incógnita reside em saber se esse público será suficiente para sustentar suas ambições políticas em um estado onde o conservadorismo predomina.
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Confúcio Moura sobre 8 de Janeiro: ”Ato terrorista, como alguns dizem, e eu concordo”
A coragem e os riscos de sair do muro
O senador rondoniense merece reconhecimento por assumir uma posição clara em tempos de polarização extrema. Seu texto não apenas critica os extremos políticos, mas também convoca a sociedade a refletir sobre os perigos do radicalismo e a importância de preservar valores democráticos. No entanto, esse movimento traz consigo riscos políticos consideráveis, especialmente em um cenário onde o eleitor médio espera uma aliança ideológica mais definida.
Ao romper o muro ideológico, Moura não apenas desafia a lógica eleitoral, mas também coloca em jogo seu futuro político. Caberá ao senador encontrar o equilíbrio entre manter sua autenticidade política e conquistar a confiança de um eleitorado cada vez mais polarizado. Afinal, em tempos de extremos, o centro pode ser tanto um refúgio quanto um campo minado.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA