Iniciativa busca integrar comunidades indígenas ao turismo de forma respeitosa, promovendo o desenvolvimento econômico e a valorização das culturas locais
Porto Velho, RO – O lançamento do Programa de Visitação em Terras Indígenas de Rondônia, regulamentado pela Portaria nº 14 de 7 de fevereiro de 2025, marca um novo capítulo para o turismo sustentável no estado. Este programa visa criar uma relação de respeito e cooperação entre as comunidades indígenas e o setor turístico, ao mesmo tempo em que fortalece a preservação de suas tradições e contribui para o desenvolvimento econômico local. Ao se estabelecer como uma alternativa viável e enriquecedora, a proposta promete oferecer aos turistas uma imersão autêntica na cultura indígena, mantendo os princípios de respeito e sustentabilidade.
O programa surge com a missão de promover um turismo inclusivo, onde as comunidades locais sejam protagonistas, não apenas como receptores, mas como gestores de suas próprias experiências turísticas. Para isso, a capacitação das populações é essencial, com ênfase na criação de planos de visitação que respeitem as especificidades culturais e garantam que as atividades turísticas sejam conduzidas de maneira responsável e sustentável.
Com o apoio das autoridades estaduais, o projeto também se dedica a fomentar a troca entre turistas locais e internacionais, ampliando a valorização das tradições indígenas de Rondônia. De acordo com o governador Marcos Rocha, o programa representa uma grande oportunidade para as comunidades indígenas, sendo uma estratégia para impulsionar a economia e reforçar a identidade cultural do estado.
A Secretaria de Estado de Turismo (Setur), sob a liderança de Gilvan Pereira, destaca a importância de um modelo turístico que alavanque a economia local enquanto preserva as raízes culturais das comunidades. Para ele, o turismo é uma ferramenta crucial para promover o desenvolvimento social e econômico de uma forma que beneficie, de maneira justa, as populações envolvidas.
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O programa se desenvolve em várias etapas. A fase inicial consiste na análise das condições das comunidades e do potencial do etnoturismo, conduzida por equipes multidisciplinares. Entre as entidades envolvidas estão a Secretaria de Estado da Mulher, da Família, da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas), a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), a Emater-RO, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMRO) e a Superintendência Estadual do Indígena (SI). Essa avaliação preliminar busca entender a infraestrutura necessária para o turismo, como artesanatos, áreas de hospedagem e segurança para os visitantes.
Recentemente, as primeiras visitas de diagnóstico foram realizadas nas comunidades Araras e Gaviões, localizadas em Ji-Paraná. Essas visitas marcam o início do levantamento que continuará ao longo dos próximos meses, abrangendo outras comunidades no estado.
Na sequência, o programa investe em capacitação com foco em treinamento para as comunidades locais. Serão realizadas audiências públicas e sessões de mentoria, garantindo que as populações indígenas estejam preparadas para gerenciar o turismo de maneira sustentável. A última fase do programa prevê a criação de um circuito etnoturístico, que conectará as diversas comunidades indígenas e destacará a riqueza cultural de Rondônia.
Com a participação de 17 comunidades indígenas, espalhadas por sete municípios, o programa busca garantir que as populações locais não apenas se integrem ao turismo, mas também se beneficiem diretamente da atividade. Entre as comunidades envolvidas estão:
- Pimenta Bueno: T.I. João Bravo, T.I. Parque Aripuanã.
- Cacoal: Povo Paiter Suruí, Garah Perewepid Paiter Linha 09, Paiter Wagôh Pakob, Paiterey Agoyah, Centro Olawatawa, Lapetanha – Turismo Yabnabi, Aldeia Gamir.
- Espigão do Oeste: Cinta Larga Roosevelt.
- Ji-Paraná: Gaviões, Araras.
- Mirante da Serra: Amondawa – Terra Uru Eu Wau Wau.
- Guajará-Mirim: Terra Lage Velho, Santo André – Terra Pacaás Novas.
- Vilhena: Inajá, Sowaintê.
O Programa de Visitação em Terras Indígenas de Rondônia busca não apenas fortalecer o turismo no estado, mas também garantir que as comunidades indígenas tenham voz e vez em um mercado que pode trazer inúmeros benefícios, sempre respeitando suas tradições e cultura.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA