COLUNA DO SPERANÇA
Queda de Lula; bolsonarismo enfraquecido; Sérgio ou Fernando?; e Rocha entra na disputa com trunfos

Popularidade de Lula em queda, valorização de imóveis em Rondônia e movimentações políticas para 2026 marcam cenário atual.

Por Carlos Sperança - segunda-feira, 17/03/2025 - 10h04

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Tempestade perfeita

Há uma coincidência entre o início da queda na popularidade do presidente Lula da Silva e seu apoio à extração do petróleo na Margem Equatorial. Quando se atribui o declínio à trapalhada do Pix, em que o governo estava certo, mas se deixou atropelar por uma grosseira fake news, já havia uma grita contra explorar petróleo em uma região única, universo ainda inexplorado de biodiversidade que para muitos seria mais conveniente preservar que expor a danos. Mais recentemente se atribuiu o declínio à situação mundial e seus reflexos nos preços dos alimentos.

Pode ser que as medidas recentes de combate aos preços altos melhorem a imagem do presidente, da mesma forma que hoje já se sabe que era grossa mentira o que a oposição espalhou sobre a taxação do Pix, mas será difícil desfazer o mal-estar com a opção por explorar o petróleo em áreas ambientalmente sensíveis.

Costuma-se qualificar de “tempestade perfeita” a combinação de vários fatores negativos. No caso do efeito estufa, a principal fonte de gases vem das mudanças no uso da terra, com o desmatamento e fatores que acompanham esse processo, como as queimadas e mudanças climáticas decorrentes do uso continuado de combustíveis fósseis. No entanto, o Estado brasileiro já optou por explorar o petróleo. Uma prova de fogo para a máquina de propaganda do governo será defender o petróleo de seus ferrenhos inimigos. Inclusive os que atuam dentro do próprio governo. 

A valorização

A expulsão das facções criminosas que tomavam e vendiam apartamentos nos megaconjuntos habitacionais, mais um processo de revitalização nestes conjuntos pelo governador Marcos Rocha (União Brasil) já está retomando a valorização dos imóveis nestas regiões. Se vê o mandatário mais atento as necessidades do Orgulho do Madeira, Morar Melhorar, Cristal da Calama, Porto Madeiro e outros que reúnem mais de 50 mil moradores. A disputa por uma cadeira ao Senado é difícil e pelo que se vê, o governador está afiado para enfrentar seus predadores na capital. A necessidade faz o sapo pular!
Nossos governadores

Geralmente os governadores se tornam impopulares em Porto Velho, uma cidade onde se fala que se hay gobierno, soy contra. O próprio govenador Jeronimo Santana (MDB), o primeiro eleito pelo voto direto foi rejeitado e para se vingar tentou até mudar a capital para o interior, ali nas proximidades de Urupá. Teixeirão, o ícone rondoniense, ao deixar o Palácio Presidente Vargas também foi hostilizado. Pelos mais variados motivos outros govenadores, até o poderoso e reeleito Ivo Cassol não pontuam bem nas pesquisas na capital. O atual governador Marcos Rocha não é diferente, mas ele quer fazer a diferença atendendo e priorizando os problemas sociais.  

Apostas de Rocha

O governador Marcos Rocha (União Brasil) não vem para a disputa ao Senado de mãos abanando. Paga desde que assumiu os servidores estaduais e fornecedores rigorosamente em dia, Rondônia tem um bom índice de crescimento econômico, e aposta em segmentos que deram certo nos governadores anteriores e que se reelegeram, como casos de fomentar a regularização fundiária no campo e nas cidades, e o desenvolvimento de programas voltados a construção de moradias populares. O que não se sabe ainda é se seu candidato ao governo estadual será Sergio Gonçalves, atual vice-governador ou o deputado federal Fernando Máximo.

Mais fiscalização

A classe política falha, é omissa e até conivente na falta de fiscalização da entrega de casas e apartamentos populares pela Caixa Econômica Federal em Porto Velho e no estado. Vereadores, deputados estaduais e federais precisam ser mais ativos nesta fiscalização. Como resultado da inoperância de nossos representantes, dezenas de moradias entregues a população já estão rachadas e isto vem de longe. Temos casos da entrega de conjuntos, como ocorre em Espigão do Oeste, com mais de 10 anos de atraso no cronograma de obras. Além disto, muitas empreiteiras recebem faturas adiantadas, somem do mapa, deixando as moradias, creches e escolas pela metade. 

Baita conluio

A grande verdade é que tudo começa com a Caixa Econômica Federal que não acompanha devidamente o cronograma das obras das construtoras. A coisa segue com empreiteiras e construtoras amiguinhas de políticos, sendo protegidas pelos golpes e termina com a impunidade dos maus empresários do ramo. Temos um grande conluio prejudicando a população, aos pobres mutuários das casas populares. Não temos indicações de mudanças neste triste cenário, já que é mais fácil galinha criar dentes do que político fiscalizar obras públicas A mesma falta de fiscalização também ocorre nas rodovias e na pavimentação de vias urbanas através de emendas parlamentares.

Via Direta

*** Com o bolsonarismo se esvaindo, o movimento pela anistia aos vândalos de 8/1 em Copacabana no RJ não decolou *** Dois grupos de supermercados estão programando inaugurações de novas unidades em Porto Velho em 2025 *** A concorrência é grande nos preços. Gonçalves, Meta, Nova Era e Araújo dominam o mercado local. Tai Max e Fortal começam a mostrar suas garrinhas já projetando novas unidades na capital *** Ji-Paraná terá pelo menos dois grandes nomes para disputar a Câmara dos Deputados nas eleições do ao que vem. O ex-prefeito Jesualdo Pires e o deputado estadual mais votado, Laerte Gomes*** Bons tempos quando Jipa tinha dois federais atuantes, como Assis Canuto e Orestes Muniz. 

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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