COLUNA DO SPERANÇA
Léo mantém a melhor largada; prefeitos da Capital levaram “pau”; os do interior se deram melhor

Análise política: a popularidade de Lula, os desafios de Leo Moraes e as perspectivas eleitorais em Rondônia

Por Carlos Sperança - quarta-feira, 19/03/2025 - 09h24

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O Brasil mudou

A queda na popularidade do presidente Lula da Silva se deve aos compromissos pela governabilidade assumidos com o Centrão, amplo grupo de partidos cujas características mais marcantes são ignorar os princípios inscritos em seus programas e aprovar medidas que favorecem seus dirigentes e apoiadores.

Ao não inovar em nada, não admitindo que o Brasil vive uma situação de semipresidencialismo (ou semiparlamentarismo), Lula vê seu núcleo duro agir com partidarismo, ignorando que a vitória eleitoral em 2022 não foi do PT, mas da aliança antibolsonarista que lhe assegurou uma vitória apertada.

O maior problema está na desilusão da base de apoio mais fiel, descontente com o rolo compressor montado para atropelar o Ibama na questão do petróleo na Margem Equatorial. Isso poderia ser contornado se Lula admitisse que o presidencialismo foi detonado com a destituição de Dilma Rousseff e não adianta ameaçar ser “duro” com os preços dos alimentos, fazendo o país retroagir aos tempos de José Sarney, com seus “fiscais”.

Não existe mais o presidencialismo mandão dos tempos de Vargas. O país exige uma forma de governo adequada à realidade dos novos tempos. Um país mais sincero, mantendo os freios constitucionais e ampliando a participação da sociedade, seria a melhor consequência do debate sobre a Margem Equatorial, preservando a memória de Lula de um desgaste devastador.

Uma tradição

O prefeito de Porto Velho, Leo Moraes (Podemos) vai mantendo a melhor largada de todos os alcaides da história de Porto Velho. Ele mantém a tradição de ter sido na sua carreira política, o vereador mais ativo, melhor deputado estadual e eficiente deputado federal na sua trajetória política. Não se espera algo diferente numa administração moderna, eficiente e tudo para se rivalizar com o melhor prefeito e Porto Velho até agora, Hildon Chaves (PSDB). É preciso reconhecer também que concorre com esta boa largada, a grande herança deixada por Hildão.

Só abacaxis

Lembro que a maioria dos prefeitos que assumiram o Paço Municipal Tancredo Neves, sede da prefeitura de Porto Velho, tiveram legados difíceis. O próprio petista Roberto Sobrinho, que depois foi reeleito, com grande desempenho, se viu obrigado a tapar os buracos da cidade no início da sua gestão com barro. A municipalidade estava capenga. Já, Mauro Nazif, que enfrentou as cheias de 2014 e sacrificou sua reeleição por conta deste fenômeno natural e padeceu com a falta de apoio da esfera estadual e do governo federal, deixou uma boa herança para Hildon Chaves. Vejo, por isto, Nazif um injustiçado na história política local.

Nossos prefeitos

Por um motivo ou por outro os prefeitos eleitos pelo voto direto, desde as eleições de 1985 na capital, na sua maioria tiveram dificuldades em seguir suas carreiras políticas. São os casos de Tomas Correia, José Guedes, Carlinhos Camurça e o próprio Roberto Sobrinho que chegou a ser cotado para a disputa do governo estadual. Nazif, vítima da cheia, não conseguiu mais engrenar vitorias, depois de ter sido um baita prefeito e autor de uma grande performance como deputado federal. Já vem de duas derrotas seguidas nos últimos anos. Agora, espera-se muito de Hildão, seja disputando o Senado ou o governo estadual.

Levando pau!

Mas é fato também que a maioria dos prefeitos de Porto Velho que disputaram o antigo Palácio Presidente Vargas, sede do governo estadual, levaram pau. Seja com Chiquilito, seja, com José Gudes, Mauro Nazif, ou com Carinhos Camurça, nenhum deles criou asas. Mesmo o favorito Chiquilito levou pau de Valdir Raupp. Vamos ver agora como se sairá o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) se armando até aos dentes para a peleja pelo Palácio Rio Madeira. Ele já está garimpando um vice do interior. Será que é de Jipa? De Cacoal? De Ariquemes?

No interior

No interior do estado, os prefeitos se deram melhor nos embates pelo governo estadual até agora. Vejam os casos dos  eleitos Valdir Raupp (Rolim de Moura) José Bianco (Ji-Paraná), do reeleito Ivo Cassol (Rolim de Moura), do reeleito Confúcio Moura (Ariquemes). Eles foram os melhores administradores se destacando pela eficiência. É o caso de Hildão na disputa para 2026, ele foi o melhor gestor da sua geração e teve uma despedida fantástica do Prédio do Relógio com a inauguração da nova rodoviária. E imaginem que querem punir Hildão por ter construído a rodoviária! É coisa de louco!

Via Direta

***A vizinha Rio Branco, a aprazível capital do Acre tem alternado secas terríveis com cheias históricas. Novamente sua população enfrenta problemas de enchentes *** A região amazônica tem padecido com o mesmo problema, pois o Amazonas desde a década passada enfrenta o mesmo drama e Porto Velho também tem alternado, mesmo com menor frequência, secas e inundações *** O ex-senador Amir Lando se articula para disputar uma cadeira a Câmara dos Deputados pelo MDB. Existem conversações também para que ele assuma a presidência estadual do partido em substituição ao deputado Lucio Mosquini*** Lando foi o único político rondonienses a conquistar um Ministério. Nenhum outro político local atingiu este patamar.  

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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