FALANDO SÉRIO

Maurício ignora CT&I; Confúcio impõe ritmo em Brasília; e Raupp, o pioneiro esquecido

Ciência com vontade política: o que explica a retomada do crescimento e o sucesso do Nordeste?

CARO LEITOR, o que existia de mais moderno do mundo no período do colonialismo, império e no início da República, chegou primeiro à Região do Nordeste do Brasil. Neste caso, os engenhos de cana-de-açúcar, a construção de portos, estradas, ferrovias, energia elétrica, telégrafos, telefone, rádio, ferrovias, bondes, automóveis, usinas de álcool e açúcar, reformas urbanas nos principais centros urbanos, faculdades e todos os tipos de invenções e inovações. Mas quando São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais assumiram o protagonismo industrial do país, a Região Nordeste sucumbiu industrialmente em relação à Região Sudeste. Entretanto, nas últimas décadas, com a renovação política, governadores, prefeitos, senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores assumiram bandeiras em defesa da ciência, tecnologia e inovação. O berço dessa transformação começou pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – desmembramento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por uma tratativa do senador Ronaldo Cunha Lima (MDB) – já falecido, junto ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).   Tal ação fez o município de Campina Grande, localizado na faixa de transição entre o agreste e o sertão, se tornar um polo de ciência e tecnologia, ganhando destaque nacional e impulsionando o desenvolvimento socioeconômico do estado da Paraíba.

Historicamente

Os estados vizinhos da Paraíba, a exemplo do Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, largaram mão da visão provinciana que esses estados historicamente mantinham sobre direcionar investimentos em ciência e tecnologia, para investir maciçamente, em especial, na pesquisa.

Pouco

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente Lula (PT) revolucionaram os investimentos nas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). Entretanto, ainda é pouco para o Brasil retomar o seu protagonismo como potência regional em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Visão

A classe política de Rondônia, na sua grande maioria, possui uma visão provinciana para as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), bem como a necessidade de investimentos em pesquisa. Contudo, aqui e acolá existiam algumas iniciativas, mas sem grande impacto ou repercussão no cenário regional e nacional.

Decisão

Mas o que mudou na Paraíba nesse curto período de investimentos em ciência, tecnologia e pesquisa? Como um estado pequeno em dimensão territorial, com um PIB bem inferior ao de outras unidades da Federação e uma estrutura produtiva ainda concentrada, conseguiu tornar-se referência nacional e ocupar espaços estratégicos de poder em ciência, tecnologia e inovação (CT&I)? A resposta está na decisão da classe política em escala estadual e local.

Prioridades

Tudo começou com a criação da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, depois com a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ-PB), a criação da Secretaria de Estado de CT&I e agências estaduais de fomento em P&D, que conseguiram lugar de destaque na política pública. Essas instituições foram inseridas nas prioridades de governos estaduais, municipais e nas agendas políticas de parlamentares.

Recursos

Os parlamentares federais e estaduais paraibanos inserem nas suas respectivas agendas políticas a destinação de recursos para universidades e institutos federais, bem como para universidade estadual, Embrapa, Empaer e Emater-PB. Tanto isso é verdade que há registro de programas estruturados ou com protagonismo na área de CT&I na Paraíba com recursos de emendas parlamentares.

Estreitar

A classe política rondoniense precisa estreitar as relações com as instituições de CT&I e P&D, em especial, os programas de pós-graduação das Instituições de Ensino Superior (IES) no sentido de fomentar pesquisas e aplicação na prática para acelerar o processo de industrialização e o desenvolvimento socioeconômico do estado de Rondônia.

Destaca

A coluna destaca os parlamentares federais e estaduais mais comprometidos com as instituições de CT&I e P&D, em especial, os programas de pós-graduação das Instituições de Ensino Superior (IES) no âmbito do estado de Rondônia.

 Agenda I

O ex-deputado federal Eduardo Valverde (PT) – já falecido – tinha uma agenda política direcionada para a UNIR e o IFRO. Já a ex-senadora Fátima Cleide (PT), apenas para o IFRO. Vale lembrar que ambos investiram pesadamente no IFRO de Colorado D’Oeste e Vilhena.

Agenda II

O ex-senador Valdir Raupp e a ex-deputada federal Marinha Raupp, ambos do MDB, tinham uma agenda política para a Universidade Federal de Rondônia – UNIR, em especial para o Campus de Porto Velho, Guajará-Mirim, Cacoal, Presidente Médici e Rolim de Moura. Por último, o casal Raupp abraçou o IFRO como um todo, em especial, os campi de Cacoal, Ariquemes, Vilhena, Guajará-Mirim e Calama.

Agenda III

Na agenda política voltada a destinar recursos para instituições de CT&I e pesquisa, em especial, os programas de pós-graduação das Instituições de Ensino Superior (IES), a coluna destaca o ex-deputado federal Newton Capixaba (PRD) – campus de Cacoal; os ex-deputados federais Amir Lando e Natan Donadon, ambos do MDB – campus de Vilhena; ex-deputado estadual Chico Paraíba (MDB), ex-deputado Jesualdo Pires e o deputado estadual Laerte Gomes – campus de Presidente Médici e Ji-Paraná.

Confúcio

O senador Confúcio Moura (MDB), como deputado federal, prefeito de Ariquemes, governador e senador da República, sempre teve uma atuação marcante para o fortalecimento da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), em especial, para o Campus de Ariquemes, Guajará-Mirim e Calama.

Influência

O senador Confúcio Moura (MDB) exerce sua influência em Brasília como parlamentar para efetivar o curso de Direito e Medicina na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Campus de Ariquemes. Além disso, protagonizou nos últimos dias a garantia da implantação do Hospital Universitário de Rondônia.

Timidamente

Na atualidade, timidamente, as deputadas federais Cristiane Lopes (União Brasil) e Silvia Cristina (PP) ensaiam uma agenda política para a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e o Instituto Federal de Rondônia (IFRO). Já o deputado federal Thiago Flores (Republicanos) fez um pequeno aceno para o IFRO.

Assumirá

Resta saber se o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil), como presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, assumirá uma agenda política em defesa de investimentos em CT&I e pesquisa no âmbito da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

Estaduais

Dentre os deputados estaduais, Alan Queiroz (Podemos), Laerte Gomes (PSD) e Ismael Crispim (MDB) são os que mais acenam para a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e o Instituto Federal de Rondônia (IFRO). No caso de Alan, ele, no início do mandato, defendeu a criação do curso de Direito e Medicina no campus da Unir de Guajará-Mirim e Ariquemes, bem como a instalação do Hospital Universitário da UNIR.

Dedicação

O prefeito Léo Moraes (Podemos), no exercício do mandato de deputado estadual e de federal, sempre manteve uma agenda política para a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e o Instituto Federal de Rondônia (IFRO). Portanto, não me causa estranheza a sua dedicação para trabalhar pela implantação do Hospital Universitário da Unir em Porto Velho.

Coelhão

Falando em Léo Moraes (Podemos), como prefeito TikTok da capital, chegou trajado de “Coelhão da Páscoa” para fazer o lançamento do evento “Páscoa no Parque” organizado pela SEMDESTUR. O evento que aconteceu ontem (13) no Parque da Cidade, prestigiado pela população portovelhense, contou com atrações locais, brincadeiras, distribuição de chocolates e o sorteio de 100 bicicletas.

Paroca

O vereador Zé Paroca (Avante) arrecadou entre amigos, colaboradores e apoiadores, um caminhão de cestas básicas e água mineral para serem entregues pela Defesa Civil Municipal à população ribeirinha do Baixo Madeira atingida pela enchente do rio Madeira. Confira a ação do vereador Paroca nas suas redes sociais.

AIJE

A Justiça Eleitoral confirmou o mandato do prefeito Zé Welington (PL) e do vice-prefeito Marcelo Parrão (PP) no município de São Francisco do Guaporé. Ambos sofriam uma ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movida pelo Ministério Público por suposta coação eleitoral e abuso de poder econômico.

Improcedente

A AIJE contra o prefeito Zé Welington (PL) e o vice-prefeito Marcelo Parrão (PP) foi julgada improcedente pela 5ª Zona Eleitoral por falta de provas. A defesa foi dos advogados eleitoralistas Manoel Veríssimo e Juacy Loura Júnior. Já o juiz Dr. Kalleb Barbato confirmou a lisura do processo eleitoral e garantiu a permanência dos eleitos no cargo. Com a decisão, a Justiça Eleitoral reafirma a vontade popular expressa nas urnas no município de São Francisco do Guaporé.

Sério

Falando sério, para o estado de Rondônia avançar em CT&I e pesquisa, faz-se necessário colocar de lado o exercício da vaidade e criar um consenso político sobre a relevância do tema em buscar investimentos para vocacionar as mentes brilhantes dos alunos do Ensino Médio para ciência, tecnologia e pesquisa, valorizar a graduação e promover investimentos na pós-graduação, para formar jovens com alto nível de qualificação e, sobretudo, a aposta decidida na popularização da cultura científica e da inovação no âmbito estadual.