EDITORIAL
Tentaram — e ainda tentam — ‘enterrar’ Fernando Máximo, mas ele está vivíssimo para 2026

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Deputado mais votado em 2022, Máximo foi deixado de fora da disputa municipal em 2024 e é ignorado no principal cenário da pesquisa para o governo. Mesmo assim, lidera quando os caciques saem de cena

Por Informa Rondônia - domingo, 20/04/2025 - 15h08

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Porto Velho, RO – Há uma tentativa visível de empurrar Fernando Máximo para o acostamento da política rondoniense. Ela ganha força em 2024, quando o União Brasil opta por ignorar a força eleitoral de seu deputado federal mais bem votado nas eleições anteriores e entrega a cabeça de chapa na disputa pela Prefeitura de Porto Velho à ex-deputada Mariana Carvalho. A escolha da legenda surpreendeu, sobretudo porque Mariana já vinha de uma derrota nas urnas: em 2022, ela disputou uma vaga ao Senado e perdeu para Jaime Bagattoli, do PL, que conquistou o mandato com validade até 2030. Na capital, em 2024, a ex-parlamentar voltou a ser derrotada — desta vez por Léo Moraes, do Podemos, no segundo turno.

O desgaste, no entanto, não ficou com quem perdeu nas urnas, mas com quem foi preterido nos bastidores.

Máximo não ficou parado. Optou por trabalhar em silêncio, manteve a atuação parlamentar em Brasília e, mais importante, não se desconectou da base. Em meio à briga interna da sigla, adotou uma postura estratégica: não rompeu com o partido, mas também não seguiu suas diretrizes à risca — tanto que, mesmo sendo do União Brasil, declarou apoio ao adversário da própria legenda no segundo turno da eleição municipal.

Apesar disso, e de ser um dos políticos mais populares do estado nas redes sociais, a mais recente pesquisa do Instituto Paraná, divulgada em abril de 2025, simplesmente ignora seu nome no principal cenário estimulado para o Governo de Rondônia. Cassol, Marcos Rogério, Fúria e Hildon Chaves estão lá. Máximo não. Forças estranhas à democracia parecem desejar sua extinção no jogo político, embora não se possa sacramentar com veemência o motivo para sua exclusão da lista principal do levantamento.

O episódio remete à icônica cena de Kill Bill: Volume 2 (2004), em que Beatrix Kiddo (Uma Thurman) é enterrada viva e, à base de socos, consegue arrebentar o caixão e cavar seu caminho de volta à superfície. A metáfora não é forçada: alguns de seus inimigos, internos e externos, o subestimaram. Queriam vê-lo “morto”, politicamente, o que só ocorreu em suas mentes desvairadas e fora de prumo. Fernando Máximo continua socando — com base eleitoral, presença digital e desempenho em cenários alternativos de intenção de voto. Tal como a personagem de Tarantino, não pediu resgate nem salvador: cavou sozinho a própria saída da cova.

Na pesquisa, cenário principal estimulado ignorou Fernando Máximo / Reprodução

Só em cenários alternativos o nome do parlamentar surge. E quando surge, incomoda. Em um desses panoramas, onde Marcos Rogério está fora, Máximo aparece com 19,1% das intenções de voto, colado em Adailton Fúria (20,5%) e atrás apenas de Ivo Cassol (28,5%). Em outro, mais revelador, Cassol também sai da disputa e Máximo lidera com 34,8%, à frente de Fúria (29,6%) e Sérgio Gonçalves (21,1%).

A leitura é evidente: quando o jogo está equilibrado, Máximo se impõe. Sua ausência nos cenários centrais não parece um lapso técnico, mas um sinal claro de desconforto com o nome que ainda hoje representa uma ameaça concreta às forças tradicionais. Mesmo com críticas recorrentes ao seu estilo direto, ao figurino que inclui toucas cirúrgicas ou à linguagem adotada nas redes, tratá-lo como uma figura irrelevante talvez seja o maior erro de cálculo do atual tabuleiro.

Em 2022, ele venceu. Em 2024, foi deixado de fora antes mesmo de competir. Em 2025, querem que ele desapareça do radar. Mas a resposta está nos números: sempre que aparece, ele aparece bem.

E como a história já ensinou — não é quem está na pesquisa hoje que necessariamente vence amanhã. É quem resiste.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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