ATRITO

Delegado lotado na Casa Civil registra boletim contra Marcelo Cruz e nega envolvimento em suposta ameaça

Policial afirma que manterá medidas legais contra o deputado e sua assessora; caso gira em torno de suposta perseguição política e vazamento de informações

Por Informa Rondônia - sexta-feira, 13/06/2025 - 15h18

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Porto Velho, RO – O delegado Marcos Correia, servidor da Polícia Civil atualmente cedido à Casa Civil do Governo de Rondônia, contestou formalmente as acusações feitas pelo deputado estadual Marcelo Cruz (PRTB) e registrou um Boletim de Ocorrência na tentativa de rebater os apontamentos feitos na última quinta-feira, 12. Correia é citado pelo parlamentar como figura central em um alegado esquema de perseguição política, com supostas ameaças indiretas e vazamentos de informações sigilosas.

Segundo Correia, a interlocução com uma assessora do deputado foi institucional e conhecida pela alta cúpula da Casa Civil. Ele afirma que o secretário-chefe Elias Rezende de Oliveira tinha plena ciência da troca de mensagens entre ambos. Ainda de acordo com o delegado, o contato aconteceu dentro das dependências do próprio Palácio do Governo, após apresentação feita por um assessor técnico da equipe governamental. A funcionária, que atua no gabinete de Marcelo Cruz, teria solicitado e salvo o número de telefone de Correia voluntariamente. Para embasar essa versão, o policial afirma que o número consta salvo na agenda da servidora com o nome “Marcos – Delegado C”.

O delegado confirma que enviou uma mensagem via WhatsApp no dia 10 de junho de 2025 perguntando se o deputado estaria presente na Assembleia Legislativa. A resposta, segundo ele, foi negativa: a assessora informou que Marcelo Cruz não se encontrava na cidade. Na sequência, ela teria repassado o contato do chefe de gabinete do parlamentar. Correia afirma que não chegou a falar com esse segundo interlocutor porque “a dúvida já havia sido sanada”.

Em sua versão, ele também rebate a insinuação de que a mensagem teria sido programada para se autodestruir. O delegado sustenta que o conteúdo foi de cunho institucional e estava relacionado à função da Casa Civil de intermediar o diálogo entre o Executivo estadual e o Legislativo.

Um novo desdobramento veio no dia seguinte ao envio da mensagem. De acordo com o deputado Marcelo Cruz, seu chefe de gabinete teria recebido uma ligação anônima com o seguinte alerta: “Avise ao deputado Marcelo Cruz para tomar cuidado no aeroporto”. Correia nega qualquer envolvimento nesse episódio e critica a tentativa de responsabilizá-lo. “Marcelo afirma, sem qualquer prova ou cabimento formal, que fui eu o autor da ligação. Isso é absolutamente inverídico”, declarou em sua manifestação.

O delegado também acusa o parlamentar de expor sua imagem indevidamente na imprensa. Em trecho registrado no boletim, ele afirma: “Não bastasse, fez circulação de petição na mídia caracterizando a nítida intenção de praticar crimes contra honra e reputação deste delegado e ainda divulgando conversas pessoais sem o consentimento deste delegado”.

Em resposta, Correia anunciou que irá apresentar uma queixa-crime contra o deputado estadual e sua assessora. Ele também manifestou total disposição para colaborar com as investigações, colocando inclusive seu próprio telefone à disposição das autoridades. No entanto, sugeriu que os aparelhos da assessora e do chefe de gabinete de Marcelo Cruz sejam apreendidos, como forma de esclarecer os fatos.

Já na denúncia que originou o caso, Marcelo Cruz menciona a existência de uma operação sigilosa que teria sido supostamente revelada por outro parlamentar. Segundo ele, a ação envolveria a Casa Civil e, de maneira indireta, o próprio delegado Marcos Correia.