Racha no governo, disputa antecipada e alianças em conflito evidenciam fragilidade da base aliada rumo a 2026
Vidas ricas
A Amazônia é cantada em prosa e verso por suas grandezas, desde sua ampla biodiversidade até o inigualável volume do Rio Amazonas e a variada composição de seu meio ambiente, desde as nascentes, nos Andes, até sua rara foz, que o transforma no rio mais longo do mundo também por se estender como água doce por cerca de 200 quilômetros mar adentro.
Por isso é praticamente impossível tocar no assunto Amazônia sem que uma de suas grandezas logo chame a atenção. Nos últimos anos, porém, sua biodiversidade minúscula, muitas vezes invisível aos olhos, chama a atenção do mundo científico, apresentando resultados em escalada para bilhões de dólares.
Encontrar vidas úteis antes que desapareçam é uma tarefa difícil, mas promissora, na corrida contra a devastação. No Parque Estadual do Utinga, por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal do Pará recolhem amostras de solo de áreas intocadas e em restauração para entregar o material coletado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas (SP).
Lá, o mais moderno microscópio da América do Sul, o acelerador Sirius, permite aos cientistas investigar e testar genes bacterianos. Essa operação constitui a “mina” de onde virão riquezas na forma de substâncias de alto valor na indústria química e farmacêutica, forma altamente rentável de obter grandes riquezas a partir de minúsculas vidas.
Governo rachado
Com o governo estadual rachado e envolto em escândalos, acusações, ataques e contra-ataques, os governistas encontraram a melhor formula para despencarem nas eleições do ano que vem. A brigarada no Palácio Rio Madeira vai prejudicar sensivelmente as candidaturas de Sergio Gonçalves ao governo estadual e Marcos Rocha ao Senado. Urge a pacificação nas entranhas chapas brancas, o que vai se tornando cada vez mais difícil. Se dez por cento do que foi denunciado dos dois lados for verdade já é caso de Polícia. Vamos ver se a coisa não vire um fogaréu.
CPA em ruinas
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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A melhor receita para um governo ruir nas urnas é o racha das suas bases. Trata-se de uma história recorrente em Rondônia. Lembro quando o governador Ivo Cassol rachou com Expedito Junior, ambos acabaram derrotados por Confúcio Moura. Quando os petistas se dividiram, prejudicando a gestão do então prefeito Roberto Sobrinho, preterido na disputa ao governo estadual, o partido começou a desmoronar e nos dias de hoje não tem mais aquela representatividade que contava no auge dos governos Lula e Dilma. A situação agora de racha sinaliza despenhadeiro para os governistas nas eleições 2026.
Olho do furacão
A grande verdade é que a base do governador Marcos Rocha se dividiu na Assembleia Legislativa e uma parte apoia a candidatura do vice-governador Sergio Gonçalves ao governo do estado no ano que vem e outra parte, empunha o punhal da traição, para derrubar a sua candidatura. O racha não é maior porque o governador Marcos Rocha paga religiosamente as emendas parlamentares aos deputados, não fosse isto a crise seria muito pior, caros aldeões. Tentando ficar fora do olho do furacão (porque no outro Rocha entrou na visita a Israel) o governador ainda não se posicionou se apoia ou não seu vice a reeleição.
Chapa completa
O ex-presidente Jair Bolsonaro quer fazer barba, cabelo e bigode nas eleições do ano que vem em Rondônia e para tanto já tem sua chapa aprovada para a disputa, com o senador Marcos Rogério (PL) na peleja pelo governo estadual, seu amigo Bruno Scheidt (PL) a uma cadeira ao Senado e o deputado federal Fernando Máximo (UB) para outra cadeira ao Senado. Com isto o mito está excluindo do seu arco de alianças as candidaturas do vice-governador Sergio Gonçalves ao CPA Rio Madeira e do atual governador Marcos Rocha ao Senado. Como se vê, o bolsonarismo já está em guerra na aldeia.
Carreira política
Refazendo suas carreiras políticas depois de alguns insucessos, o ex-governador Waldir Raupp (MDB) e o ex-senador Expedito Junior (PSD) devem disputar cadeiras a Câmara dos Deputados e com isto reconduzir a representatividade política de Rolim de Moura e Zona da Mata tão afetada nas últimas eleições. A outra grande liderança da região, o ex-governador Ivo Cassol (PP) segue inelegível e, por conseguinte fora das eleições de 2026. Possivelmente deve cacifar a postulação da mana Jaqueline (PP) numa disputa a Câmara dos Deputados. É Rolim de Moura buscando novamente o protagonismo político no estado.
Via Direta
*** Este negócio de comprar hospitais em Rondônia sempre gerou suspeições e desgastes para a classe política. Por conta disto o governador Marcos Rocha e o ex-secretário da saúde Fernando Máximo foram alvo de suspeições e acusações pesadas na gestão anterior ***Agora é a vez do prefeito de Porto Velho Leo Moraes enveredar na aquisição de um hospital na capital rondoniense e ele precisa tomar todos os cuidados e transparência possível para não sofrer os mesmos percalços *** Já considerado favorito para galgar o CPA Rio Madeira nas eleições de 2026 o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL) já está com o pé na estrada.
