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ENTREVISTA
Governador defende posição do novo chefe da Casa Civil e diz que declaração do vice foi “um tremendo de um vacilo”

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Em entrevista exclusiva ao jornalista Everton Leoni, durante o SIC News, Marcos Rocha relata momentos de tensão vividos em bunker durante bombardeios em Israel

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 23/06/2025 - 22h02

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Porto Velho, RO – Em entrevista exclusiva ao jornalista Everton Leoni, durante o programa SIC News, veiculado pela SIC TV, afiliada da Record em Rondônia, o governador Marcos Rocha (União Brasil) comentou os recentes desdobramentos políticos no Executivo estadual e falou sobre a viagem a Israel, onde ficou confinado em um bunker durante bombardeios.

Rocha iniciou a conversa reconhecendo o impacto da declaração pública do vice-governador, Sérgio Gonçalves, que pediu a exoneração do então recém-nomeado chefe da Casa Civil, Elias Rezende. “Eu acho que foi um tremendo vacilo, porque quem escolhe os secretários é o governador”, afirmou, ao comentar que só teve real dimensão da situação ao retornar da missão oficial no exterior. “Hoje fui entendendo mais ou menos o que aconteceu”.

Segundo o governador, sua decisão de nomear Sérgio como vice foi pessoal e enfrentou resistência até mesmo do irmão de Sérgio, Júnior Gonçalves, ex-chefe da Casa Civil. “Escolhi por confiar. Ninguém era a favor. Nem o próprio irmão. Eu escolhi e briguei com todo mundo para manter o Sérgio”, declarou.

Ao ser questionado sobre Elias Rezende, Marcos Rocha disse que considerou “coerente” a nota divulgada pelo novo secretário e que não vai fomentar disputas internas. “A gente tem que defender o governo e trabalhar seguindo as orientações do governador”. Ele ainda relembrou que manteve Júnior Gonçalves no cargo mesmo após a Polícia Civil realizar diligência na casa do ex-secretário. “Deu aquela confusão toda. Eu falei: ‘não, peraí, eu acredito que você é um homem sério’. E mantive”, explicou.

Na entrevista, Rocha também confirmou sua pré-candidatura ao Senado em 2026. “E se não for eleito, qual o problema? Se for eleito, vou trabalhar muito e vou ajudar o governo que tiver, diferente da ajuda que eu não tive”, disse, ao mencionar a falta de apoio parlamentar durante seu mandato. Questionado sobre a possibilidade de apoiar Sérgio como sucessor, foi evasivo: “Vamos esperar para a gente poder saber como vai ser”.

Ainda durante a conversa, o governador deu detalhes da viagem a Israel. Ele explicou que o objetivo era ampliar relações comerciais e buscar soluções tecnológicas para agricultura e produção de leite. “Israel produz quase 80 litros por vaca por dia. A gente aqui produz 35. A técnica deles é o que queremos trazer pra cá”, comentou.

O momento mais dramático da viagem ocorreu durante os ataques aéreos. Rocha contou que estava em Tel Aviv quando ouviu sirenes e foi notificado via celular. “De início veio uma mensagem em hebraico, depois em inglês. Saímos e vimos os mísseis sendo interceptados pelo sistema de defesa de Israel. Foram mais de 500 mísseis no primeiro ataque”, relatou.

Conforme explicou, todos os prédios em Israel possuem abrigos antiaéreos, mas as autoridades brasileiras foram direcionadas a um local de segurança reforçada. “Eu não saí antes da minha equipe. Falei: ‘ou saímos juntos ou eu saio por último’. Seria ridículo sair antes dos outros”, disse.

Rocha revelou que carregava uma mochila com itens de sobrevivência. “Tinha facão, material para tourniquete, barra de proteína, água e medicamentos. Acabei distribuindo remédios para dor de cabeça e enjoo para os colegas”. Ainda segundo ele, havia clima de pânico entre algumas autoridades, e foi necessário agir com calma. “Quando ouvi alguém dizendo ‘como meu corpo vai sair daqui?’, respondi: ‘vamos pensar em viver’”.

Durante o relato, o governador mencionou que orava constantemente e que se sentiu em paz, mesmo diante do risco. “A guerra é uma coisa ruim. Foi uma experiência que me fez conhecer mais de mim mesmo. Descobri que, em meio à pressão, mantenho a serenidade”.

Ao final da entrevista, Rocha reafirmou seu compromisso com a gestão. “Temos que parar com essa conversa de brigas e mal-falar dos outros. Isso não leva a nada. Precisamos nos unir para fazer Rondônia crescer”, concluiu.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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