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RESENHA POLÍTICA
Ruptura irreversível entre Rocha e Sérgio; cassação fake não impede posse de Fera; e Hildon mira o Senado

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Após crise interna com o vice, governador Marcos Rocha rompe o silêncio, sinaliza afastamento político de Sérgio Gonçalves e expõe fragilidades do grupo rumo a 2026

Por Robson Oliveira - quarta-feira, 25/06/2025 - 15h04

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RETORNO

Em entrevista ao programa de Everton Leoni, após um final de semana em completo silêncio, o governador Marcos Rocha chancelou a Nota Pública do secretário da Casa Civil, Elias Resende, em resposta às críticas feitas pelo vice-governador Sérgio Gonçalves. A fala do governador deixou claro que o vice não é atualmente seu candidato à sucessão, embora tenha confirmado que é provável candidato a senador o que o obrigará entregar o governo a Sérgio Gonçalves em abril de 2026. A briga interna no governo é a guerra local que Marcos Rocha tem que administrar em seu retorno do ‘front’ de Israel.

CONVERSA

Mesmo com as relações abaladas entre governador e vice, Marcos Rocha revelou que vai conversar com Sérgio Gonçalves para compreender as razões das críticas. Mas quem conhece os bastidores da política sabe que a reação do chefe da Casa Civil somente foi tornada pública após a anuência do governador. E caso aconteça o papo, seu conteúdo será meramente protocolar uma vez que Marcos Rocha pela primeira vez descartou publicamente o apoio automático de Sérgio Gonçalves a governador.   

LEALDADE

Na entrevista, não passou despercebida a decepção do governador com o vice, razão pela qual por mais de uma vez fez questão de enfatizar que a escolha de Sérgio Gonçalves para compor a chapa na condição de vice-governador foi exclusivamente pessoal. Revelou ainda que todos os demais secretários, políticos e o próprio irmão de Gonçalves (Junior) eram contra a escolha. Insinuou, portanto, que faltou lealdade do vice.  

ILAÇÃO

Não passou despercebida uma alfinetada de Marcos Rocha contra Júnior Gonçalves – ex-chefe da Casa Civil, ao lembrar que a polícia federal fez uma busca e apreensão em sua residência. Este sim, convocou uma coletiva para acusar o governo de bisbilhotar adversários e fez ilações sobre supostos malfeitos no DETRAN, órgão administrado pelo irmão do governador. Absolutamente nada sobre a entrevista do irmão do vice-governador foi abordado. Uma pena, visto que tais fatos merecem explicações.

FRAGILIDADES

A quebra de confiança entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves dificilmente será recomposta com lorotas ou explicações de um ou outro. Lealdade exige antes de tudo um projeto comum de confiabilidade e irmandade. Uma vez quebrada é como um cristal que se parte e nunca mais se cola. Os cacos desta conturbada relação ainda vão provocar muitas avarias em ambas as candidaturas, caso sejam levadas ao fim e ao cabo. Tais fragilidades bem exploradas por adversários podem minar as duas pretensões.

FLERTE

A briga entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves pode animar o ex-prefeito Hildon Chaves a mudar o projeto eleitoral da candidatura ao governo para uma senatorial. Marcos Rocha sem o reforço dos inúmeros cargos que a estrutura governamental favorece a qualquer candidatura passa a ser um candidato comum e fácil de ser batido. Foi essa estrutura organizacional com milhares de cargos comissionados que ajudou na reeleição do governador em 2022, caso contrário teria sido derrotado por Marcos Rogério. Uma vaga senatorial começa a flertar com Hildon Chaves, bastando apenas piscar de volta e acalmar o ego.

FOGO AMIGO

Há uma desconfiança enorme que uma denúncia envolvendo o atual Secretário-Adjunto de Meio Ambiente do Estado, Gilmar Oliveira, tenha digitais de fogo amigo, conforme uma fonte revelou à coluna.  Segundo a fonte, a área indicada na denúncia sobre supostas irregularidades nas escrituras passou no crivo judicial, mas foi requentada de forma espetaculosa em razão de interesses inconfessáveis de uma empresa privada contrariada com a atuação do secretário na condução da pasta. É uma denúncia que exige da coluna uma investigação mais profunda, embora o fogo amigo esteja evidente.

JUSTIFICATIVAS

Após votarem contra numa matéria de interesse da população e oriunda do governo que diminuía os preços da energia elétrica, deputados federais e senadores da nossa pior representação no Congresso Nacional usaram suas mídias sociais para justificar o injustificável ao apelar para a rixa ideológica entre esquerda e direita como justificativa vulgar para o voto que aumenta a energia elétrica.

MEDÍOCRES

Há quem ainda aposte que a maioria do eleitor apoie qualquer posição que não seja senão dos extremistas. Isto é uma empulhação de uma casta política que se elegeu na esteira de uma polarização ideológica expressa naquela campanha, mas em 2026, o eleitor está mais atento e quer resultados concretos de atuações políticas que minimizem os problemas que afetam a população. Nossa bancada, quase todos extremistas, aposta na radicalização ideológica como saída para seus mandatos medíocres.

CAPITULARAM

As últimas tragédias com vidas ceifadas na BR 364, causando consternação coletiva, causaram uma inflexão nos discursos ácidos dos nossos deputados federais e senadores contra os preços dos pedágios e a modelagem da privatização da rodovia. A capitulação ocorreu após os abalroamentos de ambulâncias, com mortes de médicos e paramédicos. Ninguém vê mais o senador extremista Jaime Bagattoli nem o deputado federal Coronel Crisóstomo vociferando contra a privatização da 364, por exemplo.  

LOROTA

Por razões políticas os desafetos do quase deputado federal Rafael Fera estão espalhando que o TSE vai impedí-lo de assumir a vaga no Congresso Nacional em substituição a Lebrão em razão daquela cassação fake que a Câmara Municipal de Ariquemes se prestou a condená-lo para atender interesses inconfessáveis. Lorota. Mesmo que o TSE reconheça que a reabilitação do ex-vereador seja ilegal, os fatos que ensejaram a cassação fake não se comunicam com a eleição que Fera disputou em 2022. Na época sua situação eleitoral era de elegibilidade. Portanto, Fera assume a vaga. O resto é lorota. 

ESCÁRNIO

O aumento do número de deputados federais na Cãmata Federal é um escárnio a população e um cotoco ao contribuinte. Nossos deputados federais, que pouco fazem por Rondônia, apoiam a aberração. Olho vivo eleitor, 2026 é logo ali. 

AUTOR: ROBSON OLIVEIRA





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