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ENTREVISTA
Chefe do GAECO comenta Operação Pau Oco após críticas de Daniel Pereira

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Promotor Anderson Oliveira diz que caso está com a Justiça e detalha atuação contra facções e agentes públicos em Rondônia

Por Informa Rondônia - quinta-feira, 31/07/2025 - 18h04

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Porto Velho, RO – A Operação Pau Oco voltou ao debate público após críticas do ex-governador de Rondônia, Daniel Pereira. Em entrevista ao podcast Resenha Política, o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), promotor Anderson Batista de Oliveira, afirmou que não participou da fase investigativa questionada pelo ex-governador e que o processo segue em tramitação judicial.

“Está em fase de ação penal, e caberá ao Judiciário avaliar as provas e decidir. A etapa que gerou críticas não passou por mim nem pela minha equipe”, explicou o coordenador, reforçando que não cabe ao órgão polemizar sobre investigações já concluídas e encaminhadas para julgamento.

Oliveira aproveitou a entrevista para explicar como o GAECO atua em casos de grande repercussão. Ele ressaltou que o grupo mantém foco em crimes contra a administração pública e em organizações criminosas, e que toda deflagração de operação só ocorre quando há elementos consistentes e autorização judicial. Nos últimos quatro anos, segundo o promotor, o grupo deflagrou cerca de cem operações, dez delas apenas em 2025.

O promotor também abordou o avanço das facções em Porto Velho e em municípios do interior. Segundo ele, esses grupos exploram vulnerabilidades sociais e falhas do sistema prisional para recrutar jovens. “Enquanto o Estado não oferecer uma alternativa melhor, eles ocupam o espaço. Uma criança pode ser cooptada com um celular ou uma moto roubada”, observou.

Sobre o sistema prisional, Oliveira disse que o GAECO não atua diretamente em questões estruturais, mas reconheceu que celulares e informações ainda circulam nas unidades. Ele evitou responsabilizar apenas os servidores e defendeu estudos mais profundos sobre as causas do problema.

O coordenador também afirmou que agentes públicos seguem sob vigilância. Prefeitos e vereadores são alvos frequentes de denúncias, mas só viram investigações quando há indícios concretos. Nas eleições, o órgão realizou monitoramento para identificar tentativas de infiltração de facções na política local, mas não encontrou vínculos estratégicos. “O tema está no nosso radar, mas ainda não houve casos gritantes em Rondônia”, disse.

Ao final, Oliveira destacou que o trabalho do GAECO exige seletividade e ação em rede com Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Politec e Tribunal de Contas do Estado. Ele ainda alertou para o período de agosto, marcado por queimadas e crimes ambientais, que deve mobilizar os órgãos de fiscalização e investigação.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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