Senador de Rondônia afirma que presidente americano já apresentou condições de negociação e critica ausência de iniciativa do Brasil para defender mercado de US$ 20 bilhões anuais em exportações com valor agregado
Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério (PL-RO) criticou a postura do governo brasileiro diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos nacionais, medida que, segundo ele, afeta um mercado estimado em US$ 20 bilhões por ano, composto majoritariamente por itens de alto valor agregado. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar afirmou que “o presidente americano já apresentou as condições” e questionou: “E o governo brasileiro? Nada”.
De acordo com Marcos Rogério, a ausência de ação representa perda de espaço para o Brasil no comércio com os EUA. “Não existe justificativa para ficar de braços cruzados. O que falta é autoridade, seriedade e vontade de resolver. Cada dia perdido é espaço que o Brasil perde nesse mercado”, escreveu.
Em declaração detalhada, o senador disse considerar “a ausência de autoridade brasileira na mesa de negociação” como o principal problema. “O papel de negociar com seriedade e levando a sério aquilo que o governo americano está colocando como condicionantes é do governo brasileiro”, afirmou.
Segundo ele, o presidente dos Estados Unidos já apresentou “os termos da negociação que pretende fazer” e o Brasil ainda não sinalizou uma proposta formal. “Em que momento o presidente Lula pegou pelo menos o telefone para ligar para o presidente americano para estabelecer um início de diálogo sobre essa questão? Até agora nada”, questionou.
Marcos Rogério destacou que outros países afetados por medidas semelhantes buscaram diálogo e alcançaram avanços nas relações comerciais. “Todos os demais países que tiveram tarifaço ou que foram sancionados, negociaram e melhoraram o ambiente de negócios bilateral. Por que o Brasil não fez o mesmo?”, indagou, acrescentando que existe um “componente político” na situação.
O parlamentar defendeu a necessidade de o Brasil se sentar à mesa de negociações, identificar pontos possíveis de avanço e buscar “uma solução realmente estruturada” para evitar impactos maiores.
“Permanecer como está é aprofundar uma crise que a gente não sabe aonde ela vai chegar. Quanto mais tempo o governo brasileiro demora para tomar as medidas necessárias, menos espaço o produto brasileiro vai ter nesse mercado”, declarou.
Ele reforçou que o comércio com os Estados Unidos é estratégico para setores econômicos brasileiros. “O mercado americano interessa muito ao Brasil, muito aos setores econômicos do Brasil”, afirmou.