Nem todas as CPIs acabam em pizza
CARO LEITOR, nem toda Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) acaba em pizza no Congresso Nacional. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do PC Farias culminou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Já a CPMI dos Correios apurou o escândalo do mensalão no âmbito do Congresso Nacional e derrubou José Dirceu da Casa Civil. Por último, a CPI da Pandemia, que investigou supostas omissões e irregularidades nas ações do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) durante a pandemia de COVID-19, afetou a sua reeleição. Comparativamente, a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS pode se transformar em um novo fantasma eleitoral para o presidente Lula (PT) por ser um governo de esquerda fraco diante de um Congresso Nacional conservador e reacionário. Essa combinação pode significar um perigo para o Palácio do Planalto. O pior fato desse desmando no âmbito da Previdência é a classe trabalhadora pagar por essa roubalheira orquestrada pelos líderes dos sindicatos e associações dos aposentados.
Desarticulando
A oposição conseguiu eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da CPMI do INSS e ainda nomear o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator. Desarticulando as indicações de bastidores do Palácio do Planalto, inicialmente em torno dos nomes de senador Omar Aziz (PSD-AM) e deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
Fantasma
O senador Carlos Viana (Podemos-MG) e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) podem transformar a CPMI do INSS em um novo fantasma eleitoral para o presidente Lula (PT). Esses nomes da oposição garantiram um espaço privilegiado para pressionar o governo e gerar conteúdos para a imprensa e redes sociais, em especial para os parlamentares lacradores.
Investigar
O que a CPMI do INSS vai investigar? O esquema de fraudes que, segundo a Polícia Federal, desviou aproximadamente R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Cerca de 60% desse valor teria sido movimentado por entidades sindicais e associações durante o atual governo Lula III, o que aumenta o alcance político da investigação.
Requerimentos
O governo sofreu um tsunami de requerimentos com pedidos de informações no âmbito da CPMI do INSS, que irá investigar a roubalheira dos descontos indevidos a aposentados e pensionistas, que culminou com a queda do ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT-RJ). Foram protocolados 600 requerimentos só nas primeiras horas de instalação da referida CPMI.
Mira
Mirando a reeleição nas próximas eleições, o senador de oposição Izalci Lucas (PL-DF) é o recordista: registrou mais de 300 requerimentos assim que se abriu o protocolo da CPMI do INSS. Parte dos requerimentos mira José Ferreira da Silva, conhecido entre os líderes sindicais pela alcunha de Frei Chico. Esse é irmão do presidente Lula (PT-SP).
Condenados
O Senado deve retomar, nesta terça-feira (26), a votação do projeto de lei que reduz o prazo de inelegibilidade para políticos condenados definido pela Lei da Ficha Limpa. De acordo com o novo texto, o período de inelegibilidade continua sendo de oito anos, mas começa a ser contado a partir da condenação, e não mais após o cumprimento da pena, o que diminuiria o período longe das urnas.
Ficha
Para quem não sabe, na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o novo Código Eleitoral, trazendo a mesma alteração na Ficha Limpa. Pelo texto aprovado no colegiado, políticos condenados passarão a ficar inelegíveis por oito anos contados da decisão que aplicou a sanção. Esse projeto, no entanto, ainda não chegou ao plenário.
Limpa
A Lei da Ficha Limpa, originalmente apresentada por iniciativa popular, deve ser enfraquecida com a alteração da contagem do período de inelegibilidade a partir da condenação. Neste caso, senadores atuais poderão trazer políticos adversários que se encontram inelegíveis para o jogo do poder.
Beneficiar
Falando em Ficha Limpa, caso seja alterada a Lei da Ficha Limpa, pode beneficiar diretamente o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura). Esse se encontra inelegível, consequentemente, fora do pleito eleitoral de 2026.
Cassol
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
++++
Caso Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) seja liberado por alteração da Lei da Ficha Limpa, bagunça o tabuleiro eleitoral para disputa ao governo de Rondônia nas eleições de 2026. Ivo tem pontuado bem nas pesquisas de intenções de voto espontânea e estimulada. Neste caso, ele aparece como franco favorito dos eleitores rondonienses.
Declarou
A entrada de Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) tira o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD-Cacoal), da disputa ao governo de Rondônia. Esse já declarou que declinaria da candidatura de governador caso Cassol retornasse ao jogo do poder.
Atrapalha
Apesar de tratativas políticas adiantadas entre o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho) e o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura), esse último, voltando ao jogo do poder pela disputa ao governo de Rondônia, atrapalha as pretensões de Chaves de conquistar o Palácio Rio Madeira.
Turbinar
Caso não vingue as alterações dos projetos de alterações na Lei da Ficha Limpa e o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) continue inelegível, esse pode turbinar a chapa encabeçada pelo ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho) lançando Ivo Cassol Júnior na disputa ao Senado.
Promessa
O nome de Ivo Cassol Júnior rompe o machismo estrutural enfrentado pela ex-deputada federal Jaqueline Cassol (PP-Rolim de Moura) quando se envolveu nas disputas majoritárias ao governo de Rondônia nas eleições de 2014 e ao Senado no pleito de 2022 com apoio do irmão, o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura). Ivo Júnior seria a promessa de continuidade do legado da família Cassol na política rondoniense.
Redano
Falando em disputa majoritária, o nome da prefeita de Ariquemes, Carla Redano (União Brasil-Ariquemes), cresce entre os conselheiros do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), para compor a chapa majoritária como candidata a vice-governadora. Neste caso, Carla viria numa possível composição com Republicanos ou Avante.
Brilhante
O prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho) tem uma carreira política brilhante pela frente. Mas algumas medidas administrativas, como o penduricalho do pagamento de jetons turbinando salários da cúpula da gestão municipal frente ao Prédio do Relógio, podem colocar em Léo a pecha do novo Carlinhos Camurça.
Contraditório
Em tempos pretéritos, o prefeito Léo Moraes (Podemos-Porto Velho), como deputado federal, defendendo a correção salarial dos servidores públicos federais, condenou o pagamento de jetons no âmbito do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Neste caso, Léo deveria rever e extinguir esses pagamentos de jetons para auxiliares diretos para não parecer contraditório nas suas posições e opiniões políticas entre o passado e o presente.
Respeitar
Populares que frequentam as galerias das Casas Legislativas precisam compreender a necessidade de respeitar a fala e a presença do parlamentar no Plenário e na Tribuna da Casa de Leis. Ontem (25), o vereador Breno Mendes (Avante-Porto Velho) foi provocado e desrespeitado por um povo presente na galeria da CMPV.
Desrespeitoso
O vereador Breno Mendes (Avante-Porto Velho) não é de deixar barato, respondeu do seu jeito ao cidadão desrespeitoso e pediu à Mesa Diretora que determinasse a sua retirada da Galeria da CMPV. Breno teve seu pedido atendido e a sessão foi interrompida até que os ânimos se acalmassem entre todos.
Sério
Falando sério, a oposição com a relatoria da CPMI do INSS e o efeito prático das investigações podem desgastar a imagem do governo e do presidente Lula (PT) por meio de conteúdos para redes sociais e peças publicitárias como principal trunfo na campanha eleitoral do próximo ano.
