Informa Rondônia Desktop Informa Rondônia Mobile

CONFRONTO
Marcos Rogério bate boca com defensora na CPMI do INSS: “O senhor está colocando palavras na minha boca”

🛠️ Acessibilidade:

Audiência foi marcada por troca de falas tensas após insistência do parlamentar em obter respostas opinativas sobre fraudes no INSS

Por Informa Rondônia - domingo, 31/08/2025 - 14h21

Conteúdo compartilhado 150 vezes

Porto Velho, RO – A audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizada na última quinta-feira (28), registrou um dos momentos mais tensos quando o senador Marcos Rogério (PL-RO) insistiu em obter respostas opinativas da defensora pública Patrícia Bettin Chaves, que depunha como testemunha. O confronto se intensificou após a representante da Defensoria Pública da União (DPU) recusar-se a dar interpretações pessoais sobre a origem das fraudes que atingiram aposentados e pensionistas.

O parlamentar iniciou questionando se, na visão da depoente, as irregularidades poderiam ser classificadas como “negligência administrativa, cegueira deliberada ou conluio criminoso”. Patrícia Chaves respondeu: “Eu prefiro não responder essa pergunta”, explicando que sua atuação esteve voltada a medidas administrativas e judiciais para impedir que os prejuízos continuassem, e que eventuais crimes caberiam à apuração das instâncias competentes.

Diante da recusa, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), interveio e pediu que a pergunta fosse refeita. Ele afirmou: “A testemunha não pode se omitir da verdade. Ela está aqui sob juramento de dizer aquilo que sabe ou não sabe, mas não pode se omitir a responder qualquer pergunta dos parlamentares”. Patrícia rebateu: “Não me omiti à resposta”, alegando que apenas não caberia expor opinião pessoal.

O relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) reforçou que a servidora não poderia basear suas respostas em achismos, mas deveria esclarecer se tinha ou não conhecimento técnico sobre os fatos. A defensora, porém, manteve a posição de que não emitiria juízos, limitando-se a relatar o trabalho da DPU.

O embate ganhou tom ainda mais acalorado quando Marcos Rogério insistiu que a pergunta era objetiva. “Se a palavra opinião atrapalha, reformulo: foi negligência, cegueira deliberada ou conluio criminoso?”, questionou. Nesse momento, Patrícia devolveu a crítica: “Talvez o senhor esteja com dificuldade de fazer a pergunta”. A resposta gerou reações imediatas no plenário, com manifestações ruidosas de parlamentares e do público presente.

A discussão prosseguiu com o senador acusando a depoente de evitar se posicionar, enquanto ela reiterava que só cabia declarar fatos de conhecimento da Defensoria. Em outro momento, Patrícia corrigiu Marcos Rogério quando ele afirmou que ela teria se referido a uma “quadrilha”. A defensora interveio: “Eu não falei palavra quadrilha. O senhor está colocando palavras na minha boca”. O senador respondeu: “Quadrilha quem está chamando sou eu”.

Ao final, Patrícia manteve a linha de que não cabe à DPU atribuir responsabilidades criminais, mas sim atuar para resguardar direitos e cessar os descontos indevidos. O episódio marcou a sessão como um dos pontos mais polêmicos da CPMI, cujo foco é apurar as fraudes que, segundo estimativas da Polícia Federal, teriam alcançado R$ 6,3 bilhões desde 2019.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





COMENTÁRIOS: