Absolvições em série aliviam cenário do senador, que entra em 2026 sem pendências imediatas na Justiça estadual, mas ainda com recurso do MP pendente no STJ
A trajetória política de Confúcio Moura teve, ao longo dos últimos quase 15 anos, um peso constante: a Operação Plateias. O caso dos empréstimos consignados atravessou sua gestão como governador, invadiu o mandato de senador e manteve uma sombra sobre sua atuação pública. Agora, em 2025, a Justiça de Rondônia encerra dois dos capítulos mais desgastantes da disputa judicial.
Na esfera criminal, a absolvição em 5 de maio afastou a acusação de corrupção e de direcionamento de contratos firmados em 2011. A decisão da 2ª Vara Criminal destacou a falta de provas independentes para confirmar delações, registros bancários e cheques atribuídos ao grupo político.
ENTENDA
Confúcio Moura é inocentado em ações de improbidade e penal; recurso do Ministério Público segue para o STJ
Já na 2ª Vara de Fazenda e Saúde Pública, no dia 29 de agosto, a sentença julgou improcedente a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público e pelo Estado de Rondônia. O juiz Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa afastou a existência de dolo, de dano efetivo ao erário e de enriquecimento ilícito, citando a reforma da Lei de Improbidade Administrativa de 2021 e a ausência de prejuízo patrimonial concreto.
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Essas duas decisões retiram de Confúcio o risco imediato. Se os processos ainda estivessem em aberto na primeira instância, seu nome entraria em 2026 carregando dúvidas jurídicas difíceis de sustentar em uma campanha majoritária. As acusações envolviam valores expressivos — R$ 897 mil em supostos cheques e pedido de dano moral coletivo de R$ 1,79 milhão —, além de denúncias de corrupção ativa e passiva.
Livre desses pontos, o senador respira politicamente.
Não se trata, porém, de um desligamento completo da Operação Plateias. O Ministério Público recorreu, e o Tribunal de Justiça de Rondônia, em 21 de agosto, aplicou o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre foro privilegiado e remeteu o caso ao Superior Tribunal de Justiça. Ou seja, a disputa não se encerra em definitivo.
O efeito imediato, contudo, é claro: a Operação Plateias sai do cangote de Confúcio Moura. Para um político que pretende disputar mais um mandato em 2026, o alívio jurídico é estratégico. A ausência de pendências diretas com a Justiça de Rondônia abre caminho para a construção eleitoral sem o peso de ações que vinham desde 2010.
Ainda haverá fôlego consumido com o acompanhamento no STJ, onde o recurso do MP será analisado. Mas, por ora, trata-se de uma vitória que garante menos carga sobre os ombros do senador. E em um processo que se arrasta por quase 15 anos, esse desfecho parcial representa um divisor de águas para quem busca entrar em campanha com liberdade de movimento.
