Hospital Infantil Cosme e Damião registra mais de 1,3 mil casos e Sesau reforça orientações de prevenção
Porto Velho, RO – A estiagem registrada em Rondônia, marcada pela baixa umidade do ar, levou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) a reforçar o alerta para o aumento de doenças respiratórias em crianças. A condição favorece a circulação de vírus respiratórios e torna esse grupo mais suscetível, principalmente devido à imaturidade do sistema imunológico. Entre os quadros mais frequentes nesse período estão pneumonias, bronquiolite e crises de asma.
No Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD), em Porto Velho, foram contabilizados mais de 1.300 atendimentos relacionados a síndromes respiratórias nos últimos meses. Houve aumento expressivo das internações de bebês com menos de 3 meses de vida, em razão de casos graves de bronquiolite e pneumonia.
O governo de Rondônia informou que tem intensificado ações de prevenção e acompanhamento para reduzir os impactos da estiagem na saúde infantil. “O compromisso é garantir um atendimento de qualidade e ampliar o acesso à informação de medidas que contribuam para reduzir os casos de doenças respiratórias”, destacou o governador.
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A intensivista pediátrica Sabrina Ruzzene, do HICD, orienta os pais a observar sinais como febre persistente, dificuldade para respirar, respiração acelerada ou com esforço, chiado no peito e cansaço excessivo. “Se a criança tiver febre persistente ou que não cesse com antitérmico, dificuldade para respirar, respiração acelerada ou com esforço, chiado no peito ou cansaço excessivo é necessário levá-la a uma unidade de saúde o mais rápido possível.” Segundo a médica, bebês com menos de 3 meses requerem atenção imediata.
A diretora do HICD, Fransciane de Souza Santana, explicou que o hospital recebe pacientes regulados pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “Os pais, percebendo sinais de alerta, como febre por mais de três dias ou qualquer dificuldade respiratória devem procurar as UPAs, policlínicas ou postos de saúde. Lá, a criança será avaliada e, se necessário, encaminhada via regulação ao HICD para exames mais complexos ou internação.”
Entre as recomendações de prevenção, a médica Sabrina Ruzzene cita a importância de manter os ambientes limpos e ventilados, evitar aglomerações, higienizar as mãos com frequência, manter a vacinação em dia, garantir alimentação saudável e hidratação, evitar a exposição ao fumo passivo e incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade.
A diretora-geral adjunta do HICD, Luciana Costa, também reforçou que a adoção de cuidados básicos pode evitar complicações. “Os cuidados preventivos em casa fazem toda a diferença. Orientamos que ao menor sinal os pais procurem uma unidade de atendimento para que os sintomas não se agravem e a criança não tenha complicações mais graves.”
O secretário da Sesau, Jefferson Rocha, acrescentou que a gestão estadual acompanha os números desde o início da estiagem. “Estamos acompanhando o aumento de casos nos últimos três meses. Os números mostram a importância da população buscar atendimento precoce e seguir as medidas de prevenção”, afirmou.