Em entrevista na Rádio Plan FM, ex-governador dispara contra Jaime Bagattoli, chama o ex-presidente de “saco de ignorância” em tom irônico, elogia Marcos Rogério e afirma que o eleitor deve decidir quem pode voltar ao poder
Porto Velho, RO – Chiquinha, personagem de Chaves, ao elogiar o pai, o Seu Madruga, dizia: “Que ele é analfabeto, idiota, esquálido e imbecil, sim, bom, e daí?”. Ao maior estilo Chiquinha, no modo ofensa-elogio, o ex-governador Ivo Cassol retomou os microfones na quinta-feira, 04, e chamou Jair Bolsonaro de “saco de ignorância”, para em seguida garantir: “Mas é um cara sério. O que estão fazendo com ele é uma injustiça.” A sacada foi trazida no editorial do site Rondônia Dinâmica deste sábado, 06.
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Cassol defende Bolsonaro o chamando de ‘saco de ignorância’, ataca Bagattoli, atinge a própria irmã e exalta Marcos Rogério
A declaração foi dada no programa Vale Tudo, da Rádio Plan FM, onde Cassol misturou ironias, ataques e recados políticos.
O senador Jaime Bagattoli (PL) concentrou as críticas mais duras. Cassol o rotulou de “falso moralista”, “covarde” e autor de “discurso de analfabeto” por ter votado contra o PLP 192/2023, que trata da alteração nos prazos de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa.
Além disso, afirmou que Bagattoli só chegou ao Senado graças a seu apoio político: “Você só é senador da República hoje por causa de mim. Por causa do Ivo Cassol.”
Na outra ponta, sobraram elogios ao senador Marcos Rogério (PL). Cassol destacou a “coragem de defender o justo” e prometeu atuar para que ele continue no Senado. O contraste entre Rogério e Bagattoli sinaliza quais alianças Cassol pretende valorizar em caso de retorno à disputa eleitoral em 2026.
A entrevista também reabriu feridas dentro da própria família. Ao citar a irmã, Jaqueline Cassol, atual integrante do governo Marcos Rocha (UB), o ex-governador disparou:
“Ela sempre quis ser mulher de político” e teria concorrido ao Senado em 2022 “só pra ir”. O episódio revive o racha de 2024, quando Jaqueline perdeu o comando do PP e acusou a destituição do diretório estadual de “violência política de gênero”.
Um dos pontos centrais da fala, porém, foi a defesa de que políticos condenados e já punidos devem poder voltar ao cenário eleitoral. “Deixar pro povo decidir… qualquer um que cometeu erro, depois é reintegrado de volta na sociedade. Cumpriu a pena, tá de volta.”
Para sustentar a tese, Cassol citou nomes como Natan Donadon, Marcos Donadon, Cacá Mendonça, Nilton Capixaba e Acir Gurgacz. Segundo ele, cabe ao eleitor fazer a peneira: “Se o povo não quer mais, não vota, acabou.”
Ao longo da entrevista, Cassol reafirmou que sua própria condenação não envolveu corrupção ou desvio de dinheiro, mas sim “enfrentamento”. Apesar de afirmar que está focado em negócios privados, como a usina e as empresas do Grupo Cassol, admitiu sentir pressão popular pelo retorno: “Em todos os cantos do estado, há saudade. O povo quer meu retorno.”
O saldo da participação na Plan FM foi a exposição de quatro eixos claros: ataques frontais a Bagattoli, afago a Marcos Rogério, novas farpas contra a irmã e a defesa de que o voto popular deve decidir o futuro de políticos com histórico judicial.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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Cassol, que vinha mantendo perfil discreto, reapareceu combativo e disposto a desafiar tanto adversários quanto familiares para voltar ao centro do tabuleiro político.
As falas mais fortes de Ivo Cassol na entrevista
“Jaime Bagattoli é um falso moralista. Um covarde. Ele não tem moral para falar de mim.”
→ Disse ao criticar o voto do senador contra o PLP 192/2023.
“Fez um discurso de analfabeto… eu vi os dois vídeos… olha o que tá escrito no projeto.”
→ Referindo-se novamente a Bagattoli e à forma como ele se posicionou no Senado.
“Você só é senador da República hoje, Jaime, por causa de mim. Por causa do Ivo Cassol.”
→ Reivindicou o mérito pela eleição de Bagattoli.
“Marco Rogério teve coragem de defender o justo… pode contar comigo… eu vou trabalhar pra que você continue sendo senador da República.”
→ Elogiou Marcos Rogério, destacando lealdade política.
“O Bolsonaro é um saco de ignorância? É. Mas é um cara sério? É. E o que estão fazendo com ele é uma injustiça.”
→ Comentou sobre o ex-presidente, mesclando crítica e defesa.
“Tem muito frouxo lá dentro… um bando de pessoal que tá com o rabo preso.”
→ Criticou a postura de parte dos senadores no Congresso.
“Ela sempre quis ser mulher de político.”
→ Falou sobre a irmã, Jaqueline Cassol, ao lembrar sua candidatura ao Senado em 2022.
“Deixar pro povo decidir… qualquer um que de repente na sua vida cometeu algum erro, depois ele é reintegrado de volta na sociedade… Cumpriu a pena, tá de volta.”
→ Defendeu a reintegração de políticos condenados ao processo eleitoral.
“Se o povo não quer mais, não vota, acabou.”
→ Complementou a defesa do voto popular como filtro para políticos com histórico judicial.
“Eu não decidi ainda… tô envolvido numa usina… ajudando a cuidar as empresas do Grupo Cassol.”
→ Falou sobre seu futuro político, sem confirmar candidatura.
