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DIA NACIONAL DO TEATRO
Dia Nacional do Teatro reforça ações legislativas em apoio às artes cênicas em Rondônia

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Parlamento estadual reafirma incentivo à cultura, promove debates e destaca necessidade de políticas públicas para o setor

Por Informa Rondônia - sexta-feira, 19/09/2025 - 08h29

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Porto Velho, RO – O Dia Nacional do Teatro é celebrado em 19 de setembro, data escolhida em referência ao nascimento de João Caetano dos Santos (1808–1863), ator, dramaturgo e diretor, reconhecido como o pai do teatro brasileiro. A homenagem tem como propósito valorizar a história cultural, reconhecer artistas que contribuíram para a identidade nacional e destacar o papel do teatro como espaço de expressão artística, crítica social e formação cidadã. Além disso, a data serve para fomentar o debate sobre políticas públicas voltadas ao setor e para dar visibilidade a artistas locais, como ocorreu nas comemorações dos 40 anos da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero), que contou com o espetáculo “Essa é a nossa história”.

A Alero mantém ações de incentivo à cultura e à identidade regional, aliando a prática cultural ao fortalecimento da democracia, já que tanto o Legislativo quanto as artes têm como essência dar voz à população e estimular o pensamento crítico. A Casa de Leis busca dar visibilidade à atuação institucional e aos artistas, aprovando projetos e destinando recursos por meio de emendas parlamentares. Deputados incluem programações orçamentárias com o objetivo de atender às demandas culturais das comunidades.

O apoio institucional também se expressa em eventos culturais como o “Duelo na Fronteira”, além da manutenção de iniciativas internas como o Coral Vozes do Legislativo, considerado um investimento em produção artística. A deputada Cláudia de Jesus (PT), integrante da Comissão de Educação e Cultura (CEC), declarou: “Toda e qualquer manifestação artística deve ser fomentada pelo estado e por todas suas instituições constituídas. O teatro, talvez seja uma das mais belas e tradicionais manifestações artísticas e culturais que a humanidade já criou. Rondônia tem muito que avançar na promoção de nossa arte. Nós, no Parlamento, precisamos unir força junto com os demais poderes do estado e garantir no orçamento público do erário estadual, recursos que promova e valorize nossa arte, o teatro em especial e principalmente nossos artistas locais”.

Cláudia de Jesus destacou ainda que, além das iniciativas da CEC, presidida pela deputada Ieda Chaves (União Brasil), há carência de políticas públicas mais estruturadas. “Eu reconheço que falta muito: falta política pública, política de estado e orçamento público. Precisamos reconhecer a cultura como uma engrenagem importante para o crescimento socioeconômico de nosso estado. Temos que compreender que são milhares de trabalhadores ligados à cultura: atores, cantores, pintores, dançarinos, artesãos. Esses trabalhadores aquecem a economia por meio de sua arte, gerando emprego e renda. Este PIB da cultura em nosso estado pode ser melhor aproveitado”, afirmou.

O diretor do espetáculo “Bizarrus”, Marcelo Felice, da Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda), destacou o papel do teatro na formação social: “Atualmente Bizarrus tornou-se uma política pública. Sua abordagem impactou mais de 200 mil espectadores. A quebra de paradigmas e o lugar de auto-reflexão da plateia, levou e ainda leva a sociedade a um lugar da busca de solução para minimizar a violência e criminalidade que assola o mundo”.

A artista Charlene Duarte apontou como principais desafios a falta de incentivo, informação e divulgação. Para ela, o teatro contribui para a formação política e cidadã ao estimular a reflexão crítica, dar visibilidade a vozes marginalizadas e incentivar a participação democrática. Sobre a dança, destacou: “A dança é uma linguagem artística que utiliza o movimento do corpo para expressar emoções, contar histórias e transmitir ideias. […] O teatro te permite ter noção do tempo, espaço e comunicação com o público. E a dança faz um mix de tudo isso e os coloca em forma de passos, movimentos, sentimentos e consciência corporal”.

A professora Victória Barreto, por sua vez, enfatizou a importância da empatia no ensino do teatro. “De maneira mais ampla, os textos de teatro, pelo menos os bons textos, são instigantes e sempre colocam questionamentos sociais na cabeça dos espectadores e dos atores. Geralmente são críticas sociais que geram debates, como grande parte das peças de Brecht”, afirmou. Para ela, o espetáculo “Bizarrus” exemplifica o teatro como instrumento de inclusão social, ao trazer ao palco pautas e vivências de grupos invisibilizados.

Victória também observou a necessidade de mais investimentos: “Acredito que a falta de incentivo financeiro seja o ponto principal, não só no sentido de dar dinheiro para uma produção teatral, mas também cuidar do teatro, investir em melhorias, programas públicos que incentivem a população a ocupar esses espaços como telespectadores, programas de ingresso para pessoas que comprovem baixa renda e construção de um teatro menor em uma área mais periférica”.

O gabinete da deputada Cláudia de Jesus promoveu uma audiência pública em defesa da cultura, reforçando a necessidade de ampliar os investimentos no setor. A parlamentar afirmou: “Nós do parlamento temos que votar orçamento. Temos que cobrar o governo do estado para que crie política de estado que fomente o teatro em Rondônia. Por exemplo, hoje em todo estado só temos o Palácio Belas Artes como centro de referência teatral. É preciso mais. Nosso povo do interior, lá da 429, da zona da mata, da região de Buritis. Nosso povo precisa ter direito de acesso ao espetáculo que é uma peça teatral”.

Ao abordar o ensino da disciplina de artes nas escolas, Cláudia acrescentou que é necessário garantir que professores possam trabalhar de forma prática as diversas manifestações artísticas com os alunos.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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