Com carreira de mais de sete décadas, artista participou de programas humorísticos, novelas e peças de teatro; velório será nesta terça-feira (30), no Rio
Porto Velho, RO – A atriz Berta Loran morreu no último domingo (28), no Rio de Janeiro, aos 99 anos. A informação foi confirmada pelo Hospital Copa D’Or, que prestou solidariedade à família, amigos e admiradores. A unidade de saúde não informou a causa da morte.
O velório ocorrerá nesta terça-feira (30), a partir das 8h, na Sociedade Israelita Chevra Kadisha, localizada na Praça da Bandeira, na capital fluminense. O corpo seguirá às 10h para o Cemitério Israelita de Belford Roxo, onde o enterro está marcado para as 11h. A cerimônia será aberta ao público, segundo familiares.
Nascida em Varsóvia, na Polônia, em 23 de março de 1926, com o nome de Basza Ajs, ela imigrou com a família para o Brasil aos nove anos. Adotou o nome artístico Berta Loran e iniciou sua trajetória nos palcos ainda adolescente. Aos 14 anos, subiu ao palco pela primeira vez, inspirada pelo pai, que se apresentava como ator na comunidade judaica.
A carreira começou na televisão no programa Espetáculos Tonelux, exibido pela TV Tupi. Na mesma emissora, no início da década de 1950, retomou os trabalhos após viver em Buenos Aires com o primeiro marido, o ator Saul Handfuss. Posteriormente, também atuou no teatro de revista ao lado de Walter Pinto. Em 1957, viajou a Portugal para apresentar a peça Fogo no Pandeiro, ficando no país por seis anos.
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Na TV Globo, onde ingressou em 1966, consolidou a carreira em programas humorísticos e em produções da teledramaturgia. Participou de atrações como Escolinha do Professor Raimundo, A Grande Família e Zorra Total. Na dramaturgia, estreou em 1984 na novela Amor com Amor se Paga, de Ivani Ribeiro, e esteve em títulos como Cambalacho (1986), Cama de Gato (2010), Ti-Ti-Ti (2011), Cordel Encantado (2011) e A Dona do Pedaço (2019).
Ao longo da carreira, que atravessou quase oito décadas, interpretou mais de 2 mil personagens. Para ela, o humor exigia precisão no ritmo das falas.
Na vida pessoal, Berta foi casada duas vezes. O primeiro casamento ocorreu aos 19 anos com Handfuss, 31 anos mais velho, união que ela definiu como difícil. Nesse período, passou por dois abortos, o que a impossibilitou de ter filhos. “Antigamente, eles enfiavam uma gilete na gente. Não sei como não morri”, disse em entrevista à Quem, em 2011.
O segundo casamento foi com Júlio Jacoba, negociante judeu de mesma idade, com quem viveu 22 anos. Ela relatou que foi feliz nos oito primeiros anos da união. “Depois, comecei a fazer teatro, comerciais e televisão. Ele não tinha mulher [em casa] e foi procurar fora, é claro. Tinha razão”, declarou na mesma entrevista.
Berta Loran completaria 100 anos em março de 2026. Viúva duas vezes, não teve filhos.